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Sistema Ocepar - Paraná Cooperativo - Informe Diário

Informe Paraná Cooperativo - edição nº 3145 | 29 de Julho de 2013

COOPERATIVISMO: Novo modelo de gestão do Sistema OCB é um avanço, avaliam paranaenses

cooperativismo 29 07 2013

O novo modelo de gestão adotado pelo Sistema OCB desde o ano passado é avaliado positivamente pelos dirigentes paranaenses que participaram, no último dia 24 de julho, em Brasília, do Fórum Nacional de Presidentes, Superintendentes e Dirigentes do Sistema OCB. O evento teve 125 participantes, de 22 estados. A região Sul contou com 23 representantes, dos quais 13 do Paraná. Um dos temas abordados foi o planejamento estratégico do Sistema OCB, elaborado de acordo com o novo modelo de atuação sistêmica implantado pela diretoria da entidade, e que tem como uma das características contemplar as demandas regionais. “Foi um evento interessante e que mostrou o espírito democrático do sistema. Percebemos que o Sistema OCB vive um novo e importante momento de reestruturação e tem por meta, dentro disso, ouvir mais as bases, sejam elas as Unidades Estaduais ou as próprias cooperativas. Isto é fundamental para o desenvolvimento e crescimento do cooperativismo brasileiro, afinal, somente com a participação de todos é que podemos construir cada vez mais um sistema integrado e forte. Este sistema de governança estabelecido pela OCB que promove uma integração maior entre todos os personagens do cooperativismo brasileiro é semelhante ao trabalho já implantado pelo Sistema Sicredi. Acredito que o novo Conselho da OCB tem contribuído de forma direta para que isto aconteça, envolvendo mais as pessoas semelhante do que acontece na Organização Estadual no Paraná, onde as decisões são sempre compartilhadas com as cooperativas filiadas”, afirmou o presidente Sicredi Vale do Piquiri ABCD PR/SP, Jaime Basso.

Participação – De acordo com Basso, o trabalho das cooperativas é realizado a partir da participação dos cooperados. “Afinal, são eles a razão principal da nossa existência. Não existe cooperativas sem cooperados, Organização Estadual sem as cooperativas e nem Organização Nacional sem as Unidades Estaduais. É um ciclo virtuoso e que está sendo fortalecido com esta nova sistemática de atuação da OCB. A partir do momento em que o Sistema OCB ouve as Unidades Estaduais, que ouvem as cooperativas e seus cooperados, o resultado e um só: desenvolvimento coletivo”, frisou. “Lembro de ter participado de Congressos da OCB onde esta prática acontecia, mas não da forma com que vem sendo realizada agora: primeiro com encontros regionais, como aconteceu no Paraná com a presença de cooperativas também de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde foram discutidos assuntos em comum, os quais, foram coordenados pelo João Paulo Koslovski, membro do Conselho da OCB e que foi levado agora para ser debatido em Brasília por cooperativas de todos os ramos de todos os estados. Agora é necessário que todos se envolvam e passem a fomentar ações para que tudo o que será implantado realmente aconteça e que as pessoas, principais beneficiários de tudo isso, sejam atingidos de forma positiva”, completou Basso.

Realinhamento - “É um momento de realinhamento do Sistema OCB. No meu ponto de vista, é uma nova forma de atuação estratégica, com mudanças na sistemática de gestão e de reestruturação na representação do cooperativismo em nível nacional, especialmente pelas mudanças ocorridas recentemente com as três casas (OCB/Sescoop/CNcoop) onde passou a funcionar de uma forma só, facilitando a gestão do sistema. Vejo desafios importantes não só para a OCB como também para as diversas regiões, que necessitam agora abraçar aquilo que foi proposto e discutido neste encontro em Brasília”, disse o presidente da Cooperativa Bom Jesus, diretor da Ocepar e coordenador do ramo agropecuário da OCB,  Luiz Roberto Baggio. “Todas as OCE´s devem assumir e desenvolver ações para que este novo planejamento aconteça efetivamente. Em tudo o que foi apresentado e debatido vejo dois propósitos: Primeiro, refletir os anseios das bases (OCE´s e cooperativas) e tratar o assunto emergente de forma rápida e objetiva. Segundo, a evolução da gestão da OCB enquanto entidade de representação, cerne principal do trabalho de aprimoramento dando o ritmo, o tom necessário para que aconteça, apoiando treinamentos e capacitação da base com recursos do Sescoop. Em resumo, são avanços , degraus importantes rumo a um cooperativismo cada vez mais forte e consolidado. Foram discussões produtivas com propostas viáveis, encaminhadas pelas diversas regiões lá representadas. Importante salientar que toda diretoria do Sistema OCB está envolvida, comprometida em fazer acontecer, valorizando os ramos e suas atuações, suas demandas”, acrescentou Baggio.

 Iniciativa importante – O diretor presidente da Central Sicoob Paraná, Marino Delgado, Marino Delgado, salientou o pioneirismo vivido nesse momento pelo cooperativismo brasileiro. “Eu achei a iniciativa da OCB em propor a discussão de um planejamento estratégico único para o setor muito importante e gostaria, inclusive, de parabenizar a diretoria, em especial, ao João Paulo Koslovski. Estou há pouco tempo no sistema cooperativista, há apenas 10 anos, e nunca vi uma iniciativa neste sentido. Pela primeira vez, todos os ramos, de todas as regiões do país, estão discutindo juntos, buscando um mesmo norte, um mesmo discurso. É importante que isto tenha continuidade. Para a gente que está na base, o resultado é orientativo e vale até mesmo para os nossos principais executivos. Este direcionamento único, esta convergência é muito importante para o cooperativismo do Brasil, senão cada um vai para um lado. E uma ação bastante positiva proposta no planejamento é a questão de regionalizar as demandas. Afinal, cada região do país tem uma cultura e característica própria, portanto, as demandas são diferentes. E ao ouvir todo mundo, a OCB mostra que está na direção correta e dá um exemplo de democracia plena”, ressaltou.

