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OPINIÃO: A evolução do Brasil e do Paraná Rural detectada pelo Censo Agropecuário do IBGE

 

opiniao destaque 27 12 2018*José Roberto Ricken e Robson Mafioletti

 

O censo é o principal instrumento em qualquer País para fazer um diagnóstico e detectar a situação do momento de determinado setor da economia. A partir destes levantamentos detalhados, será mais assertiva a proposição de políticas públicas e avaliação da efetividade das políticas já existentes, além de ser uma referência confiável para os agentes privados planejarem os investimentos produtivos.

 

Cabe destacar o importante papel que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vem desempenhando. No ano de 2020, estará comemorando um século desde que o Brasil realizou o 1º censo agropecuário e de 80 anos realizados pelo IBGE, os primeiros foram realizados pelo DGE – Diretoria Geral de Estatísticas. 

 

Charles C. Mueller, professor da UNB e ex-presidente do IBGE, destaca as profundas transformações que a agropecuária passou, de um setor primitivo, atrasado, que produzia umas poucas commodities para a exportação, notadamente o café e cana-de-açúcar e de produtos de subsistência, que geravam algum excedente visando abastecer sua população, a um dos maiores exportadores mundiais de uma ampla e diversificada produção de commodities e produtos elaborados, gerados por uma agropecuária moderna, altamente produtiva, parte essencial de complexos agroindustriais de ponta. Ela agora abastece de forma competente os mercados internos que cresceram se urbanizaram, diversificaram e sofisticaram, e poucos duvidam do seu potencial de avançar ainda mais, desde que políticas adequadas sejam adotadas.

 

O primeiro censo agropecuário ocorreu em 1920 e a promessa de repetição da atividade censitária com periodicidade decenal, no entanto, com a revolução de 1930 não foi possível realizar. Os censos seguintes foram em 1940, 1950, 1960, 1970, 1975, 1980, 1985, 1995-96, 2006 e o último em 2017, perfazendo 11 censos agropecuários até o momento.

 

No censo agropecuário de 2017, a coleta de dados a campo iniciou em 1º de outubro de 2017 e se estendeu até 28 de fevereiro de 2018 e a base e padronização da coleta foi realizada pelo manual do recenseador. Por ocasião do Outlook Fórum,realizado nos dias 23 e 24 de agosto de 2018, em Curitiba, os pesquisadores do IBGE fizeram a apresentação dos resultados preliminares do censo, o qual motivou este artigo para apreciação dos envolvidos neste relevante setor da economia brasileira que é o agronegócio, que representa 23% do PIB Brasileiro e 45% das exportações totais de nosso País.

 

Um dos destaques do censo é a queda de 2% no número de estabelecimentos e aumento de 5% na área total dos estabelecimentos.

 

Gráfico 01 – Evolução do número de estabelecimentos rurais nos últimos 42 anos no Brasil e Paraná (1975 a 2017 – em mil estabelecimentos)

 

opiniao grafico I 27 12 2018

 

Nos últimos 10 anos, o número de estabelecimentos no Brasil reduziu-se em 103,5 mil (-2%), enquanto no Paraná essa redução percentual foi maior de 66 mil (-18%).

 

Gráfico 02 – Evolução da área total cultivada nos últimos 42 anos no Brasil e Paraná (1975 a 2017 - em milhões de hectares)

 

opiniao grafico II 27 12 2018

 

Nos últimos 10 anos, a área total dos estabelecimentos no Brasil cresceu em 16,5 milhões de hectares (+5%), enquanto no Paraná ocorreu redução de 700 mil hectares (-5%).

 

Áreas das propriedades:

Um dos pontos relevantes diz respeito à proporção de estabelecimentos em terras próprias, que cresceu em relação ao censo anterior, de 76% para 82% no atual, e a participação destes estabelecimentos na área total cultivada, que diminuiu de 90,5% para 85,4%.

 

Pessoas nas propriedades:

Em relação a pessoas ocupadas, segundo o censo de 2017, o número é de 15,04 milhões e, na comparação com o censo de 2006, houve uma redução de 1,5 milhão de pessoas; bem como, a média de pessoas ocupadas que reduziu de 3,2 para 3,0 pessoas por estabelecimento.

 

Tratores e defensivos agrícolas:

Contraponto foi o aumento do número de tratores, que cresceu 49,7% no período, que chegou a 1,22 milhão de unidades; o uso de defensivos agrícolas também aumentou em 20% em relação ao censo anterior, com 1,68 milhão de produtores utilizando, o que representa 33,1% do total.

 

Irrigação:

Tecnologia via ampliação de irrigação, com +52% em relação ao censo anterior, com 502 mil estabelecimentos e cobrindo uma área de 6,90 milhões de hectares.

 

Internet:

A internet nos estabelecimentos agropecuários cresceu 1.790%, passando de 75 mil para 1.425 mil estabelecimentos, mas ainda representando somente 28% do total.

 

Participação de mulheres e idosos:

A participação de mulheres e idosos com mais de 65 anos na direção dos estabelecimentos agropecuários cresceu respectivamente em 19% e 21% no período. No censo de 2006, as mulheres representavam 13% dos produtores e os idosos 17,5%.

 

Estudos do pessoal do campo:

O grau de instrução revela que 79% dos produtores têm instrução até o nível fundamental e cerca de 6% tem terceiro grau ou mais estudos.

 

Cor ou raça do pessoal do campo:

Levantamento realizado pela primeira vez no censo de 2017 foi com relação a cor ou raça dos produtores, em que 52% são pretos ou pardos e 45% são brancos, distribuição semelhante à da população brasileira.

Foto: IBGE

 

* José Roberto Ricken é presidente do Sistema Ocepar e Robson Mafioletti, superintendente da Ocepar. Engenheiros Agrônomos formados na UFPR e respectivamente mestres em Administração de Empresas pela FGV e Economia Aplicada pela ESALQ/USP. Este artigo tem como referência os dados do de 2018 do IBGE.

 

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