OCB: Dirigentes do PR demonstram confiança na atuação participativa do Sistema
Dirigentes do Paraná que participaram do Fórum Nacional de Presidentes, Superintendentes e Dirigentes do Sistema OCB, no último dia 24 de julho, em Brasília, estão confiantes em relação aos benefícios proporcionados pela nova forma de atuação sistêmica e participativa adotada pela OCB a partir de 2012. Durante o evento, representantes do cooperativismo de todo o País puderam conferir como está o andamento das atividades que integram o planejamento estratégico da entidade, ao qual foram agregadas as demandas levantadas junto às Organizações Estaduais (OCEs) entre o final do ano passado e início deste ano nas cinco regiões brasileiras.
Profissionalização - “O evento foi bem positivo, objetivo e em consonância com a meta de buscar a profissionalização da OCB”, disse o presidente da Confepar Agroindustrial Cooperativa Central e diretor da Ocepar, Renato Beleze. Ele lembra que a OCB definiu as metas de trabalho ouvindo a base e suas necessidades e que durante o Fórum foi aberta a possibilidade de cobrar a execução do que foi planejado, corrigir rumos e se reposicionar frente a novas realidades. “Vejo um futuro promissor nessa nova forma de atuação pois ela oferece mais chances de nos preparar para as mudanças e enfrentar as incertezas. Precisamos sempre melhorar. O mundo está se modernizando e é necessário que nós nos modernizemos também”, afirmou.
Participação – Beleze destacou ainda a importância de todas as regiões participarem de forma ativa nesse processo. “É importante participar para que consigamos atuar como um verdadeiro sistema, na mesma velocidade, força e sentido. Não podemos fazer as coisas de forma isolada. Eu acredito nessa nova forma de gestão da OCB porque é um modelo de resultados e é isso que nós precisamos. Mas todos têm que puxar juntos. Se tiver alguma OCE atrasada, é preciso puxar a orelha dela, senão vai comprometer o resultado global. Da mesma forma, se isso estiver acontecendo da nossa parte, precisamos ser cobrados. É um trabalho que engloba metas e objetivos de cada cooperativa. Assim, criamos uma rede que, no fim, é uma só, daí a importância de todos atuarem de forma conjunta”, completou.
Coerente – O presidente da Fecoerpa (Federação das Cooperativas de Eletrificação Rural do Paraná), Edvino Schadeck, também considera que o Sistema OCB está no caminho certo ao direcionar suas ações de acordo com as demandas das cooperativas de todas as regiões do País. “É um trabalho coerente, que envolve o levantamento das dificuldades enfrentadas da base para o centro. Estou confiante de que isso vai gerar resultados positivos”, disse. Schadeck, que está há mais de 40 anos envolvido com o cooperativismo, lembra que as cooperativas de eletrificação estão atravessando um período delicado devido à pressão das concessionárias que atuam no setor e, por isso, o ramo necessita do apoio das entidades de representação do setor, como a OCB e a Ocepar. “Elas têm mais peso e mais facilidade para nos ajudar a encontrar solução para nossos problemas”, frisou.
Mobilização - Nesse sentido, o presidente da Fecoerpa disse que recentemente ficou satisfeito com a agilidade com que a OCB e a Ocepar agiram para reverter uma resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que retirava das cooperativas de eletrificação do Paraná a tarifa diferenciada para compra da energia da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel). “Para a nossa felicidade, a Aneel voltou atrás, graças à rápida mobilização da OCB e da Ocepar. Esse envolvimento é de sum importância para nós”, disse.
Planejamento estratégico - Schadeck disse ainda que planejamento estratégico da OCB é um instrumento que pode direcionar as atividades do setor com mais segurança e assertividade. “Quando nós antevemos os problemas, é mais fácil encontrar as soluções. A OCB está nesse esse caminho, preparando o antídoto para enfrentarmos os obstáculos. Isso nos deixa com a expectativa de que podemos ter dias melhores, com a superação das dificuldades que vão surgindo. Temos que persistir para ter resultados”, finalizou.
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RAMO INFRAESTRUTURA: Cooperação técnica em defesa das cooperativas do Paraná
Em um esforço rápido e coletivo, o sistema cooperativista brasileiro conseguiu reverter a suspensão de benefício concedido às cooperativas autorizadas a distribuir a energia elétrica produzida pela Cooperativa Paranaense de Energia (Copel) pelo governo federal. Há quase 40 anos, o setor conta com tarifas diferenciadas na compra de energia, para que se garanta a competitividade do setor e o desenvolvimento rural – visto que as cooperativas autorizadas atuam exclusivamente nessas áreas. No último dia 09 de julho, o benefício foi suspenso. Desde então, técnicos do Sistema OCB, da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), da Confederação Nacional das Cooperativas de Infraestrutura e Federações de Cooperativas de Eletrificação de São Paulo e Paraná se mobilizaram para reverter a decisão.
Pleito atendido - Após reunião realizada, em Brasília, com o Diretor do Departamento de Gestão do Setor Elétrico do Ministério de Minas e Energia (MME), Marcos Franco, as cooperativas paranaenses tiveram o pleito atendido. “Munidos de informações técnicas, conseguimos mostrar ao Ministério o impacto da tarifa homologada à Copel”, relatou o assessor técnico do Sistema OCB, Marco Morato. “Na prática, nossas cooperativas seriam sobretaxadas e perderíamos a competitividade em relação às distribuidoras tradicionais de energia elétrica. Com a manutenção do benefício, atendemos às necessidades de 2 mil cooperados associados a essas cooperativas e a quase dez mil produtores rurais – que dependem delas para terem acesso à energia elétrica”.