 

MEGAFONE: Sistema OCB lança nova ferramenta de comunicação

megfone 29 07 2013A Gerência de Comunicação do Sistema OCB acaba de lançar uma nova ferramenta de contato com o nosso público. O Megafone é um informativo especial, que será editado a cada grande evento promovido pela instituição. A edição de lançamento traz notícias sobre o Fórum Nacional de Presidentes, Superintendentes e Dirigentes do Sistema OCB, realizado no último dia 24 de julho, em Brasília (DF). (Informe OCB)

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CONTRAN: Emplacamento de tratores é suspenso até o fim de 2014

Até o fim de 2014, tratores usados na produção agrícola ou construção e pavimentação não precisarão ser emplacados. A resolução nº 447/13 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) foi publicada sexta-feira (26/07) no Diário Oficial da União. Segundo os deputados ligados ao setor agropecuário, o processo criava um custo desnecessário, já que as máquinas dificilmente deixam a propriedade rural para transitar em vias públicas. O deputado federal Alceu Moreira (PMDB) é autor de um projeto de lei que prevê o fim do emplacamento para todos os veículos agrícolas. A matéria, inclusive, já foi aprovada na Câmara e tramita no Senado. Segundo Moreira, duas resoluções do Contran, do fim do ano passado, e em vigor desde 1º de junho deste ano, exigem o emplacamento dos veículos rurais. “Apresentei meu projeto de lei antes mesmo das resoluções, para nos antecipar a medidas que possam onerar os produtores rurais”, disse. (Valor Econômico)

RAMO TRANSPORTE: Conselho Consultivo dá continuidade à execução do plano de trabalho

Em reunião na sede do Sistema OCB, na última quinta-feira (25/07), uma quantidade expressiva de membros do Conselho Consultivo do Ramo Transporte esteve reunida para dar continuidade à execução do Plano de Trabalho, definido em janeiro deste ano. Na pauta, foram discutidos, dentre outros assuntos, os principais pontos considerados necessários pelo cooperativismo a serem alterados na lei que disciplina o setor de transporte de cargas no Brasil (Lei nº 11.442/2007).

Crescimento - De acordo com o coordenador nacional do Ramo Transporte junto ao Sistema OCB, Abel Paré, o transporte no Brasil vive um momento de crescimento e avanços importantes. E a expectativa do cooperativismo é contribuir para que as mudanças que virão sejam positivas para as cooperativas. “O Governo está discutindo a regulamentação do setor, o que torna o momento extremamente oportuno para as cooperativas evidenciarem sua força e capacidade de contribuírem para o crescimento do transporte e do país, desde que contemplados, na legislação, os princípios e especificidades do cooperativismo”, destacou Paré.

RNTRC - Considerado o pleito mais importante de todos, foi inserido no relatório do Conselho como proposta de alteração à Lei o condicionamento do registro da cooperativa junto ao Sistema OCB para obtenção do Registro Nacional de Transportador de Carga (RNTRC). Segundo Paré, esta é a ferramenta para se “garantir um sistema cooperativo profissional e organizado”.

Outras demandas - Outras demandas acrescentadas dizem respeito a uma negociação com o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) para a criação de linhas de crédito para o ramo transporte e a construção de um manual contábil e tributário específico para as cooperativas do ramo.

Participantes - No total, a reunião contou com a presença de 25 participantes, o que, na opinião de Abel Paré, evidencia o comprometimento e a mobilização em prol do fortalecimento do setor. A próxima reunião do Conselho já está agendada para o dia 9 de outubro, em Arroio do Meio (RS) – onde, no dia seguinte, ocorre o IV Seminário de Transporte Cooperativo.

Público-alvo - Tendo como objetivo central consolidar a atuação em rede como estratégia de negócios em prol da melhoria da competitividade das cooperativas singulares, o evento terá como público-alvo cooperativas do ramo transporte de cargas e passageiros, além de prestadores de serviço da área. Mais informações sobre o IV Seminário de Transporte Cooperativo e sobre como participar estão disponíveis no site www.redetransporte.com.br. (Informe OCB)

JOVEMCOOP: 22ª edição do evento é encerrada com sucesso em Maringá

jovemcoop 29 07 2013Terminou, no início da tarde de sexta-feira (26/07), no UniCesumar, em Maringá, o 22º Encontro Estadual de Juventude Cooperativista Paranaense (Jovemcoop), promovido pelo Sistema Ocepar. Aberto na manhã de quinta-feira (25/07), com cerca de 300 participantes de todo o Estado, o evento teve a Cocamar Cooperativa Agroindustrial como anfitriã. O último item da programação foi uma palestra com o especialista Daniel Kroeff, que abordou “Estratégias e competências para o sucesso”. No encerramento, Leonardo Boesche, do Sistema Ocepar, disse que o Encontro atendeu às expectativas, sendo um sucesso. Ele destacou “o grande interesse de jovens, representantes de cooperativas de várias regiões, que se deslocaram a Maringá para trocar experiências e aprofundar seus conhecimentos sobre a participação cooperativista”. Segundo Boesche, o Jovemcoop é também uma realização voltada à formação de jovens lideranças, sendo que, nos últimos anos, várias passaram a integrar o conselho fiscal de suas cooperativas.

Oficinas e projetos  - Nos dois dias, os participantes trabalharam em oficinas e, nesta sexta-feira, houve a apresentação de projetos. A agenda incluiu, na noite de ontem, um evento cultural na associação Cocamar, organizado pela cooperativa anfitriã.

Investimento na nova geração- A assessora de Ação Educativa da Cooperativa Agroindustrial Lar, de Medianeira, Carmem Teresa Zagheti Reis, disse que 32 dos mais de 300 jovens participantes dos grupos mantidos em sua região, vieram ao Jovemcoop. Segundo ela, “esse é um trabalho que recebe especial importância, é um investimento na nova geração cooperativista”.

Empenho - Cecília Adriana da Silva, coordenadora de Relação com o Cooperado, da Cocamar, ressaltou o empenho dos integrantes dos três núcleos jovens da cooperativa, representados por 26 participantes, que trabalharam na organização do evento.

Satisfação - Participante dos grupos jovens da Cocari Cooperativa Agroindustrial, de Mandaguari, Magda Ganbaro, de 24 anos, afirmou ter ficado satisfeita com o que aprendeu no Jovemcoop e também com as amizades que fez. Ela mencionou a grande quantidade de mulheres presentes para enfatizar o crescimento e a importância da participação feminina no cooperativismo estadual. (Imprensa Cocamar)

 

SICREDI UNIÃO PR: Cooperativa anuncia que vai atuar também no interior de São Paulo

A próxima quinta-feira (01/08), promete ser uma data histórica para a cooperativa de crédito Sicredi União PR, com sede em Maringá (PR).  A instituição convocou uma Assembleia Geral Extraordinária para anunciar oficialmente que vai se unir à Cooperativa Sicredi Integradas Centro Leste Paulista, sediada em Limeira (SP). O evento, com a participação de dirigentes, conselheiros, delegados de núcleos e convidados especiais, será às 19h30 no Excellence Eventos, em Maringá.

