SANIDADE: Brasil caminha para ser livre da febre aftosa
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Tornar o Brasil livre da febre aftosa com vacinação, até o fim deste ano, é meta do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). "Para isso, estamos buscando o fortalecimento dos serviços veterinários oficiais nas regiões Norte e Nordeste, com a estruturação de escritórios, contratação e capacitação de profissionais e melhoria da vigilância. Além disso, desenvolvemos campanhas de vacinação diferenciadas, com agulha oficial em 12 municípios da Calha do Rio Amazonas e no Amapá", ressalta o secretário de Defesa Agropecuária, Francisco Jardim. O ministério está realizando auditorias para avaliar o funcionamento dos serviços veterinários estaduais e as atividades desenvolvidas naquelas regiões. Hoje, todos os estados e o Distrito Federal participam das campanhas de vacinação, exceto Santa Catarina, com reconhecimento pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), como livre de febre aftosa sem vacinação desde 2007.
Com vacinação - Ao todo, 14 estados e o Distrito Federal são livres da doença com vacinação: Acre, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Sergipe e Tocantins. O centro-sul do Pará (46 municípios) e as cidades de Boca do Acre e Guajará (Amazonas) apresentam a mesma classificação. Os demais estados da região Nordeste e o nordeste do Pará são considerados como médio risco para a doença; Roraima e noroeste do Pará, como alto risco, e Amazonas e Amapá, risco desconhecido.
Origem - A doença foi detectada na Itália, em 1514. No Brasil, o primeiro registro ocorreu em 1895, no Triângulo Mineiro. Como prevenção, o Ministério da Agricultura realiza ações desde 1934, quando foi publicado o Regulamento do Serviço de Defesa Sanitária Animal. Mas as instruções específicas para seu controle, que incluía a vacinação, foram definidas em 1950, e as campanhas organizadas tiveram início em 1965. Os pioneiros nessa ação foram os estados do Rio Grande do Sul, que vacinou 2,07 milhões de bovinos, do total de 11,6 milhões, e o Paraná, que imunizou 3,8 mil bovinos, de 3,4 milhões de animais estimados na época. As características geográficas, estruturais, econômicas e produtivas do País foram desafios enfrentados nessa luta. Por isso, a parceria de todos os setores envolvidos foi decisiva para superá-los.
Marco - "Tivemos um marco na década de 70, quando foi realizada a primeira vacinação em massa de bovinos, com vacina oleosa, no município de Valença/RJ. O objetivo era proteger melhor e por mais tempo os animais. A vacina aquosa, usada na época, conferia menor proteção, dificultando e encarecendo seu uso", ressalta o coordenador do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (Pnefa) do Ministério da Agricultura, Plínio Lopes. Em 1996, o Brasil passou a utilizar somente vacina oleosa contra febre aftosa.
Focos - Em 1976 foi registrado o maior número de focos da doença, com 10,2 mil casos. Desde abril de 2006, o Brasil não registra nenhum caso, sendo o último em Mato Grosso do Sul. "Quem suspeitar da doença em algum animal deve informar imediatamente ao serviço veterinário oficial mais próximo, que tomará as providências necessárias. Para evitar a disseminação, é importante que o produtor interrompa a movimentação de todos os animais, seus produtos e subprodutos, até que seja autorizado pelo serviço veterinário oficial", explica Lopes.
Contagiosa - A febre aftosa é uma doença altamente contagiosa, que causa febre e vesículas (bolhas) na boca, narinas, focinho, tetas e pés dos animais de casco fendido. As principais espécies suscetíveis são bovinos, búfalos, ovinos, caprinos e suídeos, podendo também ser acometidos veados, cervos e camelos. Mais informações www.agricultura.gov.br, no banner Febre Aftosa, todos por um País livre da doença. (Mapa)