Em vigor - O diferencial de 26% no cálculo do custo da energia voltou a vigorar na última sexta-feira (26/07). De acordo com Morato, a nova decisão do governo – realizada por meio da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pode ser tida como norteadora e, assim, garantir o mesmo procedimento a cooperativas autorizadas a distribuir energia elétrica em todo o país. (Informe OCB)
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AÇÃO COOPERATIVA: Copagril leva diversão e aprendizado a crianças de Mercedes
Na tarde desta segunda-feira (29/07), dois dos maiores programas de educação cooperativa do estado do Paraná – Cooperjovem, do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop/PR) e A União Faz a Vida, do Sistema de Cooperativas de Crédito Sicredi -, realizaram a Ação Cooperativa. O objetivo é criar um ambiente educativo para as crianças da rede municipal de ensino, valorizando o mês em que se comemora o Dia Internacional do Cooperativismo. A ação conjunta foi realizada em Mercedes, no Oeste do Paraná, um dos municípios onde a Copagril e a Sicredi mantêm os programas. O evento foi promovido em parceria com a prefeitura e a secretaria de Educação e Cultura do município.
Animação - Quem animou a tarde e trouxe aprendizado às mais de 450 crianças foi o Circo da Alegria, que realizou diversas apresentações voltadas à cooperação. O diretor-secretário da Copagril, Marcio Buss, ressaltou que o cooperativismo é muito importante. "Aprender a cooperar desde criança faz com que tenhamos uma sociedade melhor”. Ele ainda agradeceu pela parceria para a realização do evento. “Ficamos muito felizes em poder realizar esta ação conjunta", frisou.
Exemplo - A prefeita de Mercedes, Cleci Loffi, destacou que a apresentação foi um exemplo de trabalho em equipe. "Com muita dedicação e responsabilidade, os integrantes do Circo da Alegria mostraram às crianças que o trabalho em equipe é de extrema importância para que o resultado dê certo, todos devem estar unidos para a obtenção do sucesso", destacou. "Parabéns, Copagril e Sicredi, por investirem nas crianças, que são o nosso futuro”, salientou.
Distribuição de brindes - Ao final, foi feita a distribuição de brindes a todos os alunos presentes. (Imprensa Copagril)
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SICREDI NORTE SUL: Programa A União Faz a Vida é lançado em Conselheiro Mairinck
Aconteceu, na ultima segunda-feira (29/07), no município de Conselheiro Mairinck, no norte pioneiro do Paraná, o lançamento da principal iniciativa de responsabilidade social do Sicredi, o Programa A União Faz a Vida. O projeto, que acaba de completar 18 anos de atuação, tem como objetivo fazer com que crianças e adolescentes possam construir e vivenciar atitudes e valores de cooperação e cidadania, contribuindo para a educação integral por meio de projetos educacionais cooperativos, desenvolvidos em âmbito nacional. O cenário de atuação são as salas de aula, escolas e seu entorno, sendo que os “atores” são os alunos, educadores, a comunidade escolar, entre outros agentes, como secretarias estaduais e municipais de Educação.
Assinatura - A assinatura do termo de parceria entre a Sicredi Norte Sul PR/SP e a Prefeitura Municipal de Conselheiro Mairinck, ocorrida durante o evento, foi testemunhada por mais de 180 convidados, entre eles educadores, crianças, jovens, autoridades, executivos do Sicredi e a comunidade local.
Grande valia - Para o presidente da Central Sicredi PR/SP e da Sicredi Participações, Manfred Alfonso Dasenbrock, o movimento que vem acontecendo nas comunidades nas quais o programa atua é de grande valia para as futuras gerações, uma vez que terão melhores condições de exercer seu papel como cidadãos com um diferencial, que é a cooperação. “Os projetos desta iniciativa estão diretamente alinhados com a cooperação e a cidadania”, destaca.
Elogio - O prefeito de Conselheiro Mairinck, Luiz Carlos Sanches Bueno, elogiou a iniciativa do Sicredi de desenvolver um programa de educação cooperativa, pois demonstra que a instituição financeira também está preocupada com as comunidades.
Compromisso - Já o presidente da Sicredi Norte Sul PR/SP, Paulo José Buso Júnior, destacou o compromisso dos educadores e da comunidade a partir de agora: “teremos um grande trabalho de formação e de execução pela frente”. Ele ressalta que “o Programa é da comunidade e para a comunidade, portanto todos devem se empenhar juntos para construção de um futuro melhor”.
Encerramento - O evento foi encerrado por uma palestra ministrada pelo professor Éber Silva Júnior, que abordou temas do dia-dia no contexto escolar, e deixou várias dicas de como um educador pode marcar para sempre a vida de seus alunos.
Como surgiu - O Programa A União Faz a Vida foi desenvolvido pelo Sicredi para ampliar o conhecimento das comunidades sobre o cooperativismo e a natureza das sociedades cooperativas após uma fase de dificuldades no segmento na década de 80. A proposta do programa de educação cooperativa para crianças e jovens foi construída a partir de exemplos internacionais e da parceria com o Centro de Desenvolvimento e Pesquisa sobre Cooperativismo da Universidade do Vale do Rio do Sinos – São Leopoldo/RS.
Piloto - O projeto piloto foi implantado em Santo Cristo, pertencente à Sicredi Grande Santa Rosa/RS, em 1995. Outros municípios gaúchos também adotaram o Programa e novas instituições de ensino superior ingressaram na rede de assessoria pedagógica.
Expansão - A expansão nacional do Programa começou pelo Estado do Mato Grosso, em 2005, e, em 2006, foi a vez do Paraná. Em 2007, o Programa passou por uma reestruturação com um novo objetivo e definindo que o trabalho com projetos passaria a ser a direção da nova proposta implantada naquele mesmo ano.
Assessorias - Os anos de 2008 e 2009 foram marcados pelas formações de assessorias pedagógicas e oficinas para educadores. Em 2010, o Programa chegou a Santa Catarina. No ano seguinte, em São Paulo. Atualmente, o Programa vive um momento histórico de expansão. A previsão de crescimento, ao longo de 2013, é de que 60 novos municípios serão incluídos às regiões já atendidas pelo Programa. E, entre as novidades, está a implantação nos estados do Mato Grosso do Sul e de Goiás e a parceria realizada com o Sesi no Paraná. Em 2012, foram investidos mais de quatro milhões de reais no Programa, que conta com a participação de 38 cooperativas, mais de 13 mil educadores e 156 mil crianças e adolescentes.