Atendimento - Operando com 62 unidades de atendimento nas regiões noroeste e norte do Paraná, onde atende a 74 mil associados, a Sicredi União PR expande agora a sua atuação para o Estado de São Paulo. A área que vai absorver compreende 33 municípios situados entre Campinas e a Grande São Paulo, um dos polos econômicos e populacionais mais importantes do País. O presidente da cooperativa, Wellington Ferreira, explica que os entendimentos entre as duas instituições tiveram início em janeiro deste ano e foram acompanhados pelo Banco Central que, recentemente, autorizou a união. “É um momento histórico e da maior relevância para o nosso futuro”, afirma, informando que a Sicredi União PR ficará inserida em uma das regiões de economia mais dinâmica do Estado.

Municípios - Além de Limeira, fazem parte da região as cidades de Aguaí, Águas da Prata, Americana, Araras, Caconde, Casa Branca, Charqueada, Conchal, Cordeirópolis, Divinolândia, Engenheiro Coelho, Espírito Santo do Pinhal, Estiva Gerbi, Ipeuna, Itapira, Iracemápolis, Itobi, Leme, Mococa, Mogi-Guaçu, Mogi-Mirim, Piracicaba, Rio Claro, Santa Cruz das Palmeiras, Santa Gertrudes, Santo Antônio do Jardim, São Sebastião da Grama, São João da Boa Vista, São José do Rio Pardo, Tambaú, Tapiratiba e Vargem Grande do Sul.

Potencial - Segundo Ferreira, a exemplo do que ocorre em todo o Brasil, há um grande potencial a ser desenvolvido pelo cooperativismo de crédito no interior de São Paulo, onde o sistema está praticamente em seu início. Ainda este ano, acrescenta, devem ser abertas novas unidades de atendimento. “Em cinco anos, pretendemos estar atuando em toda a nova região.”

Crescer - Ferreira disse também que o ingresso da cooperativa no Estado de São Paulo “é fundamental para impulsionar o crescimento”. Conforme o presidente, o ritmo de expansão da Sicredi União PR tem sido, em média, de 20% ao ano desde o final da década de 90. Para os próximos anos, cita, a meta é chegar a 100 mil associados e a R$ 1,5 bilhão em ativos. Na visão do presidente da Sicredi Integradas Centro Leste Paulista, Clair Turazzi Filho, “a união representa um importante ganho de escala para garantir a competitividade, o crescimento da base de associados e a redução dos custos operacionais para o desenvolvimento dos negócios”.

Assembleia - Na última sexta-feira (26/07), foi realizada uma assembleia geral extraordinária entre os associados da cooperativa, em Limeira, para finalizar detalhes referentes a essa junção. É a terceira vez que a cooperativa de crédito sediada em Maringá, onde foi fundada em 1985, absorve uma instituição do segmento. Em 2009, a então Sicredi Maringá se uniu a outras duas (Sicredi Vale do Bandeirante, de Astorga, e a Sicredi Norte do Paraná, de Cornélio Procópio), para dar origem à atual Sicredi União PR. No início deste ano, incorporou a Credicatu, de Porecatu (PR). (Imprensa Sicredi União PR)

COCAMAR I: Estragos causados por geadas variam de uma região para outra

Os danos provocados pelas geadas da última semana, no Paraná, variaram bastante de intensidade de uma região para outra. Na área de abrangência da Cocamar, as lavouras de inverno em municípios do norte do Estado sofreram um impacto maior que as cultivadas no noroeste. Neste, onde o milho é cultivado mais cedo, as perdas foram consideradas pequenas, pois na maior parte dos municípios a cultura já estava em período de colheita. Não é o caso do norte, onde o milho, em fase mais atrasada, sofreu danos entre 15 e 30%, o mesmo acontecendo com o trigo – atingido em estágio suscetível.

Trigo - Conforme informações do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), cerca de metade da safra de trigo estava suscetível à perda por causa da geada.

Relatórios - Na manhã desta segunda-feira (29/07), o coordenador técnico de culturas anuais da cooperativa, agrônomo Emerson Nunes, recebeu relatórios enviados pelos entrepostos situados em ambas as regiões. Segundo ele, confirmando as expectativas, o percentual de perdas varia bastante de um município para outro.

Café - As geadas que atingiram importantes regiões de produção agrícola no Brasil se refletiram nas cotações futuras no mercado internacional. No entanto, os danos causados estão sendo ainda levantados e, até o momento, não foram divulgadas informações sobre danos – que vão ser sentidos na safra do ano que vem. (Imprensa Cocamar)

COCAMAR II: Dia de Negócios é realizado na Unidade Maringá

Um dia inteiro de oportunidades de negócios para os cooperados, em matéria de equipamentos agrícolas, foi a pedida da última sexta-feira (26/07) na unidade de atendimento da Cocamar, em Maringá. Para isso, foi montada uma exposição com produtos da empresa Semeato, parceira da cooperativa, que ofereceu vários outros itens aos produtores, em condições especiais de pagamento. Foi o segundo evento do gênero na semana, que começou às 8h e foi até às 17h. O primeiro aconteceu na quarta-feira em Rolândia, também em frente à unidade de atendimento da cooperativa. De acordo com o coordenador comercial de insumos, Wilson Aparecido de Miranda, diversos negócios foram gerados e realizações como estas podem ser programadas nas próximas semanas em outras unidades da região. (Imprensa Cocamar)

AGRICULTURA I: Agronegócio responde por 33% do PIB do Paraná

agronegocio 29 07 2013Influente economicamente, produtivo e recordista. Três características que atualmente estão relacionadas diretamente ao produtor rural brasileiro. Aquele que coloca a mão na terra, que passa seus dias empenhado em produzir, faz mais do que alimentar milhões de pessoas: o agricultor de 2013 tem peso na economia brasileira. Não é exagero. No ano passado, o agronegócio foi decisivo para garantir que o Produto Interno Brasileiro (PIB) ficasse no azul. Este ano, enquanto o governo federal tenta desconversar sobre o famigerado "pibinho", o setor já cresceu 3% no primeiro quadrimestre, de acordo com levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A celebração do Dia do Agricultor, que aconteceu neste domingo (28/07), não poderia ser mais pertinente.

