AGRO: Formação de preços é tema de evento promovido pela Cocamar
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Para uma explanação sobre como ocorre a formação dos preços das commodities agrícolas, a Cocamar, por meio de sua área de cooperativismo, reuniu na última semana em Maringá (PR), um grupo de cooperados e participantes de núcleos femininos mantidos pela cooperativa em vários municípios.
Fatores - A demanda partiu dos próprios produtores e produtoras, interessados em conhecerem mais sobre os fatores que interferem diretamente sobre as cotações, sendo a palestra proferida pelo gerente comercial Milho, Trigo e Sorgo da Cocamar, Diego Matheus.
Safra - Em sua apresentação, o gerente detalhou a respeito de produção e consumo de soja, e oferta e demanda, informando que números do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) apontam para uma safra brasileira ao redor de 156 milhões de toneladas no ciclo 2023/24. Entretanto, a Conab prevê um volume inferior, de cerca de 150 milhões de toneladas em função da falta de chuvas no período crucial do desenvolvimento das lavouras.
Destinação - Da produção brasileira, 60% (o correspondente a 94 milhões de toneladas) são destinados ao mercado chinês, 34% (53 milhões) seguem para esmagamento, 2,5% (3,5 milhões de toneladas) para sementes e 3,5% (cerca de 5 milhões) para estoque de passagem.
Recordes - Em relação ao milho, a produção global (2023/24) é estimada em 1,232 bilhão de toneladas (com o Brasil ofertando 126 milhões, sendo que no ano passado o país colheu volumes recordes de exportação. Do total produzido, 44% foram destinados ao mercado externo, 61% ao consumo interno e 5% para estoque de passagem).
Expectativa - Quanto ao trigo, a expectativa é de uma produção brasileira de 10,2 milhões de toneladas em 2024, para um consumo de 12,6 milhões, 6,2 milhões de importação, 2 milhões para exportação e 0,4 milhão de toneladas como estoque final.
Prêmio - Diego explicou o que é um bushel (medida de 27,2 quilos de grãos usada pelo mercado internacional), prêmios de exportação, paridade de exportação e outros itens. Ele citou, por exemplo, que o prêmio é um valor que baliza o preço do produto na Bolsa (CBOT) com o produto físico nos portos, podendo ser positivo ou negativo, sendo que custo logístico está entre os principais fatores de influência.
Conjuntura - Em resumo, sobre a dinâmica do mercado de soja, o gerente comentou estarem em jogo aspectos como fatores de oferta e demanda mundial, situação dos principais produtores e consumidores em todo o globo, mercado interno (venda para outras indústrias), margem de esmagamento e mercado de farelo e óleo, além do cenário político e econômico nos planos interno e externo.
Dólar - Da mesma forma, as cotações do dólar impactam diretamente para a oscilação dos preços, considerando a atuação do Banco Central, taxa de juros no âmbito interno e em outros países, principalmente os EUA; investimento estrangeiro; exportações e importações brasileiras; aversão ao risco interno e global, entre outros.
Fontes - O palestrante falou ainda sobre o cuidado que o produtor precisa ter ao acessar fontes de informação e lembrou que a Cocamar disponibiliza com frequência uma série de conteúdos para mantê-lo bem-informado.
Recomendações - Completando, disse que a atividade rural nunca terá risco zero, “é preciso admitir alguns riscos mas não precisa ser todos”, recomendou aproveitar as variações de mercado, avaliar a formação de caixa (juros altos) e a relação de troca x decisões, lembrando não existir um modelo 100% preciso “não se deve tentar acertar o olho da mosca”.
Parcelar vendas - Por fim, Diego ressaltou que ninguém consegue saber antecipadamente o melhor momento de mercado, orientou parcelar as vendas para fazer uma boa média e acompanhar atentamente o mercado.
Compreensão - O cooperado Matheus Bremer Trevisan, um dos participantes do evento, disse ser preciso que os produtores acessem informações confiáveis. “São muitos detalhes, a gente esclareceu muitas dúvidas e apresentações assim são necessárias para que os produtores tenham uma compreensão melhor do mercado”.
Outros temas - Por sua vez, Ana Cristina Benetti disse “ter valido a pena participar do evento, a palestra foi muito clara, objetiva e de fácil entendimento, atendendo plenamente aos nossos objetivos”. Ela, que participa do núcleo feminino de Astorga, comentou que em uma recente reunião, foi falado sobre outros temas que se pretende trazer para a cooperativa, entre os quais planejamento da sucessão familiar e também a realização de cursos, como primeiros socorros e operação de máquinas.
Essencial - Lourdes Andreto destacou que a palestra “foi muito proveitosa, acrescentou bastante conhecimento, e para nós era um pouco difícil de compreender tudo isso”, enquanto Maria Rufato citou que “tem muita mulher que está ingressando agora na agricultura e esse tipo de informação é essencial para o sucesso de seu negócio”. (Assessoria de Imprensa Cocamar)