Símbolo - A abelha é símbolo do Programa A União Faz a Vida. Assim como as abelhas, o projeto se estabelece na dimensão nacional, de forma flexível e adaptável às diferentes realidades educacionais. Em 2011, nasceu a iniciativa de transformar a abelha em um bicho de pelúcia, presenteando cada turma com um exemplar. O aluno recebe a abelha do educador e a leva para casa com o intuito de apresentar o Programa a seus pais e convidá-los a participar dos projetos que a escola desenvolve ou vai desenvolver. Após, o aluno retorna para a escola, compartilha sua experiência e oportuniza que outro colega desenvolva a atividade, até contemplar todos os alunos da turma. Os alunos aprendem que é necessário cuidar também do que é coletivo, não apenas do que pertence apenas a eles, compreendendo que se alguém não cuidar direito da abelha, molhando-a, por exemplo, a turma inteira será prejudicada.
Sobre o Sicredi - O Sicredi é uma instituição financeira cooperativa com mais de 2,3 milhões de associados e 1.229 pontos de atendimento, em 10 estados* do país. Organizado em um sistema com padrão operacional único conta com 108 cooperativas de crédito filiadas, distribuídas em quatro Centrais Regionais – acionistas da Sicredi Participações S.A. - uma Confederação, uma Fundação e um Banco Cooperativo que controla uma Corretora de Seguros, uma Administradora de Cartões e uma Administradora de Consórcios. Mais informações no site sicredi.com.br. (Imprensa Sicredi Norte Sul PR/SP)
* Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Pará, Rondônia e Goiás.
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CLIMA: Nova geada deve chegar em setembro
A massa de ar que provocou a ocorrência de duas geadas no Paraná na última semana não ameaça retornar ao estado nas próximas duas semanas. Mas, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) não descarta que o fenômeno apareça novamente em setembro. A probabilidade de isso acontecer, aliás, é grande. “Anos de neutralidade climática, como é o caso agora, permitem entradas dessas massas muito intensas”, explica Luiz Renato Lazinski, do Inmet. Se a geada ocorrer, segundo Lazinski, pode pegar áreas altas do estado, incluindo regiões dos Campos Gerais, como Guarapuava e Ponta Grossa, além de Palmas. Ou seja, as regiões em que o trigo conseguiu escapar da queda acentuada de temperaturas nos episódios da semana passada, porque em maior parte das lavouras o plantio foi atrasado pelas chuvas.
Perdas generalizadas - Nas demais regiões produtoras do estado, as perdas foram generalizadas e comprometeram a produção de grãos e hortaliças. Nas contas do presidente do Sindicato Rural Patronal de Londrina e Tamarana, Narciso Pissinati, o café sofreu prejuízos significativos na região Norte, além do trigo. “Foi a pior geada dos últimos tempos”, define. No caso do café, ele ressalta que não havia o que fazer, porque a altura dos pés impedia qualquer ação.
Hortaliças - As hortaliças também foram prejudicadas. Produtor há mais de 30 anos no Patrimônio Selva, na zona sul de Londrina, Eliel dos Santos Silva diz não se lembrar de outra geada como esta desde 1975. “Sobraram 10 canteiros. Plantamos um pouco de rabanete no lugar da alface queimada. Perdi dois mil pés de abobrinha paulistinha e mil de abóbora Itália”, diz.
Repolho - No segundo dia de geada, outros cinco mil pés de repolho e um hectare de milho verde se perderam. “O prejuízo financeiro é irreparável e deve chegar a R$ 40 mil. É complicado, plantamos para colher uns R$ 50 mil, se pegar uns R$ 10 mil é muito.”
Noroeste - A geada negra que devastou as lavouras de café em Mandaguari, no Noroeste do Paraná, deve gerar prejuízos de pelo menos R$ 18,2 milhões para a safra de 2014. O cálculo é da Cooperativa Agropecuária e Industrial de Mandaguari (Cocari). Na madrugada de quinta-feira (25/07), os termômetros chegaram a marcar 6º C negativos no município, que é o principal polo cafeeiro da região.
Geada negra queimou folhas de cafezais no Norte do estado - A previsão para o ano que vem era comercializar 350 mil sacas de café a uma média de R$ 260. Como 20% da produção foi afetada, o déficit será de 70 mil sacas – daí os R$ 18,2 milhões em prejuízos. Só o produtor de café Edson Lopes, por exemplo, teve 50% da produção comprometida. “Metade da minha produção foi atingida. É um valor em torno de pelo menos R$ 100 mil perdidos”, calcula.
Mudas - Somente as mudas foram salvas. “Tentamos proteger as mudas de seis meses enterrando-as. Essas se salvaram. Semana que vem temos que tirar da terra.”
Outras regiões - A geada também atingiu as produções de hortaliças, na região de Maringá, e trigo, na região de Umuarama. O milho não foi afetado pela geada. Isso porque o grão já estava em estágio final de maturação. (Gazeta do Povo)
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TRIGO I: Cotações vão continuar elevadas graças às geadas
Com uma valorização acumulada de 50% em 12 meses, as cotações do trigo vão continuar elevadas graças às geadas, avaliam os analistas. E as previsões são de novas ocorrências até setembro, com efeitos ainda mais graves para o trigo em estágio avançado. “Os preços, que deveriam baixar com a entrada da nova safra, entre setembro e novembro, devem continuar elevados até o final do ano”, avalia Luiz Carlos Pacheco, consultor da Trigo e Farinhas.
Ajustes - Elcio Bento, analista da Safras e Mercado, destaca que antes dos problemas climáticos o mercado já estava realizando ajustes. “Os negócios futuros estavam sendo feitos a R$ 750 a tonelada, mas o mercado hoje está em R$ 900 por tonelada”, compara. Essa alta busca, justamente, viabilizar a importação de trigo de regiões que também enfrentam escassez.