Supersafra - Crescimento que vem aliado a uma expectativa de fechamento de supersafra. De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o País alcançará 180,4 milhões de toneladas de grãos, um aumento de 8,6% em relação aos 166,2 milhões de toneladas produzidos no ano passado. Só no Paraná serão 38 milhões de toneladas – fechando como segundo maior estado produtor - com 22% do volume total brasileiro. Detalhe: com apenas 2,3% da área do território nacional, ou 15 milhões de hectares com estabelecimentos agrícolas.

Produtores - São 350 mil produtores distribuídos em 15 milhões de hectares de estabelecimentos agrícolas movimentando a economia paranaense, o que corresponde a 33% do PIB estadual direta e indiretamente. Cerca de 80% dos agricultores são familiares, quase 90% deles com áreas inferiores a 50 hectares.

Recuperação - De acordo com o presidente do Instituto Paranaense do Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Gilmar Mendes, neste momento o produtor paranaense "está recuperando uma parcela expressiva do seu peso econômico, já que a supersafra vem associada aos bons preços das commodities no mercado internacional", boa parte delas 30% a 40% acima do padrão histórico.

Renda - Isso significa renda para o agricultor e dá certo fôlego para ele diminuir seu endividamento, aplicar mais em tecnologia e ampliar sua área plantada. "Neste aspecto, a agricultura representa um motor para a economia, na medida em que um bom ano repercute diretamente nas atividades dos fornecedores de insumos, máquinas, equipamentos, atividades bancárias e comerciais vinculadas ao setor rural", analisa o presidente do Ipardes. (Folha Rural / Folha de Londrina)

 

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AGRICULTURA II: Atividade ainda sofre da porteira para fora

O presidente do Ipardes, Gilmar Mendes, lembra que a agricultura representa 8,5% do PIB paranaense e 5% do nacional. Mas quando o número é do agronegócio como um todo, o percentual sobe para um terço do PIB do Estado e 22% do País. Entre junho do ano passado e junho deste ano, as vendas no agronegócio brasileiro ultrapassaram pela primeira vez a casa dos US$ 100 bilhões, com crescimento de 4,2%. "Por isso a importância de valorizar o produtor. A agricultura precisa ser alvo prioritário das políticas públicas tanto no governo federal quanto no estadual. Vale lembrar que a salvação do PIB brasileiro no primeiro trimestre foi o agronegócio, que cresceu 9%, enquanto o geral subiu apenas 0,6%."

Força - Mendes salienta que o agricultor paranaense tem consciência de sua força e isso pode ser visto através das entidades públicas e privadas, como a Emater, a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). "O que o agricultor precisa é transformar seu peso econômico numa participação política mais ativa. Hoje ele ganha migalhas do governo federal. Ele precisa de uma estratégia a longo prazo, uma política agrícola que ultrapasse apenas uma safra."

Dificuldades - Para Mendes, ainda há muitas dificuldades de transporte da produção, logística de escoamento e falta de políticas específicas para o setor. "Dos anos 1990 para cá, enquanto os países ricos investiram bilhões na agricultura em subsídios, aqui o nosso produtor é penalizado. Os pequenos e médios agricultores precisam captar recursos através das linhas de crédito mais caras operadas pelos bancos comerciais, enquanto os chamados 'empresários do ramo' conseguem os recursos mais baratos", critica ele.

Preços mínimos - Além disso, Mendes ressalta que no País não existe uma política consistente de preços mínimos que garanta a possibilidade do agricultor comercializar sua produção sem grandes riscos de mercado. "A política brasileira geralmente é insuficiente para cobrir os custos de produção da maioria das culturas contempladas através dos desgastados planos safras", complementa. (Folha Rural / Folha de Londrina)

AGRICULTURA III: Capacidade de se reinventar

capacidade 29 07 2013Foi a capacidade de se reinventar que fez com que os produtores José e Lourdes da Silva Couto tivessem sucesso no campo e estarem, hoje, à frente de uma propriedade de seis alqueires viável economicamente, na cidade de São João do Ivaí (Noroeste). Mas antes de se acertarem no setor avícola, a vida preparou uma surpresa que fez este casal conhecer de perto uma história triste e recorrente para quem sobrevive da terra: o êxodo rural.

Crise - Cerca de oito anos após o casamento, em 1995, o casal se viu obrigado a abandonar o campo devido à crise na lavoura de algodão. O trator foi deixado na casa da mãe, as vacas na propriedade do tio, os porcos vendidos e o destino foi a cidade de Londrina. "Foi uma crise danada do algodão, com quebra de safra, pouca rentabilidade. Não tinha o que fazer, estava impossível viver naquela situação, o êxodo na região estava grande. Além disso, precisávamos criar a nossa filha", recorda José.

Adaptação - Na cidade, a adaptação não foi simples, mas graças ao trabalho árduo conquistaram seu espaço. José se tornou porteiro de uma fábrica de massas e Lourdes, diarista. "Foi complicado, mas consegui crescer profissionalmente. Logo me tornei encarregado de logística da empresa e, depois, comecei a faculdade de administração e pós-graduação na área. Nossa vida foi melhorando gradativamente."

Retorno valeu a pena - Mas a paixão pelo campo ainda batia forte no peito do casal José e Lourdes Couto. Em 2007, eles começaram a estudar o retorno para sua propriedade, mas de uma forma que pudessem crescer economicamente e fazer a vida no campo valer a pena. Três anos depois, eles ficaram sabendo que a cooperativa Cocari, com sede em Mandaguari, estava com um projeto de avicultura. "Fizemos uma pesquisa grande, conversamos com técnicos da cooperativa, colegas e conhecidos. Eram muitos exemplos de pessoas que venceram nesta área. Resolvemos apostar novamente", salienta ele.

