Fórum de Auditores Internos reúne 60 profissionais de cooperativas paranaenses
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Cerca de 60 auditores internos de cooperativas paranaenses dos ramos agropecuário, crédito e saúde, reuniram-se, nessa terça-feira (14/10), em Curitiba. O Fórum de Auditores Internos foi realizado pelo Sistema Ocepar, por meio do Serviço de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop/PR), com o objetivo de reciclar informações e trocar experiências. “Temos 106 auditores nas cooperativas do Paraná e 60% deles estão aqui hoje, participando desse nosso evento”, destacou o gerente de Monitoramento e Consultoria, João Gogola Neto. Segundo ele, o número de participantes é bastante expressivo e reforça a importância do trabalho que vem sendo feito na área, com investimento no desenvolvimento dos auditores internos das cooperativas. Gogola citou também o desenvolvimento do Manual de Implantação de Auditoria Interna, desenvolvido de forma inédita pelo Sescoop/PR.
O assessor de auditoria do Conselho Nacional do Sescoop, Sanller Bosco Lopes Nonato, prestigiou o evento. Ele disse que o trabalho de desenvolvimento de auditores internos de cooperativismo, que vem sendo desenvolvido pelo Sistema Ocepar, é inédito no Brasil e pode se expandir para outros estados. “O Paraná concentra algumas das maiores cooperativas do país e o Sistema Ocepar é pioneiro nessa iniciativa de liderar um projeto de desenvolvimento desses profissionais. Viemos aqui para aprender com as cooperativas e para avaliar o potencial desse projeto que pode ser externado no futuro para outros estados”, declarou.
O trabalho do Sistema Ocepar voltado à formação e aperfeiçoamento dos auditores internos de cooperativas teve início em 2018, sendo interrompido em 2020 devido à pandemia de Covid-19. Foi retomado em 2024. “Agora, temos dotação orçamentária para investir na qualificação dos profissionais da área”, informou Daniele Radulski, da gerência de Monitoramento e Consultoria do Sescoop/PR. A previsão, segundo ela, é que em 2026, seja lançado um novo MBA para os auditores internos das cooperativas paranaenses.
Auditoria na armazenagem
O Fórum teve palestra do engenheiro agrícola Willian Avozani, especialista em unidades armazenadoras. O tema da palestra foi “Gerenciamento e Estocagem de Grãos; Desafios e Ferramentas para o Auditor Interno”. Avozani falou sobre a importância da auditoria na armazenagem e destacou: “O auditor deve interpretar sinais e aprender a detectar problemas antes que virem um rombo financeiro”. De acordo com o palestrante, o auditor pode atuar em várias etapas da armazenagem como preparação e planejamento, inspeção visual e de condições do armazenamento, contagem e medição do estoque, análise de quebra técnica e verificação de documentação.
“Aproveitem a validação de estoques para verificar a qualidade dos grãos armazenados”, recomendou. E acrescentou: “O trabalho de vocês vai muito além do checklist. Garantir a integridade dos grãos estocados significa segurança para a concessão de crédito, confiança nas demonstrações financeiras, competitividade para a empresa no mercado global e preservação do fruto de meses de trabalho no campo”.
Inteligência Artificial
A segunda palestra do evento foi sobre Inteligência Artificial (IA). A analista de sistemas na área de governança e compliance, Maria Vitória Santana, falou sobre “O Futuro da Auditoria com IA”. Ela iniciou a palestra elencando os desafios atuais da auditoria, entre eles a escassez de mão de obra, a complexidade regulatória e a dificuldade de análise de grandes volumes de dados. “A IA pode ajudar em tudo isso, com a vantagem de que com a IA é possível olhar para o todo e não apenas para uma pequena amostra”.
Mas, a especialista alertou para os riscos do uso da inteligência artificial. “Se não usar de forma correta, o risco é muito grande, especialmente de vazamento de dados sensíveis”, pontuou. Santana recomendou que não se deve usar uma IA sem que ela tenha sido homologada e, além, disso, não é recomendado o uso de inteligência artificial generalista. “Procurem uma IA especializada em auditoria. É muito importante usar uma IA que tenha sido criada para o seu caso. Avalie se foi desenvolvida para trabalhar com dados sensíveis e avalie também o histórico da empresa que desenvolveu”, aconselhou. Ela disse que o uso da IA ajuda, especialmente para atividades muito morosas, o que contribui para otimizar o tempo. A palestrante advertiu que sempre que se recorre à IA é preciso revisar o trabalho. “Evite ficar dependente, use com equilíbrio. A IA é uma ferramenta. Ela não substitui o auditor, é um complemento e não uma substituição”.
Workshop
No período da tarde, os auditores participaram de um workshop, conduzido pelo professor Eduardo Pardini, da Crossover Consultoria. Foram realizadas atividades e dinâmicas em grupo sobre o desenvolvimento de um plano anual de auditoria e planejamento de trabalho. Houve também um estudo de caso relacionado ao uso de inteligência artificial em auditoria.
FOTOS: Júlia Duda / Assessoria Comunicação Sistema Ocepar