Valor médio - Entre julho de 2012 e julho deste ano, o valor médio da saca de 60 quilos saiu de R$ 25,81 para R$ 39,17 no Paraná. O movimento se repete no varejo, onde o quilo da farinha saiu de R$ 1,51 para R$ 2,07 no período, conforme a Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
Assimilação - Bento destaca que como as indústrias repassam os custos, a alta gera reflexos sobre o consumo, pois “o mercado não consegue assimilar integralmente essa mudança”. A indústria da panificação afirma que os reajustes devem ocorrer em proporção menor nos produtos finais, que envolvem outros custos. (Gazeta do Povo)
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TRIGO II: Cooperativas do PR devem industrializar mais cereal
Cooperativas paranaenses esperam elevar em 31,5% a capacidade de industrialização de trigo no estado até 2015. As atuais 1.900 toneladas processadas diariamente saltariam para 2.500 toneladas/dia em até dois anos, a partir da ativação de dois novos moinhos no Estado, estima o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Culturas de Inverno do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Flávio Turra.
Capacidade de industrialização - ConformeTurra, atualmente as cooperativas concentram 24% da capacidade total de industrialização do cereal. "A participação das cooperativas mais ativamente na industrialização do trigo tem como objetivo dar sustentação a comercialização do trigo dos cooperados", disse ao Agrodebate. Para o dirigente da Câmara Setorial, o sistema cooperado ao qual os produtores aderiram oferece melhores rendimentos. "As cooperativas poderão contribuir com o fortalecimento da produção do cereal no país. Por enquanto, a atuação das cooperativas tem abrangência regional, mas acreditamos que o modelo usado do Paraná poderá ser adaptado a realidade de outros estados com resultados positivos", disse ainda o coordenador.
Fortalecimento - A fala é uma referência à exportação do atual modelo paranaense para outras unidades federadas. Intenção é fortalecer este ramo naqueles estados onde a atividade ainda não existe. Ele cita o caso de Mato Grosso, que dispõe de condições geográficas e climáticas favoráveis. "Mato Grosso possui condições necessárias de solo e de clima para o cultivo do trigo. Outro fator importante é a procura pelas variedades mais adequadas à região, pois assim a qualidade e a produtividade serão maiores", disse ao Agrodebate. Turra já participou de reunião da Câmara Técnica do Trigo mato-grossense, onde apresentou o trabalho paranaense.
Com indústria - Mesmo sem produzir trigo, Mato Grosso conta com uma indústria de processamento do produto. Ela funciona no Distrito Industrial da capital Cuiabá, mas precisa importar a matéria-prima. "A única vez que adquirimos trigo cultivado em Mato Grosso foi há três anos. Era um produto de bastante qualidade. Fora isso, sempre importamos o produto da Argentina ou, em raras ocasiões, do Sul do Brasil", citou o gerente regional de vendas do moinho, Otto Correia. (Agrodebate / News Agro - VS Comunicação)
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MILHO: Cultura deve perder terreno no verão, aponta levantamento
Depois de alcançar recordes de produção neste ano, o milho deve perder terreno no próximo verão. Para a safra 2013/14, que começa a ser plantada no Brasil em setembro, o cereal tende a ocupar 5,282 milhões de hectares na região Centro-Sul do país, 10% menos do que o cultivado no ano passado. A estimativa faz parte de um levantamento preliminar da consultoria Safras & Mercado, que ainda aposta em redução de 6,2% na área da segunda safra do grão, que é cultivada no inverno, e deve ter apostas de 7,49 milhões de hectares.
Cálculo - Considerando uma expectativa de normalidade no clima, a empresa calcula que 72,17 milhões de toneladas sairão das lavouras – 29,715 milhões de toneladas no verão e outras 42,463 milhões de toneladas no inverno. Se confirmado, o volume total ficaria 6 milhões de toneladas acima do registrado no ciclo 2012/13.
Preços - A perspectiva de perda de espaço do milho está associada a uma queda acentuada nos preços do produto nos últimos meses, que é influenciada pelos resultados históricos obtidos na temporada anterior e pela recomposição dos estoques nacionais. Além disso, os importadores devem voltar a contar com os Estados Unidos como principais fornecedores globais do produto, reduzindo a participação brasileira.
Estoque - 12,3 milhões de toneladas é quanto devem crescer as reservas de milho do Brasil até o final do ano. Volume é resultado de duas safras recordes. (Gazeta do Povo)
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AGRICULTURA: Florestas dão impulso à produção integrada
A paisagem na propriedade de 50 hectares do pequeno produtor Edgar José Berton, em Bocaiuva do Sul, Região Metropolitana de Curitiba, se tornou mais densa nos últimos sete anos. A plantação de caqui, iniciada há três décadas pelo pai Gabriel, hoje divide espaço com florestas de pinus e eucalipto. A integração de culturas, implantada em 2006, foi a estratégia para aumentar a renda e, de quebra, gerar benefícios para a fruticultura.
Implantação - O projeto de diversificação demorou três anos para começar a ser implantado, tempo necessário para Edgar convencer seu pai quanto à necessidade da renda extra. Atualmente, o caqui ocupa oito hectares, enquanto as árvores de reflorestamento estão espalhadas por 25 hectares. “Não podemos mexer na reserva legal (10 hectares). Mas estamos pensando em fazer mais reflorestamento nos sete hectares que ainda não cultivamos”, conta Berton, que tem também “meia dúzia de vaquinhas” na propriedade.
Qualidade do caqui - Além da renda com o corte das 42 mil árvores, provavelmente no próximo ano, a integração tem elevado a qualidade do caqui. “O reflorestamento está nas bordas do pomar, de maneira que funciona como quebra vento e protege de geada e fungos. Antes, o vento fazia o fruto bater nos galhos, deixando mancha e reduzindo a classificação”, explica o produtor, que colheu 12 toneladas na safra passada. “Atualmente ganho mais também com o caqui.”
Produtores - A exemplo de Berton, cresce continuamente o número de produtores com até quatro módulos de terra (cada módulo tem cerca de 18 hectares no Paraná, dependendo do município) que aposta na integração de cultivos para elevar a renda.
Projeto Madeira - O projeto Madeira, fomentado pelo Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), que teve atividades iniciadas em 2000, alcança mais de 1 mil propriedades no Paraná (cerca de 14 mil hectares). A diretriz é incentivar a introdução de florestas cultivadas na agropecuária sem agravar a escassez de terra para avanço da agricultura.