Lote - Há poucos dias o casal já entregou o décimo do lote de animais para a cooperativa. Na pequena cidade, todos conhecem os dois aviários com capacidade de 35 mil aves cada, sendo um de José e outro do irmão dele. É o produtor que toca os dois. "Vendi meu carro zero, peguei o acerto da empresa e fiz a maior aposta da minha vida para voltar ao campo. O controle da cooperativa é rígido e com total apoio, o que inclui a matéria-prima e assistência técnica", salienta.

Faturamento - De fato, a satisfação do retorno não está apenas em estar longe da selva de pedras. Hoje, o casal tem um faturamento em sua propriedade que corresponde a pelo menos o dobro do que ganhavam na cidade. "Além disso, hoje somos donos do próprio nariz. Sou conhecido por aqui como o 'Zé dos Frangos'", brinca. (Folha Rural/ Folha de Londrina)

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AGRICULTURA IV: Produtora supera perda do marido e faz propriedade crescer

produtora I 29 07 2013A palavra que descreve a trajetória da produtora Luciana Dranka com melhor propriedade é superação. Moradora da zona rural da cidade de Quitandinha, a 60 km de Curitiba, sua vida estava em perfeita harmonia até o ano de 2008: casada há 12 anos, mãe de dois filhos, casa reformada, terras arrendadas e maquinários para a produção. O que bastava para a família era a vontade de trabalhar e prosperar no meio rural.

Tragédia - Porém, uma tragédia tirou o chão da produtora. O marido dela, Sérgio Dranka, sofreu um infarto fulminante enquanto lidava com a lavoura de feijão, no final de uma tarde. No primeiro momento, o pensamento de desistir bateu à porta. Na época, sua filha Jaqueline tinha 10 anos e pequeno Thiago, apenas 2. Porém, com a ajuda de seu irmão, Élcio Adriano Kuduvavicz, a vontade de continuar evoluindo em suas terras foi maior que o choro pela perda. Hoje, ao lado do irmão, Luciana comanda 150 hectares com plantio de soja, milho, feijão e batata. "Foi muito complicado, mas como era parceira de meu marido, sempre fazíamos tudo juntos: plantava, colhia, pulverizava, trabalhava com tudo dentro da propriedade. Isso foi fundamental quando ele acabou falecendo", relembra ela.

Crescimento - Como o casal já passava por um momento de evolução na lavoura, o irmão de Luciana já trabalhava desde 2005 na propriedade. Quando o fato aconteceu, o rapaz decidiu abandonar a casa dos pais e morar de vez com a irmã, o que foi fundamental para que a propriedade continuasse crescendo. (Folha Rural / Folha de Londrina)

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AGRICULTURA V: Campo rico em diversificação

Na opinião do superintendente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, o que torna o produtor paranaense diferenciado é a diversificação da agricultura, graças às características climáticas e físicas da região. Ele lembra também que os índices de investimentos na produção, logística e armazenagem estão entre os mais altos do País. "Destaque importante para o processo de agroindustrialização, que tem contribuído significativamente para isto, através dos investimentos realizados pelas cooperativas paranaenses que, nos últimos dez anos, somaram R$ 11,2 bilhões, traduzindo-se na agregação de valor ao produto primário e novas oportunidades de emprego e renda tanto no campo como na cidade."

Futuro - Para o futuro, o investimento em conhecimento parece peça-chave para que os produtores continuem evoluindo. E, sem dúvida nenhuma, as cooperativas têm auxiliado muito neste sentido. "Creio que o caminho é inovar e investir cada vez mais em tecnologia de ponta para as plantas industriais, sempre com o foco em melhorar sua eficiência e obter resultados", complementa Ricken. (Folha Rural / Folha de Londrina)

AGRICULTURA VI: Viabilidade econômica vem com organização

Os números do agronegócio paranaense não estariam nem próximos dos atuais se o produtor não estivesse organizado economicamente. Um exemplo de como isso é importante é o cooperativismo. É impossível desvencilhar a força do produtor paranaense do auxílio das cooperativas do Estado. De acordo com dados da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), 130 mil produtores paranaenses são filiados às cooperativas agropecuárias, responsáveis por 56% do PIB do agronegócio estadual. Do total, 70% têm até 50 hectares, isto é, são pequenos e médios produtores que unidos em cooperativas são mais fortes e conseguem obter ganhos que sozinhos talvez não conseguiriam. "O cooperativismo é hoje uma importante força de transformação da atividade agropecuária em nosso Estado", salienta o superintendente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken.

Tecnologia - Para ele, o produtor também está em busca de tecnologia, já que safra após safra a área de cultivo do Estado não aumenta, mas a produtividade é cada vez maior. "Um bom exemplo é o trabalho realizado pelas instituições de pesquisa, públicas e privadas, como a Cooperativa Central de Pesquisa, a Coodetec, com sede em Cascavel, que tem contribuído muito para este aumento da produtividade. O Paraná tem se revezado com Mato Grosso na liderança da produção brasileira de grãos, com safras acima de 30 milhões de toneladas, e possui a melhor estrutura de armazenagem do País", elenca ele. (Folha Rural / Folha de Londrina)

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PRONAF: Desembolsos somaram R$ 19,2 bi na safra passada

Pela primeira vez desde 2003, os desembolsos no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), superaram o valor inicialmente disponibilizado. Ao todo, foram disponibilizados R$ 18 bilhões para o Plano Safra da Agricultura Familiar 2012/13 e foram contratados R$ 19,2 bilhões em 2,2 milhões de contratos. Na safra 2011/2012, os desembolsos atingiram R$ 14,2 bilhões num total de 1,5 milhão de contratos. Assim, o aumento real dos recursos em 2012/13 foi de 35% e dos contratos, de 44%.

Positivo - O governo considerou positiva a procura maior para linhas de investimento. Do total contratado na safra, cerca de R$ 11 bilhões foram destinados ao Pronaf Investimento. "Essa é uma ótima notícia. Quer dizer que o produtor buscou aumentar sua produção e não somente custear sua safra. Esse movimento deve causar uma alta na produção e um consequente reflexo positivo em outros setores da economia", afirmou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas.

Contratos firmados - A linha de crédito, que serve para financiar a implantação, ampliação ou modernização da infraestrutura de produção e serviços, registrou mais de 1,5 milhão de contratos firmados.

Custeio - Os outros R$ 8,1 bilhões foram empregados no Pronaf Custeio, que financia atividades de beneficiamento, industrialização ou comercialização da produção própria e/ou de terceiros. Nessa modalidade, mais de 688 mil contratos foram assinados.

