ARGENTINA: Prejuízos com os protestos superam US$ 1,5 bilhão, ou 0,5% do PIB do país

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A economia argentina teria sofrido, em 21 dias de locaute do setor agropecuário, prejuízos de mais de US$ 1,5 bilhão, o equivalente a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). O cálculo foi realizado pelo jornal econômico El Cronista. O jornal afirma que o custo da paralisação é comparável ao volume que o ministro da Economia, Martín Lousteau pretendia arrecadar com o aumento dos impostos sobre as exportações de produtos agrícolas. Em 11 de março, quando anunciou os polêmicos aumentos, Losteau disse que esperava uma alta na arrecadação equivalente a 0,4% do PIB.

Redução - Segundo El Cronista, um cálculo "moderado" sobre os prejuízos indica que a produção primária teve redução de 20% durante a paralisação. Dessa forma, o setor agropecuário teria tido perdas de US$ 188 milhões. Mas, para o setor agroindustrial, o prejuízo em três semanas teria sido de mais de US$ 700 milhões. O setor de transportes, afetado pelos piquetes, só pôde funcionar com 20% de sua capacidade. Por esse motivo, os prejuízos chegariam a US$ 886 milhões.

Transporte - Um relatório das Confederações Rurais Agrícolas (CRA) afirma que os produtores de soja trigo, milho e girassol deixarão de ganhar neste ano US$ 15,2 bilhões, já que esse dinheiro será absorvido pelo Estado argentino na qualidade de "retenções sobre as exportações". Para driblar os piquetes dos agricultores nas estradas, várias empresas recorreram ao transporte aéreo. Foi o caso da Volkswagen, que precisou transportar em aviões Hércules da Força Aérea as caixas de câmbio fabricadas por empresas de autopeças na província de Buenos Aires. A PSA Peugeot Citröen também recorreu aos mesmos aviões. Cada Hércules tem espaço para 384 caixas de câmbio. O problema é que o custo do frete aéreo é de US$ 22 mil, enquanto o rodoviário é inferior a US$ 7 mil.

Preços - A paralisação do setor agrícola - e o conseqüente desabastecimento de produtos - disparou o preço dos alimentos. Por esse motivo, várias consultorias privadas calculam que a inflação de março deve ter ficado entre 3,5% e 4%. Porém, os analistas calculam que o índice oficial, elaborado pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) - que será anunciado na semana que vem -, será de 1,5%, no máximo. (O Estado de S. Paulo)

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