Resultados - Na avaliação do coordenador estadual de Produção Florestal, Amauri Ferreira Pinto, “os resultados são ótimos, pois além da nova cultura, os cultivos tradicionais acabam beneficiados, inclusive pela melhoria da terra no quesito nutriente”. Ainda de acordo com o técnico, a renda dos produtores aumenta 20% no curto prazo (um a dois anos) e pode dobrar no longo prazo (sete anos). “A gestão da propriedade muda. O produtor passa a ter estratégia e planejamento”, reforça Ferreira.
Custo inicial- O custo inicial para implantar a integração gira em torno de R$ 900 por hectare, valor necessário para as mudas e a construção de cerca elétrica para o gado. A assistência técnica é fornecida pela Emater. “No começo, as minhas dúvidas eram sanadas pelos técnicos da Emater”, relembra Edgar.
Potencial - O potencial do estado para esse tipo de negócio é enorme. De acordo com dados da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), o Paraná tem 495 mil pequenas propriedades (quando a área é menos que quatro módulos), 93% do total. “Vai crescer muito nos próximos 10 anos, principalmente pela necessidade da certificação de sustentabilidade e com as exigências do consumidor final”, afirma Ferreira. (Gazeta do Povo)
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INSUMOS: Publicado decreto que simplifica registros de fertilizantes
Foi publicado no Diário Oficial da União desta segunda-feira (29/07), o Decreto nº 8.059/2013, dispondo sobre a fiscalização e inspeção de fertilizantes. Dessa forma, todas as instruções normativas específicas que tratam de fertilizantes, corretivos, inoculantes e biofertilizantes devem ser adequadas. Além disso, deverá ser realizada uma reunião técnica de trabalho com os fiscais federais agropecuários envolvidos na fiscalização destes insumos para atualizá-los das alterações promovidas. (Com informações do Mapa)
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LICENÇAS: Pacto de Monsanto e Embrapa em xeque
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) poderá rever a autorização que deu ao acordo em que a americana Monsanto pretende conceder licença para que a estatal brasileira Embrapa possa vender algodão com tecnologia "RRFlex" e "BGII/RRFlex", mais resistentes a pragas. Na semana passada, a Superintendência-Geral do Cade liberou a operação por entender que esses contratos não precisam ser analisados pelo órgão de defesa da concorrência. Caso o plenário "eventualmente entenda de modo diverso, recomenda-se que seja a operação aprovada, sem restrições", apontou decisão publicada no "Diário Oficial da União". A decisão, portanto, já incluía uma sugestão caso algum conselheiro "puxasse" a avaliação do negócio para o plenário do Cade.
Avocação - Quatro dias depois, contudo, o presidente do Cade, Vinícius Carvalho, apresentou um pedido de avocação, com o qual a decisão da superintendência ficará suspensa até que a operação seja efetivamente julgada pelo plenário.
Livre concorrência - De acordo com Carvalho, o negócio entre a Monsanto e a Embrapa "envolve questões que podem limitar ou prejudicar a livre concorrência". O órgão antitruste ainda não decidiu se os licenciamentos de uso de tecnologias devem ou não ser aprovados antes de terem validade no mercado. Isso merece um "debate aprofundado" pelo conselho, argumentou o presidente do órgão.
Adiamento da discussão - Essa discussão vem sendo adiada no Cade. No primeiro semestre, os conselheiros começaram a julgar outros contratos de licenciamento da Monsanto para empresas. Essas operações envolviam a licença para reprodução da tecnologia "Intacta RR2 Pro", que torna a soja resistente a lagartas. Os casos que já começaram a ser analisados estão sob as regras da antiga lei de defesa da concorrência, segundo a qual as companhias podiam realizar a operação mesmo antes do aval do Cade.
Nova legislação - Mas a concessão de licença pela Monsanto para que o grupo Bayer produza esse tipo de soja geneticamente modificada seguiu as regras da nova legislação. Assim, a superintendência chegou a liberar o negócio, mas a decisão foi suspensa pelo mesmo método do caso com a Embrapa, ou seja, a avocação. A Monsanto, nesse caso, terá que aguarda a decisão do Cade, já que o contrato com a Bayer também será novamente julgado, só que dessa vez pelo plenário.
Operação - Conforme a superintendência, esses tipos de operação "não devem ser conhecidos por tratarem de licenciamento não exclusivo de direito de propriedade intelectual e que não carregaram consigo acordos de não concorrência, transferência de ativos, organização comum".
Entendimento - Alguns conselheiros concordam com esse entendimento. Outros, entretanto, são contrários a essa interpretação, ao defenderem que a transferência de tecnologia e de patentes entre empresas concorrentes pode resultar em riscos à competição no setor - e que, por isso, devem ser notificados ao Cade. (Valor Econômico)
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COMÉRCIO EXTERIOR: Nova regra antidumping prevê redução em prazos de análise
O governo publicou nesta segunda-feira (29/07) novas regras para investigação de antidumping, medida de defesa comercial adotada quando um país exporta produtos a um preço inferior ao praticado no mercado interno. Com as mudanças, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior espera reduzir, de 15 meses para 10 meses, o prazo médio de análise dos processos.
Atualização - O decreto 8.058, de 2013, atualiza a legislação anterior, de 1995. O texto estabelece limite de 60 dias para que o ministério decida se irá abrir investigação, após uma entidade ou empresa apresentar o pedido. Antes não havia esse prazo.
Conclusão preliminar - Se aberto o processo, os investigadores da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) terão mais 120 dias, no máximo, para ter uma conclusão preliminar. Pelas regras anteriores, isso não era obrigatório e, em média, era feito em até 240 dias. Assim, em quatro meses, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) poderá aplicar o direito antidumping provisório -sobretaxar importações do país que estiver praticando dumping mesmo sem o fim das investigações.
Validade - Essa medida pode valer por até seis meses, de acordo com as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC). As novas regras valem para casos apresentados a partir de 1º de outubro e não interferem nos processos já em curso. "A principal mudança diz respeito ao prazo de investigação. É a principal demanda do setor privado brasileiro", disse Felipe Hees, diretor do Departamento de Defesa Comercial da Secex. Para Antonio Garbelini Junior, do Siqueira Castro Advogados, a redução no período de análise não irá prejudicar a qualidade das investigações. "Com a experiência que a autoridade de defesa comercial brasileira já tem, o prazo é razoável."
