FOCUS: Mercado reduz pela 8ª vez previsão de crescimento do PIB em 2019
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- Criado em Segunda, 22 Abril 2019 10:38
A mediana das projeções do mercado para o crescimento da economia em 2019 foi reduzida de 1,95% para 1,71% na pesquisa semanal Focus divulgada pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (22/04) com estimativas coletadas até o fim da semana passada. Trata-se da oitava queda consecutiva, numa série de cortes que teve início logo após divulgação do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) de 2018.
Novo corte - Para 2020, o ponto-médio das estimativas para a economia brasileira também sofreu novo corte, de 2,58% para 2,50% de expansão, a quinta redução seguida, vindo de um pico recente de 2,80% atingido no começo de março.
Março - Em março, acompanhando o movimento das principais consultorias e instituições financeiras do mercado, o BC reduziu sua estimativa para o crescimento da economia em 2019 para 2%, ante os 2,4% previstos no Relatório de Inflação (RI) de dezembro de 2018 para o calendário atual.
Crescimento - A economia brasileira cresceu 1,1% em 2018, após evolução de 0,1% no quarto trimestre daquele ano, frente aos três meses anteriores, feitos os ajustes sazonais, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Inflação - A mediana das projeções dos economistas do mercado para a inflação oficial em 2019 voltou a cair, de 4,06% para 4,01%. No caso de 2020, o ponto-médio das expectativas para a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) manteve-se em 4%, nível em que está desde que o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou esse percentual como meta de inflação para o ano, em junho de 2017.
Top 5 - Entre os economistas que mais acertam as previsões, os chamados Top 5, de médio prazo, a mediana para a inflação subiu de 3,81% para 3,90% em 2019 e ficou em 4% para o ano que vem.
Próximos 12 meses - Para os próximos 12 meses, a pesquisa indicou queda na projeção, a sexta seguida, de 3,74% para 3,67% de aumento. Em março, o IPCA ficou em 0,75%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no começo de abril. No mesmo mês, o governo cortou a previsão oficial para o avanço do IPCA de 2019, de 4,25% para 3,8%, de acordo com o primeiro Relatório Bimestral de Receitas e Despesas do ano, instrumento por meio do qual o Ministério da Economia atualiza projeções para indicadores fiscais e macroeconômicos.
Meta - A meta de inflação perseguida pelo BC é de 4,25% em 2019, 4% em 2020 e 3,75% para 2021, sempre com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Selic - A mediana das estimativas para a taxa básica de juros não sofreu alterações: manteve-se em 6,50% no fim de 2019 e em 7,50% no de 2020, tanto entre os economistas em geral quanto entre os campeões de acertos. Vale recordar que, em março, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa básica de juros pela oitava vez consecutiva em 6,5% ao ano, como esperado pelo mercado na primeira reunião sob o comando de Roberto Campos Neto, e
não se comprometeu com uma redução da taxa no futuro próximo.
Simétrico - O colegiado considerou que seu balanço de riscos agora está simétrico, ou seja, há um equilíbrio entre os fatores que podem contribuir para que a inflação fique acima ou abaixo dos percentuais projetados até 2020. Ainda assim, o Copom alertou que precisará de tempo para avaliar o comportamento da economia brasileira.
Próximo encontro - O próximo encontro da autoridade monetária para discussão do juro básico da economia ocorre nos dias 7 e 8 de maio.
Câmbio - Depois de dez semanas parada em R$ 3,70, a mediana das projeções dos economistas do mercado para o dólar no fim de 2019, voltou a oscilar, dessa vez em alta, para R$ 3,75. A última variação dessa estimativa havia ocorrido no Boletim Focus fechado em 1º de fevereiro, quando houve um corte, justamente de R$ 3,75 para os R$ 3,70 em que esteve até a semana passada.
2020 - Para 2020, a mediana das projeções já havia interrompido a estagnação de nove semanas em R$ 3,75 duas sondagens atrás e teve nova alta no relatório divulgado nesta segunda-feira, de R$ 3,78 para R$ 3,80.
Estável - Entre os economistas Top 5, de médio prazo, o ponto-médio das apostas permaneceu em R$ 3,70 no fim de 2019 e subiu de R$ 3,66 para R$ 3,67 em 2020. (Valor Econômico)