EXPOLONDRINA I: Comunicação para conquistar novos mercados
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- Criado em Sexta, 15 Abril 2016 11:37
Comunicar o consumidor sobre a importância do agronegócio para a economia mundial é o grande desafio das instituições de pesquisa e empresas de insumos ligadas ao setor, de acordo com debate realizado na segunda-feira (11/04) no Recinto Horácio Sabino Coimbra, no Parque de Exposições Governador Ney Braga, durante a 56ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina (ExpoLondrina). A mesa de diálogo "Comunicação e Sustentabilidade no Agronegócio" reuniu representantes do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), Universidade Estadual de Londrina (UEL), Ibá Indústria Brasileira de Árvores, DOW Agrosciences, Monsanto, Syngenta e o coordenador de Comunicação Social do Sistema Ocepar, Samuel Milléo Filho. Além disso, contou com uma palestra do presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, que discutiu "Intensificação Sustentável, Comunicação e o Protagonismo do Agronegócio Brasileiro". O tema já havia sido mencionado na quinta edição do EncontrosFolha, que tratou dos "Desafios do agronegócio no Paraná: Produzir, transformar e exportar", em outubro de 2015.
Paradigmas - Segundo Maurício Lopes, a sociedade vive um momento de "mudanças alucinantes", especialmente com o avanço das descobertas tecnológicas e a transformação do comportamento do ser humano. "Temos uma sociedade mais engajada, que quer participar das decisões, por isso precisamos de um novo paradigma de desenvolvimento, no qual a interação é a chave para enfrentar desafios como mudanças climáticas, segurança biológica e a sustentabilidade, que hoje está no topo da agenda da sociedade", resumiu o presidente da Embrapa. Ele citou uma pesquisa realizada nos Estados Unidos pela consultoria Act On, a qual apontou que o consumidor moderno é um indivíduo conectado, empoderado e impaciente. "Vivemos uma transformação digital em que a internet é a nova forma de ler a sociedade e tem impacto direto no consumidor, que hoje está mais educado, tem mais renda e maior poder de escolha", disse Lopes. "E nesse sentido, a economia está diretamente ligada à preservação do meio ambiente, o que significa que o crescimento está atrelado à sustentabilidade", explicou.
Convergência - Preocupações com o clima, a tecnologia e a urbanização mudaram o comportamento da sociedade, que busca ações sustentáveis no dia a dia e que agreguem valor ao consumo. "O agronegócio precisa entender quem é o consumidor, pois ele é quem coordena os sistemas agroalimentar e agroindustrial", opinou o presidente da Embrapa, para quem o futuro da agropecuária é a "convergência entre as ciências". "O futuro são sistemas integrados para realização de uma agricultura multifuncional, que não desperdiça alimentos nem energia para produzi-los. A intensificação da produção deve ser feita de forma sustentável para agregar valor e conquistar novos mercados, mais sofisticados." Lopes reiterou que o desafio do agronegócio brasileiro é "aprimorar a comunicação para contar seu sucesso ao mundo". "A agricultura brasileira do passado deixou uma marca ruim, de desmatamento, mas creio que o agronegócio como é feito atualmente pode ajudar o mundo a dar saltos de sustentabilidade." Ele citou o novo código florestal e o conceito de bioeconomia – que prevê a reciclagem e o uso consciente dos recursos naturais - como "propagandas" positivas para o agronegócio brasileiro frente ao consumidor estrangeiro. Para Lopes, os atores do agronegócio de hoje precisam ampliar a capacidade de planejar e antecipar novidades para inovar de forma contínua. (Folha de Londrina)