Retroativo - Garbelini destacou a inclusão no decreto da possibilidade de aplicar direito antidumping retroativo, antes previsto apenas em resolução da Camex. "É um sinal de que o país está endurecendo mais na questão da investigação antidumping", afirmou, lembrando que "o importador não vai querer correr o risco de ter prejuízo". (Valor Econômico)
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ESTRADAS: Governo do PR assina protocolo para duplicar Rodovia dos Minérios
O governo do Paraná assinou nesta segunda-feira (29/07) um protocolo de intenções com o Grupo Votorantim Cimentos para a duplicação da Rodovia dos Minérios (PR-092), no trecho que liga Curitiba, Almirante Tamandaré, Itaperuçu e Rio Branco do Sul. A obra é uma reivindicação antiga de moradores da Região Metropolitana de Curitiba, que promoveram no dia 16 de julho um bloqueio na pista, pedindo agilidade na execução da obra. Em nota divulgada nesta segunda-feira, o governo estadual assegurou que, além da Rodovia dos Minérios, outras duplicações de vias importantes entre a capital e cidades vizinhas também serão feitas, como é o caso da Rodovia da Uva (Colombo) e a PR-415 (que liga Pinhais a Piraquara).
Investimentos - O investimento para a duplicação da Rodovia dos Minérios é de R$ 181 milhões. O acordo feito nesta segunda-feira entre o Governo Estadual e a Votorantim garante que os recursos que a empresa irá investir serão descontados do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias, Bens e Serviços (ICMS) que a indústria teria que recolher ao estado. (Gazeta do Povo)
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DESENVOLVIMENTO HUMANO I: IDH-M dos municípios paranaenses avança quase 50% em 20 anos
O Paraná foi um dos motores da melhoria de vida na média das cidades brasileiras durante as duas últimas décadas. Entre 1991 e 2010, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) do Brasil cresceu 47,5%, enquanto o paranaense subiu 47,7%. O avanço fez o estado chegar à quinta colocação entre as 27 unidades da federação, ultrapassando o Rio Grande do Sul. O Paraná não tem mais nenhuma cidade com IDH-M muito baixo, que é faixa que vai de 0 a 0,499. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (29/07) pela Organização das Nações Unidas (ONU), em Brasília, e seguem como referência os três últimos censos realizados no país – 1991, 2000 e 2010. Nesse período, o IDH-M do Brasil passou, respectivamente, de muito baixo (0,493) para médio (0,612) e alto (0,727).
Distribuição de renda - Os números comprovam que as melhorias não aconteceram apenas recentemente, a partir da implantação de programas de distribuição de renda como o Bolsa Família. O índice seguiu uma tendência de alta similar nas duas décadas passadas, primeiro de 0,119 (24,1%) e depois de 0,115 (18,8%). “O protagonista dessa mudança é o brasileiro. O Bolsa Família exerce um papel coadjuvante, embora merecesse o Oscar de ator coadjuvante”, avalia o presidente do Ipea e ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Néri.
Educação - Entre os três componentes do índice (longevidade, educação e renda), a educação foi o que mais avançou proporcionalmente, mas continua sendo o mais fraco – aumentou de 0,279 para 0,456 a 0,637. Enquanto isso, a renda subiu de 0,647 para 0,692 e 0,739 e a longevidade de 0,662 para 0,816. “O Brasil tem demonstrado que é possível, em muito pouco tempo, mudar a condição de um país”, disse Jorge Chediek, o representante residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano (Pnud) no Brasil.
Divisão - Um grupo de 4.122 municípios (74% do total) encontra-se atualmente nas faixas de IDH-M médio ou alto. Só 44 cidades (0,8%), no entanto, fazem parte da faixa de desenvolvimento considerado muito alto (entre 0,800 e 1). No Paraná, o maior avanço do índice (22,2%) ocorreu entre 1991 e 2000, quando houve um acréscimo de 0,143 – de 0,507 para 0,650. De 2000 a 2010, o crescimento perdeu força (14,06%) e ficou em 0,099 – de 0,650 para 0,749. Foi na última década, porém, que o estado superou o Rio Grande do Sul, cujo indicador passou de 0,664 (em 2000) para 0,746 (em 2010).
Maior avanço - Assim como aconteceu com o Brasil, a educação foi o indicador com maior avanço no Paraná. Entre as três medições, subiu de 0,298 para 0,522 e 0,668. Já a renda cresceu de 0,644 para 0,704 e 0,754 e a longevidade, de 0,679 para 0,747 e 0,830.
Só 0,8% das cidades têm desenvolvimento muito alto no país - Apenas 44 cidades brasileiras tem um nível muito alto de desenvolvimento humano. De acordo com o Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil, para estar nessa categoria é preciso que as cidades tenham índices superiores a 0,800. A maior parte dos municípios nessa faixa de IDH-M se concentram nos estados de São Paulo (24) e Santa Catarina (11).
Índice - No Paraná, apenas Curitiba (0,823) e Maringá (0,808) atingiram o índice. Ainda estão na lista Rio Grande do Sul (1), Rio de Janeiro (1), Distrito Federal (1), Espírito Santo (2) e Minas Gerais (2).
Evolução - Embora essas cidades representem menos de 1% do total de municípios do Brasil, alcançar esse patamar revela uma evolução no desenvolvimento brasileiro. Em 1991, nenhuma cidade alcançava sequer um índice de alto desenvolvimento: apenas 43 municípios estavam no nível médio, com notas entre 0,600 e 0,699. Por outro lado, a maioria dos municípios era considerada de muito baixo desenvolvimento humano: eram 4.777 municípios com índices até 0,499, o que representa quase 86% do total.
Mudança no panorama - Em uma década, o panorama começou a mudar. São Caetano do Sul, em São Paulo, despontou como a cidade com maior IDH-M do país, posição que mantém até agora, 20 anos depois da primeira medição. Ao longo dessas duas décadas, o que se observou foi a diminuição das cidades com índices de muito baixo desenvolvimento, que passaram de 4.777 para 32, e uma concentração de municípios nas zonas de médio desenvolvimento, de 43 para 2.233, no intervalo entre 1991 e 2010.