Juros - No lançamento do plano, em julho de 2012, os juros nas operações de custeio foram reduzidos de 4,5% para 4% ao ano, nos empréstimos entre R$ 20 mil e R$ 80 mil. No restante das operações, os juros se mantiveram entre 1% e 3%. O teto de renda para enquadramento no Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf) foi ampliado de R$ 110 mil para R$ 160 mil ao ano.

Desempenho melhor - Apesar de não fazer projeções para a próxima safra, Vargas estima que dificilmente o valor contratado na safra atual ficará abaixo do registrado na temporada 2012/13. "Nossa expectativa era emprestar R$ 17 bilhões dos R$ 18 bilhões disponíveis. Com a safra 2013/14 disponibilizando R$ 21 bilhões, podemos ter um desempenho melhor, mas vamos esperar para ver como o mercado vai se comportar", disse Vargas.

Semiárido - Para tentar reduzir o impacto da seca na produção nordestina, o governo também criou no atual ciclo um Plano Safra do Semiárido, com condições de financiamento ainda mais atrativas e diferenciadas do resto do Brasil. Para os agricultores familiares, as taxas cobradas nas linhas de custeio cairão de 1,5% a 3,5% para 1% a 3%, a depender do valor contratado. Nas linhas para investimento, os juros vão oscilar entre 1% e 1,5% ao ano, ante uma faixa anterior de 0,5% a 2%. "Com as reduções, os produtores terão melhores condições para manter seus investimentos e manter sua produção atual. Geralmente, os investimentos são feitos em fatores que permitem aumentar a produção, incorporando capacidade de logística, máquinas, ordenhadeiras, ampliando o rebanho e industrializando a produção", afirmou. (Valor Econômico)

INFRAESTRUTURA: Porto de Paranaguá recebe licença de operação do Ibama

infraestrutura 29 07 2013O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) emitiu na sexta-feira (26/07) a licença de operação do Porto de Paranaguá. A licença 1173/2013 regulariza 10 anos de pendências ambientais do Porto, que teve licença até 2002. Com a licença de operação, o Porto de Paranaguá tem aval dos órgãos ambientais para desenvolver seus projetos de melhorias, como os projetos de acostagem, dragagem e ampliação. “Essa licença representa um marco e uma vitória. O Porto de Paranaguá estará apto para viabilizar seus projetos de ampliação e melhoria, sempre em convergência com planos e projetos da infraestrutura do estado”, afirma o secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho.

Convênio - Na quarta-feira (24/07), a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) firmou convênio com a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá e da Universidade Estadual do Paraná (Funespar). Será criada uma base de prontidão especializada no resgate e na despetrolização da fauna em caso de acidentes ambientais na área do complexo estuarino da baía de Paranaguá.

Exigência - Essa era a última exigência não atendida da lista do Ibama para a aprovação do Plano de Emergência Individual (PEI) e emissão da licença de operação. “Estamos virando a página de uma situação irregular que perdurou por anos em Paranaguá. Isso só foi possível graças ao apoio de toda a equipe técnica do Ibama e da Appa que entendeu a importância da licença para o Estado e para a nação ”, explica o superintendente da Appa, Luiz Henrique Dividino.

Projetos – A licença de operação habilita o porto a realizar todos os demais licenciamentos necessários para a execução dos projetos estruturantes. Dividino afirmou que o documento permitirá ao Porto de Paranaguá voltar a crescer de forma ordenada e em harmonia com a cidade e com o meio ambiente. “Usamos o canal de acesso ao porto numa região sensível e temos a obrigação de cuidar do meio ambiente. É determinação do governador Beto Richa que déssemos total prioridade para a regularização desta situação. Com a licença de operação, o porto passa estar regular perante autoridades ambientais e permite alcançar importantes projetos de melhoria que já temos traçados”, comentou Dividino. (Agência de Notícias do Paraná)

 

JUSTIÇA: Ato público vai defender a implantação dos TRFs

justica 29 07 2013A luta pela criação dos Tribunais Regionais Federais (TRFs) nos estados do Paraná, Bahia, Minas Gerais e Amazonas – que parecia ter chegado ao fim em junho, com a promulgação da Emenda Constitucional n.º 544/2002 pelo Congresso –, tem novos obstáculos para enfrentar. Com a suspensão da emenda, determinada em caráter liminar pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, a causa defendida no Paraná há duas décadas corre o risco de ficar paralisada por mais alguns anos. Para contornar a situação, lideranças dos estados que serão beneficiados com os novos TRFs vão promover um ato público no plenário do Senado na próxima quinta-feira (01/08), às 10 horas, para defender a implantação dos tribunais. Em entrevista à Gazeta do Povo, o coordenador no Senado da Frente Parlamentar em Defesa da Criação dos Novos TRFs, o senador paranaense Sérgio Souza (PMDB), conta como será a mobilização.

Quais são as intenções da Frente Parlamentar com a manifestação em favor dos TRFs?

Estamos convocando os governadores dos estados envolvidos, prefeitos das capitais, parlamentares e representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe). Queremos realizar o maior ato público em favor dos novos tribunais. A ideia é promover um ato de pressão para que o ministro Luiz Fux [responsável pelo caso], do Supremo Tribunal Federal (STF), reconsidere a liminar [concedida por Joaquim Barbosa].

Um dos argumentos contrários aos novos tribunais é de que os custos de criação e manutenção são muito altos. Como o senhor rebate essa contestação?

O valor de R$ 8 bilhões que foi divulgado pelos opositores dos TRFs não corresponde à realidade. Parece que foi usado para desacreditar o povo brasileiro da necessidade dos novos tribunais. Na verdade, apuramos que os custos seriam de cerca de R$ 516 milhões. Não podemos fazer a população pensar que a Justiça eficiente é muito cara. Caro é deixar o cidadão aguardar uma década para conquistar algo que é seu por direito. No sistema atual, existem desembargadores que se encarregam de mil processos por mês. Isso é um absurdo.

A Associação Nacional dos Procuradores Federais (Anpaf), responsável pela ação direta de inconstitucionalidade (Adin) que provocou a suspensão da criação dos tribunais, alega que existe vício de iniciativa na proposta. Para a Anpaf, a emenda deveria ter sido proposta ao Congresso pelo Judiciário e não pelo próprio Legislativo. Qual é a sua opinião a respeito disso?

