CICLO DE PALESTRAS I: Gargalos podem fazer BR perder espaço no mercado global
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"O Brasil é como um búfalo, não sabe a força que tem." A comparação é do ex-ministro da Agricultura e coordenador de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas, Roberto Rodrigues, para quem o país vem menosprezando seu potencial no mercado internacional de alimentos por não atacar de frente os gargalos logísticos que prejudicam a produção e travam as exportações. Em palestra na Agroleite, feira da cooperativa Castrolanda que discutiu, na última semana, as tendências do agronegócio, Rodrigues alertou que problemas crônicos não vêm recebendo atenção suficiente.
Cenário - O cenário para os próximos dez anos é de crescimento nas exportações brasileiras de etanol (182%), soja (33%), farelo de soja (10%), milho (65%), açúcar (45%) e outros produtos, conforme o Ministério da Agricultura. No entanto, para chegar a esses índices, o país precisa investir mais em rodovias, ferrovias e portos, defendeu o especialista. A própria importância estratégica do agronegócio para a economia é mal compreendida, acrescentou. "Somos desunidos e desarticulados. Não sabemos nos comunicar com a sociedade urbana", apontou.
Energia - Em sua avaliação, além dos alimentos, a necessidade de novas fontes de energia vai exigir fôlego do Brasil como fornecedor de etanol de cana-de-açúcar. O crescimento de economias como a chinesa e a indiana vai chegar ao ponto de fazer a União Europeia e os Estados Unidos perderem importância dentro da pauta de exportação brasileira, acrescentou. "A participação da Europa caiu de 41% para 29% e a dos Estados Unidos de 17% para 7% nos últimos anos."
Ciclo de Palestras - A palestra fez parte do Ciclo de Palestras que a Rede Paranaense de Comunicação (RPC) realiza em feiras agropecuárias em parceria com o Sistema Ocepar e o Sistema Faep. Nesta edição, o patrocínio foi da Boutin Fertilizantes. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)