Divisão regional - No entanto, a divisão regional mostra que o desenvolvimento não ocorre no país de forma uniforme. Enquanto as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste não têm nenhuma cidade com índice de desenvolvimento muito baixo (abaixo de 0,499), no Norte e Nordeste não há sequer um município com IDH-M muito elevado (acima de 0,800). (Gazeta do Povo)
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DESENVOLVIMENTO HUMANO II: PR deixa de ter cidades com IDH-M muito baixo
O atlas produzido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) revela que, na última década, o Paraná deixou de ter municípios com um Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) considerado muito baixo – a pior faixa do indicador, que vai de 0 a 0,499. A evolução também atingiu o outro extremo do ranking, com dois municípios, Curitiba e Maringá, chegando pela primeira vez ao grupo das cidades brasileiras com IDH-M muito alto.
2000 - Em 2000, 24 municípios paranaenses possuíam um índice entre 0 e 0,499 – a maioria, localizada no Centro Sul-Paranaense e na região do Vale do Ribeira. Ao longo da década, quatro passaram para a faixa de IDH-M baixo e 20 evoluíram direto para o índice considerado médio. Não à toa, as cidades do Paraná que mais registraram aumento porcentual no IDH-M de 2000 para 2010 são aquelas que, na pesquisa anterior, tinham os piores indicadores.
Ganho - “O ganho em termos de políticas sociais e distribuição de renda é mais perceptível nos municípios de renda mais baixa, que mais receberam essa contribuição. Assim, os municípios com índice mais baixo apresentaram uma melhoria mais expressiva do que aqueles que já estavam com um nível melhor de emprego e produção econômica”, explica o mestre em Desenvolvimento Econômico e professor da Universidade Tuiuti do Paraná, Wilson Mendes do Valle.
Consenso - Entre geógrafos e economistas, é consenso que a melhoria no IDH-M, tanto nos municípios paranaenses quanto no Brasil, é resultado do ciclo de crescimento econômico que se iniciou em 2004 e seguiu até 2010, além das políticas públicas direcionadas para as famílias mais pobres, como o Bolsa Família. A partir de agora, com o arrefecimento da economia e a saturação destas mesmas políticas, é provável que o índice continue a subir, mas em ritmo mais lento. “Sem o ciclo de crescimento, as políticas públicas conseguiriam fazer pouco. É um efeito sistêmico, porque nesse período todo houve um crescimento no mercado de trabalho muito maior do que o crescimento populacional. Já as outras variáveis [educação e longevidade] mudam mais lentamente”, avalia o economista e professor da Universidade Federal do Paraná João Basilio Pereima.
No topo - Do outro lado da tabela, Curitiba e Maringá se juntaram ao grupo de 44 cidades brasileiras com IDH-M muito alto (acima de 0,800) – a maioria dos municípios nesta faixa fica nos estados de São Paulo e Santa Catarina. Em 1991, nenhuma cidade brasileira alcançava nem sequer um índice de alto desenvolvimento. O panorama começou a mudar em 2000, quando São Caetano do Sul, em São Paulo, despontou como a cidade com maior IDH-M do país, posição que mantém até agora – em 2010, o índice chegou a 0,862.
Centro-Sul e Vale do Ribeira têm os piores IDHs - Dos dez municípios paranaenses com as menores taxas no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), divulgado ontem, oito são da Região Centro-Sul e do Vale do Ribeira. A distância dos grandes centros afasta investimentos e é apontada como uma das razões do baixo desenvolvimento.
Cantuquiriguaçu - Na região da Associação dos Municípios do Cantuquiriguaçu, que concentra 21 cidades do Centro-Sul, apenas duas cidades tiveram índices superiores a 0,7: Laranjeiras do Sul e Virmond. O secretário de Governo e Gestão de Laranjeiras do Sul, Gizelio Linhares, diz que, na última década, apesar de o desempenho dos municípios desta região ter aumentado, ainda é inferior às demais regiões.
Centro-Sul - Algumas cidades do Centro-Sul, como Goioxim, conseguiram deixar a lista dos piores índices. Agora, a cidade ocupa a 368.ª posição, com taxa de 0,641. “Acho que foram as melhorias das estradas que favoreceram a agricultura familiar, principalmente os que pertencem à bacia leiteira, e o programa Bolsa Família, que melhorou a renda da nossa população”, aponta o prefeito de Goioxim, Elias Schreiner.
Investimento público - Já as prefeituras do Vale do Ribeira precisam de mais investimentos públicos e iniciativas que melhorem a distribuição de renda, segundo o prefeito de Pinhais, Luizão Goulart, e presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba. (Gazeta do Povo)

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GOVERNO FEDERAL: Decreto eleva em R$ 3 bi a verba para Educação
Uma semana depois de ter anunciado um corte adicional de R$ 10 bilhões nas despesas públicas deste ano, a presidente Dilma Rousseff baixou decreto aumentando em R$ 2,996 bilhões as dotações orçamentárias do Ministério da Educação (MEC). A abertura desse crédito suplementar no Orçamento para a educação não constou do relatório de avaliação de despesas e receitas relativo ao 3º bimestre, encaminhado na semana passada ao Congresso Nacional e que serviu de base para a definição do corte.
Primeiro passo - O crédito suplementar não significa aumento automático dos gastos do MEC, mas é o primeiro passo para que isso ocorra, pois o governo não pode realizar despesa que não esteja prevista na lei orçamentária. O Ministério do Planejamento explicou ao Valor que "o crédito objetivou dar condições de execução de programações do MEC, para as quais havia insuficiência de dotações orçamentárias". Segundo o governo, "esse tipo ajuste orçamentário ocorre regularmente".
Limite - O Planejamento informou, no entanto, que o MEC continuará submetido ao limite de empenho e pagamento definido no decreto 7.995, de 2013. Para se manter dentro desse limite, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, terá, portanto, que cortar outros gastos de sua pasta para abrir espaço à execução do crédito suplementar. Ou, então, conseguir junto à presidente Dilma Rousseff uma ampliação do limite de empenho e pagamento.