Não há vício de iniciativa. A promulgação de emendas é um poder constituinte do parlamentar. Não criamos nenhuma estrutura de como os TRFs devem funcionar, já que nenhum Poder pode criar cargos para outro Poder. Apenas alteramos a Constituição para o Judiciário decidir como as novas cortes serão estruturadas [um anteprojeto para estruturar os TRFs já está sendo estudado pelo Judiciário].

Outro questionamento sobre a proposta é que houve uma diminuição dos processos na Justiça Federal. Isso não enfraquece a necessidade dos novos tribunais?

Na verdade, o que aconteceu foi uma otimização dos tribunais, com a informatização. Mas as demandas continuam altas. Em 1989, tínhamos cerca de 100 mil processos parados. Mas esse número passou para 1,1 milhão neste ano. A verdade é que, quanto mais acesso à Justiça, mais o cidadão vai buscar seus direitos dentro do tribunal. Hoje, só o TRF1 [com sede em Brasília] atende 13 estados mais o Distrito Federal. E isso não facilita em nada a procura do cidadão pela corte; exige uma disponibilidade de deslocamento e tempo que ele nem sempre tem.

Quais os benefícios com a instalação dos novos tribunais?

Os Tribunais Regionais Federais são uma necessidade para o Brasil e para os estados que vão sediá-los. Para perceber a importância desses tribunais, basta observar que cerca de 80% dos processos de segundo grau são de natureza previdenciária, como aposentadoria e revisão de aposentadoria. E quem mais sofre com a falta dessas cortes são as pessoas mais necessitadas, aquelas que buscam ao final da vida gozar seus direitos.

Relevância - Lideranças do Paraná e dos outros estados que serão beneficiados com os novos TRFs comentam a importância desses tribunais:

O TRF6 do Paraná é uma questão de justiça e inaugurará uma nova era do Judiciário, mais próxima dos cidadãos.” - Juliano Breda, presidente da OAB-PR.

A criação dos Tribunais Regionais Federais é para ontem. É uma necessidade para o aprimoramento da Justiça.” - José Lúcio Glomb, ex-presidente da OAB-PR e conselheiro federal da OAB.

Tanto o Senado quanto a Câmara Federal aprovaram o projeto de criação dos TRFs e isso revela a importância de facilitar o acesso à Justiça e aos direitos dos cidadãos.” - Antônio César Bochenek, presidente da Associação Paranaense dos Juízes Federais (Apajufe) e juiz na 2ª Vara Federal e do Juizado Federal Cível de Ponta Grossa.

Para o Paraná, o TRF seria uma das maiores conquistas da última década e demonstra a importância da união das lideranças em favor do estado, independentemente de cor partidária.” - Marcos Domakoski, empresário paranaense.

Quase metade das ações do TRF-1 são de Minas Gerais. A criação de um TRF no estado trará um grande alívio.” - Clésio Andrade (PMDB-MG), senador.

Atendemos a um pleito que o Judiciário apresentou por várias vezes. Necessitamos ampliar o número de TRFs para garantir maior fluidez nas tramitações dos processos.” - Walter Pinheiro (PT-BA), senador. (Gazeta do Povo)

 

FOCUS I: Projeção para crescimento do PIB fica em 2,28%, e para de cair

Depois de dez quedas seguidas, a projeção para o crescimento da economia, este ano, estabilizou-se em 2,28%. A estimativa foi feita por instituições financeiras consultadas todas as semanas pelo Banco Central (BC). Para 2014, a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, também ficou estável em 2,60%.

Produção industrial - A estimativa para a expansão da produção industrial também não foi alterada: 2,10% para este ano e 3%, em 2014.

Dívida líquida - A projeção das instituições financeiras para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB segue em 35% para este e foi ajustada de 34,90% para 35%, no próximo ano.

Dólar - A expectativa para a cotação do dólar subiu de R$ 2,24 para R$ 2,25, no final de 2013, e segue em  R$ 2,30, ao fim de 2014.

Superávit comercial - A previsão para o superávit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) passou de US$ 5,85 bilhões para US$ 5,70 bilhões, este ano, e de US$ 8 bilhões para US$ 8,92 bilhões, em 2014.

Transações correntes - Para o déficit em transações correntes (registro das transações de compra e venda de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior), a estimativa foi alterada de US$ 75 bilhões para US$ 76,15 bilhões, este ano, e de US$ 80 bilhões para US$ 79,5 bilhões, em 2014.

Investimento estrangeiro - A expectativa para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do país) foi mantida em US$ 60 bilhões tanto para 2013 quanto para o próximo ano. (Agência Brasil)

FOCUS II: Estimativa de inflação, medida pelo IPCA, se mantém em 5,75%

A inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve ficar em 5,75%, este ano. A estimativa, resultado de pesquisa do Banco Central (BC) em instituições financeiras, é a mesma da semana passada. Para 2014, a projeção subiu de 5,87% para 5,88%. As estimativas estão distantes do centro da meta de inflação, de 4,5%, e abaixo do limite superior de 6,5%. É função do BC fazer com que a inflação convirja para o centro da meta.

Selic - Um dos instrumentos usados pelo BC para influenciar a atividade econômica e, por consequência, a inflação é a taxa básica de juros, a Selic. Para as instituições financeiras, ao final deste ano, essa taxa estará em 9,25% ao ano. Para o fim de 2014, a expectativa foi ajustada de 9,38% para 9,25%.

Mediana - A pesquisa do BC também traz a mediana (desconsidera os extremos nas projeções) das expectativas para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), que 4,57% para 4,66%, este ano, e de 5,35% para 5,43%, em 2014.

IGP-DI - A projeção para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) foi alterada de 4,94% para 4,90%, este ano, e mantida em 5,5%, em 2014. Para o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), a projeções foi alterada de 5% para 4,94%, em 2013, e mantida em 5,50%, no próximo ano. (Agência Brasil)

INTERNACIONAL: EUA mudam cálculo do PIB e incluem bens intangíveis

Em 31 de julho, o Birô de Análises Econômicas (BEA, na sigla em inglês) dos EUA vai reescrever a história em grande escala, revisando o tamanho e composição do Produto Interno Bruto (PIB) do país de forma retroativa até o primeiro ano de registro, em 1929. A maior mudança vai ser a reclassificação - mais precisamente, a ascensão - da pesquisa e desenvolvimento. O setor não será mais tratado como mera despesa, como contas de luz ou de alimentação nos refeitórios para funcionários. Vai passar a ser categorizado nos livros contábeis do governo como um investimento, equivalente a construir uma fábrica ou escavar uma mina.

