Guntolf van Kaick: Agrônomo, ajudou a desenvolver o cooperativismo no Paraná

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O jornal Folha de S.Paulo publicou, nessa terça-feira (12/08), na seção Obituário, um texto de autoria da jornalista Mauren Luc, sobre o primeiro presidente da Ocepar (Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná), Guntolf van Kaick, que faleceu no dia 29 de junho, aos 90 anos. Com o título “Agrônomo, ajudou a desenvolver o cooperativismo no Paraná”, ela conta a trajetória de vida de van Kaick e traz ainda depoimentos de pessoas próximas, como os filhos Baldur van Kaick e Guntolf van Kaick Júnior, além do amigo Wilson Thiesen, também ex-presidente da Ocepar, que faleceu uma semana depois de van Kaick. Confira abaixo, na íntegra:

Agrônomo, ajudou a desenvolver o cooperativismo no Paraná

Guntolf van Kaick nasceu em Guaraqueçaba (PR), numa colônia alemã chamada Serra Negra. Estudou teologia, mas foi na agronomia que encontrou seu propósito de vida.

"Foi assim que serviu a Deus e ao próximo, com responsabilidade e competência no movimento cooperativista, ao qual deu nova dinâmica e ao qual dedicou toda sua vida profissional", conta um dos seis irmãos, Baldur van Kaick. "Ele foi uma bênção para milhares de famílias. Abraçou essa causa em tempos difíceis e continua gerando frutos até hoje."

Guntolf formou-se em agronomia na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em 1959, e iniciou sua carreira na Associação de Crédito e Assistência Rural de Santa Catarina (Acaresc). Trabalhou na Secretaria da Agricultura de São Paulo, na DuPont do Brasil e na Cooperativa de Cotia, no sul do Paraná, destacando-se no cooperativismo e conquistando o cargo de primeiro presidente da Ocepar (Sindicato e Organizações das Cooperativas do Estado do Paraná).

Foi presidente da Ocepar por quatro gestões, de 1971 a 1986, e recebeu diversos títulos.

Entidades do setor destacaram sua liderança visionária, referência no cooperativismo, competência e sensibilidade no fortalecimento da agropecuária e da agricultura familiar. "Foi fundamental para a consolidação e o fortalecimento do cooperativismo no Paraná, deixando um legado de profissionalismo e compromisso que inspira todo o setor cooperativista brasileiro", disse o Sistema Cooperativo do Ceará.

"Tinha personalidade forte, sobretudo nas reivindicações em defesa dos interesses do setor. Sempre com embasamento técnico e visão do futuro. Sempre amável e disponível ao diálogo. Gostava de sua atividade na pecuária e da criação de búfalos, sua paixão", recorda o amigo Wilson Thiesen.

Foi na década de 1970 que retornou às terras da família, em Serra Negra, e iniciou a criação de búfalos. A produção de bananas e arroz tornaram o local ainda mais produtivo e exemplo de desenvolvimento local sustentável.

Guntolf viveu na propriedade desde a aposentadoria e a gerenciou de forma cooperativa com a família. "Daremos continuidade aos seus projetos", afirma o filho, Guntolf van Kaick Júnior.

Ele recorda que o pai era um homem que ensinava pelo exemplo, estava sempre sorrindo e tinha um brilho no olhar. "Era sincero, paciente, inteligente, criativo, honesto e amoroso, um pai e esposo dedicado, preocupado com o futuro."

O filho ressalta que entre os ensinamentos de Guntolf estão cooperação, família, formação profissional, amor à terra e aos animais, interesse pelo desenvolvimento do país e a luta pelo que se acredita.

O agrônomo morreu em 29 de junho, aos 90 anos, de AVC e pneumonia. Deixa a mulher, Roswitha, quatro filhos e sete netos.

 Mauren Luc

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