Resultado fiscal - Pelo fato do Ministério da Educação se manter dentro do limite fixado pelo decreto 7.995, o Planejamento explicou que o crédito suplementar "não comprometerá o resultado fiscal previsto para este ano". A Secretaria do Tesouro Nacional (STN) também informou que não houve alteração no limite financeiro do MEC e que, por causa disso, a dotação orçamentária suplementar não terá impacto no resultado primário do governo central (Tesouro, Previdência e Banco Central).
Receitas e despesas - A cada dois meses, o governo faz uma avaliação de receitas e despesas, quando estabelece novos limites para empenho e pagamentos, de acordo com sua previsão para o resultado primário. O decreto relativo à avaliação do 3º bimestre, quando o governo anunciou corte de R$ 4,369 bilhões nas despesas discricionárias, ainda não foi editada pela presidente Dilma. Haveria também uma reestimativa líquida de R$ 5,630 bilhões na previsão das despesas obrigatórias.
Crédito suplementar - Os recursos para a abertura do crédito suplementar para a educação foram provenientes, em sua quase totalidade, do superávit financeiro da União de 2012. Apenas R$ 60,7 milhões decorreram de anulação de outras dotações orçamentárias do ministério. Outros R$ 95,8 milhões tiveram origem de "excesso de arrecadação", mesmo com a receita tributária tendo apresentado forte queda em relação ao programado para este ano.
Reforço - O decreto da presidente Dilma Rousseff publicado nesta segunda-feira (29/07) no "Diário Oficial da União" reforçou em R$ 116,4 milhões as dotações para a expansão e reestruturação de instituições federais de educação profissional e tecnológica e destinou recursos para várias universidades federais, sendo cerca de R$ 130 milhões para a Universidade Nacional de Brasília (UnB) e outros R$ 49,6 milhões para universidades federais do Rio de Janeiro. A suplementação para a educação básica foi de R$ 543,1 milhões. Numerosas outras despesas tiveram pequenas elevações de dotações. (Valor Econômico)
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INTERNACIONAL: Crise financeira na China ainda é pouco provável
Estará a China à beira de um colapso financeiro? Essa é uma pergunta que vem ganhando nova urgência, depois que a economia do país entrou em desaceleração. O crescimento no segundo trimestre foi de 7,5%, em sua segunda queda consecutiva. A dívida total já alcançaria mais de US$ 17 trilhões, ou espantosos 210% do Produto Interno Bruto (PIB), num aumento de 50 pontos percentuais em relação a quatro anos atrás, estima Wang Tao, economista-chefe para a China do UBS Securities (UBS).
Temor - A escala do problema sugere que o temor é bem fundado. No altamente alavancado setor empresarial chinês, a dívida das empresas chegou a 113% do PIB no fim de 2012, acima dos 86% em 2008 - quando os líderes do país ordenaram que os bancos abrissem suas torneiras de crédito durante a crise financeira, estima Louis Kuijs, economista-chefe para China no Royal Bank of Scotland (RBS).
Excesso de capacidade - Para piorar as coisas, as maiores empresas tomadoras de crédito - estatais de setores da indústria pesada como aço, alumínio, solar e construção naval - estão agora com excesso de capacidade, que foi financiado pelo crédito fácil.
Pagamento de juros - Uma parcela significativa dos novos empréstimos está sendo usada para pagar juros de empréstimos anteriores, segundo Wang, do UBS. "Os fabricantes que estão enfrentando problemas de excesso de oferta serão a fonte mais provável de novas inadimplências para os bancos neste ano", diz Liao Qiang, diretor de classificação de crédito de instituições financeiras na Standard & Poor's. "E, no próximo ano, os bancos sofrerão pressões crescentes, de incorporadoras imobiliárias, empresas de construção civil e governos locais endividados e em dificuldades".
Inadimplência - Embora o nível de inadimplência oficialmente admitido seja ainda muito baixo - pouco inferior a 1% para os bancos comerciais, no fim do ano passado -, esse nível é provavelmente subestimado. Os empréstimos dos governos locais, tomados em grande parte no sistema bancário paralelo, não regulamentado, cresceram nos últimos anos e agora equivalem a cerca de um terço do PIB, segundo o UBS.
Infraestrutura e empreendimentos imobiliários - Grande parte desse dinheiro foi bombeado para projetos de infraestrutura e empreendimentos imobiliários que não gerarão retornos durante anos. Se os mercados imobiliários chineses esfriarem, os governos locais, fortemente dependentes da venda de terrenos, poderão ficar inadimplentes.
Risco pequeno - Embora muitos analistas estejam ficando mais pessimistas em relação à economia chinesa, eles admitem haver risco muito pequeno de uma crise sistêmica. Controles de capital protegem a China do tipo de fuga que provocou colapsos financeiros em países como Tailândia e Malásia na década de 1990. Além disso, a dívida externa chinesa é muito pequena, apenas 7,2% do PIB, aponta Kuijs, do RBS, de modo que um esfriamento no interesse do capital estrangeiro não teria muito impacto.
Poupança pessoal - Com seu elevado nível de poupança pessoal e US$ 1,7 trilhão em ativos estrangeiros líquidos, a China tem amplos recursos para socorrer bancos e setores da economia em dificuldades. Kuijs estima que, mesmo num cenário de "grave estresse", em que um terço dos empréstimos ficasse em condição de inadimplência, o custo de um socorro elevaria a dívida do governo em apenas sete pontos percentuais, para ainda gerenciáveis 60%. "Seria certamente problemático. Mas a China tem meios fiscais para absorver problemas como esse."
Otimismo - Wang, do UBS, também é otimista. "O nível de endividamento não é um bom indicador para saber se um país tem um problema sério", diz ela. "A questão é saber se o país tem condições de arcar com a dívida, e até agora a China tem."
Sem pressa - O governo não tem pressa para resolver o problema da dívida. Em evento recente, o premiê Li Keqiang disse que o crescimento econômico não cairá abaixo de 7%. "Se a China quer reduzir sua dívida, então o crescimento terá de ser menor. Em algum momento mais adiante, eles terão de optar", disse Shen Minggao, diretor de pesquisa para a China no Citigroup. (Bloomberg Businessweek / Valor Econômico)
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