O cooperativismo é um modelo de organização econômica. Nasceu em 1844, na cidade de Rochdale-Manchester, no interior da Inglaterra. Sem conseguir comprar o básico para sobreviver nos mercadinhos da região, um grupo de 28 trabalhadores (27 homens e uma mulher) se uniram para montar seu próprio armazém. A proposta era simples, mas engenhosa: comprar alimentos em grande quantidade, para conseguir preços melhores. Tudo o que fosse adquirido seria dividido igualitariamente entre o grupo.
Nascia, então, a “Sociedade dos Probos de Rochdale” — primeira cooperativa moderna, que abriu as portas pautada por valores e princípios morais considerados, até hoje, a base do cooperativismo. Entre eles, a honestidade, a solidariedade, a equidade e a transparência.
A ideia dos 28 pioneiros prosperou. Quatro anos após sua criação, a cooperativa já contava com 140 membros. Doze anos depois, em 1856, chegou a 3.450 sócios com um capital social que pulou de 28 libras para 152 mil libras.
À brasileira
No Brasil, a cultura da cooperação é observada desde a época da colonização portuguesa, estimulada por funcionários públicos, militares, profissionais liberais, operários e imigrantes europeus.
Oficialmente, nosso movimento teve início em 1889, em Minas Gerais, com a fundação da Cooperativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto, cujo foco era o consumo de produtos agrícolas. Depois dela, surgiram outras cooperativas em Minas e também nos estados de Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.
Foto: Samuel Milleo Filho
Cooperativismo do Brasil
As cooperativas têm um papel importante nas cidades e no campo. Elas marcam presença em segmentos diferentes, como no mercado financeiro, na agropecuária, na área da saúde e da educação, na geração e distribuição de energia, no turismo, na atividade mineradora, no transporte e também no setor habitacional e de consumo. O cooperativismo é, sem dúvida, um agente fundamental para a promoção do desenvolvimento em todos os estados brasileiros.
Atualmente, o sistema cooperativista nacional conta com:
4,8 mil cooperativas;
17,1 milhões de cooperados, o que representa 8% da população brasileira;
Ativos totais de R$655,5 bilhões;
455 mil empregos diretos gerados pelas cooperativas.
Fonte: OCB
Cooperativismo do Paraná
O movimento cooperativista deu seus primeiros passos no Paraná em 1829, com a chegada do primeiro grupo imigrantes alemães que fundaram a Colônia Rio Negro, hoje município. Estes imigrantes trouxeram a prática da cooperação entre seus valores e procuraram organizar suas vidas comunitárias em estruturas baseadas em atividades em comum, tanto na prática de compra e venda de produtos, quanto em suas necessidades de educação e lazer.
Nas décadas seguintes, diversos movimentos iniciados por grupos de imigrantes surgiram no Paraná, resultando em experiências bem-sucedidas como Witmarsum, de Palmeira; Agrária, de Entre Rios; Batavo e Castrolanda, de Castro, e Capal, de Arapoti.
Mas foi a partir de 1969 que o movimento cooperativista paranaense ganhou proporções, com o início das discussões para a implantação dos projetos de integração, desenvolvidos conjuntamente pelo Incra – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.
O Projeto Iguaçu de Cooperativismo – PIC, criado em 1971, contemplou a reorganização do sistema no Oeste e Sudoeste. O Projeto Norte de Cooperativismo – Norcoop, implantado em 1974, reorganizou as cooperativas da região Norte do Estado, e o Projeto Sul de Cooperativismo – Sulcoop, iniciado em 1976, reorganizou as cooperativas da região Centro-Sul. A Ocepar nasceu no decorrer do primeiro projeto, no ano de 1971, o que veio a dar forte apoio à execução dos projetos.
No início da década de 1980, o cooperativismo paranaense realizou uma experiência altamente positiva, pioneira no Brasil, visando o desatrelamento da ingerência estatal nas cooperativas. Em 7 de fevereiro de 1983, formalizou-se o Projeto Piloto de Autofiscalização, com a assinatura do Termo de Ajuste entre a Ocepar e as Cooperativas Centrais do Paraná com a intervenção do Incra e da OCB, o que permitiu alicerçar os primeiros passos rumo à autogestão das cooperativas no Paraná.
Com a promulgação da Constituição do Brasil em 1988, que, em seu art. 5. inc. XVIII, veda a interferência estatal no funcionamento das cooperativas, as cooperativas paranaenses, após amplos debates e estudos, aprovaram, em 25 de setembro de 1990, em Assembleia Geral Extraordinária da Ocepar, o Programa de Autogestão das Cooperativas Paranaenses, que iniciou suas atividades em março de 1991, com os objetivos específicos de:
Orientação na constituição e registro de cooperativas;
Acompanhamento de desempenho;
Educação, capacitação e reciclagem;
Organização dos cooperados;
Comunicação e integração.
Outro fato importante na história do cooperativismo foi a constituição do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo – Sescoop. Criado por meio da Medida Provisória 1.715 de 03 de setembro de 1998, de suas edições, e do Decreto 3.017 de 07 de abril de 1999, o Sescoop tem personalidade jurídica de direito privado, e tem por objetivo a execução das ações de monitoramento, formação profissional e promoção social das cooperativas.
A instituição do Sescoop Paraná como órgão descentralizado do Conselho Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo – Sescoop Nacional, em 10 de outubro de 1999, concretizou o desejo do cooperativismo de melhor viabilizar o Programa de Autogestão das Cooperativas.
Além disso, ao ter uma entidade própria do Sistema S, o cooperativismo pode, enfim, beneficiar-se das contribuições recolhidas, acessando recursos para viabilização de projetos de formação e promoção social, transformando o Sescoop em um instrumento vital de modernização e de melhoria empresarial das sociedades cooperativas.
Na sequência, em 2004, constituiu-se a Federação e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná – Fecoopar, com abrangência estadual e base territorial no Estado do Paraná. É a entidade sindical patronal de segundo grau, sem fins lucrativos, voltada ao estudo e defesa das categorias e das atividades compreendidas pelos sindicatos das cooperativas paranaenses.
A prática dos fundamentos do modelo cooperativista, aliada à boa governança e investimentos em capital humano, modernização, pesquisa e aplicação de novas tecnologias, tem destacado as cooperativas do Paraná no cenário nacional e internacional.
Atualmente, com forte atuação regional, as sociedades cooperativas são as maiores empregadoras em 130 cidades do estado. O jeito diferente de empreender do cooperativismo está presente na vida de 68% da população. Somente familiares de associados e funcionários somam mais de 5 milhões de pessoas.
216 cooperativas
2,7 milhões de cooperados
129,5 mil empregos
Somos um modelo de negócios que equilibra o social e o econômico, produtividade e sustentabilidade. O individual e o coletivo.
Somos o cooperativismo do Paraná.
Representação do cooperativismo
ACI – Aliança Cooperativa Internacional
A Aliança Cooperativa Internacional – ACI é a maior organização de defesa da identidade cooperativista. Foi fundada na Inglaterra, em 9 de agosto de 1895, e atualmente tem sede em Bruxelas, na Bélgica. Sua função é disseminar os princípios, integrar, representar e prestar apoio ao movimento cooperativista. Atualmente, a organização está dividida em quatro sedes regionais, nos continentes americano, europeu, asiático e africano.