Obras de arte - Em outra vitória para a propriedade intelectual, pela primeira vez obras de arte originais, como filmes, músicas e livros, vão começar a ser tratadas como ativos de vida longa. É uma ótima ideia, ainda que tardia. O BEA sabe de cor tudo sobre a economia do século XX. Pode dizer as tendências da renda pessoal em Anchorage, no Alasca, ou a produção anual de produtos plásticos e de borracha em todo o país. Agora, o órgão concentrará mais atenção na pesquisa e desenvolvimento - a força vital da economia do século XXI - e incluirá uma conta experimental, até então só complementar, no cerne do cálculo do PIB.

Principal parâmetro - O PIB é o principal parâmetro da macroeconomia - a soma de todos os bens e serviços produzidos em um país. O setor de pesquisa e desenvolvimento das empresas nunca foi incluído nesse total. Era considerado uma despesa, um "insumo intermediário", que corroía o lucro. Investimentos intangíveis, como a pesquisa e desenvolvimento e a criação de obras artísticas originais, vinham sendo tratados como a "matéria escura" dos físicos: influente, mas invisível.

Atividades inovadoras - O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Ben Bernanke, tocou no assunto em discurso em 2011. "Teremos mais chances de promover atividades inovadoras, se pudermos mensurá-las de forma mais eficiente e documentar seu papel no crescimento econômico."

Impacto - O impacto da revisão será imediato. O PIB terá um impulso em torno a 2,7% quando o governo começar a contar a pesquisa e desenvolvimento e a criação artística como investimentos. Os Estados do Novo México e de Maryland terão as maiores elevações.

Crescimento futuro - O índice de crescimento futuro provavelmente também será maior. Com o setor de pesquisa e desenvolvimento tratado como investimento, o crescimento da economia entre 1959 e 2007 teria sido de 3,39% ao ano, em vez de 3,32%, segundo estimativas do BEA.

Modismo - Os investimentos intangíveis estão longe de ser um novo modismo. Em 1908, o economista e sociólogo Thorstein Veblen usou a frase para englobar tudo, desde a publicidade até o design. Um século antes do lançamento do iPad, ele escreveu sobre empresas que dão a seus produtos "um acabamento mais elegante para conseguir uma venda mais rápida, além do que contribuiria para sua utilidade bruta". Nos anos 30 e 40, o economista Joseph Schumpeter fez dos intangíveis parte central de sua teoria de que as economias cresciam por meio da inovação. As empresas, observou, inovam para diferenciar seus produtos, para poder cobrar preços maiores.

Teoria e prática - A teoria econômica mostrou estar à frente da prática contábil. O primeiro estágio de reconhecimento dos intangíveis foi a reclassificação, em 1999, dos softwares como um investimento. Foi algo apropriado, já que uma grande instalação de softwares pode durar mais do que o mais sólido dos equipamentos de uma fábrica. A segunda fase faz parte de uma mudança acertada por meio de um grupo de trabalho da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2008. Austrália e Canadá já fizeram a mudança e a Europa a promoverá em 2014.

Riqueza - Os EUA geram uma parcela desproporcional de sua riqueza a partir de itens como patentes, direitos autorais, designs, criações culturais e processos administrativos de empresas. Para ver a economia intangível em números, basta avaliar o balanço patrimonial da Apple: propriedades, fábricas, equipamentos e as formas tradicionais de valor da era industrial e pré-industrial representam US$ 15 bilhões de seu valor de mercado de US$ 400 bilhões - apenas 4% do total.

Investimentos intangíveis - Se todas as formas de investimentos intangíveis fossem oficialmente registradas, excederiam os investimentos em tijolos, cimento e máquinas, segundo estimativas dos economistas Carol Corrado, do Conference Board, e Charles Hulten, da University of Maryland.

Itens computáveis - Os intangíveis incluem a construção de marcas, o treinamento de trabalhadores e o desenvolvimento de práticas administrativas avançadas, como a gestão da qualidade total, que entram na definição de investimento porque criam ativos que vão produzir receita dentro de um ano ou mais, segundo Hulten. Esses, porém, vão continuar sendo tratados pelo governo como despesas. Brent Moulton, diretor-associado de contas econômicas nacionais do BEA, diz que a natureza desses investimentos ainda não pode ser mensurada de forma precisa o bastante para que sejam usados como dados oficiais.

Limites - Essa dificuldade mostra os limites de se tentar criar algum indicador estatístico único para a atividade econômica de um país. Estatísticos do governo precisam fazer algumas suposições e generalizações monumentais para incorporar intangíveis como pesquisa e desenvolvimento e as obras de arte. Sem saber seu valor verdadeiro, o BEA atribui-lhes um, estimando o custo para criá-los. Portanto, subestima grandes bilheterias de Hollywood e sobrevaloriza filmes com grandes orçamentos que são fracassos de público, presumindo que no longo prazo os erros neutralizam uns aos outros.

Depreciação - Também há o desafio de calcular a depreciação. Ideias não enferrujam como máquinas, mas perdem valor para seus criadores, à medida que são copiadas ou substituídas. O BEA aplica um índice de depreciação anual de 10% para ativos de pesquisa e desenvolvimento farmacêuticos, em comparação ao de 36% para projetos de sistemas de computadores; um de 9% para filmes, em comparação ao de 27% para músicas. Em uma nota de rodapé inestimável, escreve: "Programas de televisão de vida longa incluem séries de drama e comédia. Outros tipos de programas de televisão, incluindo programas sobre a vida real, de jogos, de notícias, eventos esportivos e novelas, têm vidas muito mais curtas e não vão ser capitalizados."

Primeiro passo - Portanto, a série "Under the Dome" é um investimento, mas o programa de busca de talentos musicais "America's Got Talent", não. É fácil ver com que rapidez uma boa teoria econômica acaba caindo em "estimativas-palpite" e em juízos de valor. E calcular os investimentos intangíveis é apenas um primeiro passo em direção a descobrir o quanto esses investimentos contribuem para o crescimento econômico. (Valor Econômico)


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