AGRICULTURA: Expansão saudável
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Os produtos orgânicos têm se tornado cada vez mais atrativos tanto para produtores como para os consumidores. Para o agricultor as principais vantagens são a redução de custos com agrotóxicos e o preço mais valorizado em relação à agricultura convencional. Além disso, a qualidade de vida aumenta, já que o produtor deixa de entrar em contato com produtos químicos. O consumidor que compra orgânicos busca, basicamente, saúde. O aumento do número de produtores voltados para a atividade reflete o crescimento do setor. Em 1996, eram 400 produtores no Paraná. Agora, eles já chegam a mais de quatro mil. Um levantamento da Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) indica que, em seis anos, a produção de alimentos orgânicos cresceu 12 vezes no Paraná. Na safra de 1996/1997, foram colhidas 4,3 mil toneladas de produtos orgânicos; já na safra de 2002/2003, a produção saltou para 52,2 mil toneladas.
Números - Os últimos resultados - da safra 2004/2005 - totalizaram 11,33 mil hectares em área plantada de produtos orgânicos. Estas lavouras resultaram em 75,9 mil toneladas de produtos. A estimativa para a safra 2005/2006 é de a produção chegar a 100 mil toneladas. Os números desta safra ainda não foram fechados. Hoje, o Paraná é o maior produtor de orgânicos e só perde para São Paulo. Para o engenheiro agrônomo e diretor do Centro Paranaense de Referência em Agroecologia, Filipe Braga Farhat, o agricultor não pode pensar apenas no lado financeiro, ou na remuneração que vai receber. Ele vê na agricultura orgânica uma forma de o produtor tornar-se mais independente. ''O produtor que trabalha com agricultura convencional, ao comprar a semente, já tem os sócios garantidos que são os fabricantes de adubo e veneno'', diz. ''Na primeira chuva o agrotóxico está no solo e na segunda está no rio'', destaca. Ele acredita que a agricultura convencional proporciona uma redução de 30% no custo do produtor e oferece uma remuneração até 40% maior.
Vínculo - A agricultura orgânica, na opinião do agrônomo, aumenta o vínculo do produtor com a terra e deixa de ser meramente comercial. ''O agricultor sente o prazer de estar num ambiente não contaminado e também se preocupa mais com um consumo responsável''. Farhat acredita que as maiores dificuldades da atividade são converter ambientes que estão muito degradados pelo uso de agrotóxicos para o plantio de orgânicos e a produção em larga escala. Segundo ele, em uma monocultura é mais difícil conseguir o equilíbrio necessário. O engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual de Agricultura, Luiz Roberto de Souza, ressalta que a agricultura orgânica demanda capacitação, conhecimento e habilidade. Entre as dificuldades ele aponta a certificação que todos os produtos devem, obrigatoriamente, apresentar. (Folha de Londrina)