CITRUS III: Verticalizar produção é estímulo
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Além dos fatores naturais favoráveis ao cultivo da laranja, o Paraná ainda conta com a atuação de cooperativas, cuja organização e verticalização estimulam produtores. Duas delas industrializam a fruta no Estado. Na Cocamar Agroindustrial, com sede em Maringá, cerca de 350 produtores estão envolvidos com a atividade. Na indústria de transformação da laranja, instalada na unidade de Paranavaí, são produzidos o suco concentrado e o pronto para beber.
Exportação - Conforme Peter Elshof, gerente comercial do departamento de citrus da cooperativa, 90% da produção é exportada. Na safra 2009/10, foram colhidas 4 milhões de caixa de 40,8 quilos. O volume representou crescimento de 17% em relação ao ciclo anterior. Apesar de a última safra ter sido bastante negativa no quesito comercialização, com preços aquém do mercado o que prejudicou e desanimou o setor, Elshof acredita em uma boa safra este ano. A expectativa é de uma colheita de 4,8 milhões de caixa.
Crescimento - ''A previsão é crescer ainda mais porque nos próximos anos alguns pomares chegarão ao auge'', frisa o diretor da Cocamar. Na safra 2012/13, por exemplo, acredita-se em uma colheita de 6 milhões de caixa de laranja. A expectativa se deve ainda ao crescimento da área plantada. Em 2005 eram 6 mil hectares e em 2009 cerca de 10 mil hectares. Elshof conta que a cooperativa realizou um trabalho de fomento nos anos de 2003 e 2004 com produtores da região, ajudou a comprar mudas, adubos e ainda ofereceu assistência técnica. Por enquanto projetos de incentivo de plantio de laranja estão parados, mas há a intenção de aumentar a produção.
Capacidade - Atualmente, a capacidade da fábrica da Cocamar é de 6 milhões de caixas de laranja ou 24 mil toneladas de suco concentrado. A parte de concentrado, segundo Elshof representou 5% do faturamento da cooperativa em 2009, somando cerca de US$ 50 milhões. Na opinião dele, o Paraná tem grande potencial para ganhar mercado, mas se os produtores controlarem fatores como doenças. Além disso, é preciso contar com um mercado mais regulado. ''Não podemos explorar valores tão altos do suco concentrado porque há concorrentes (de outras frutas) e podemos perder mercado no mundo'', enfatiza o diretor da Cocamar, lembrando que em 2008 o valor da tonelada chegou a US$ 2,5 mil. Um valor interessante seria US$ 1,8 mil a tonelada.
Corol - Benno Roes, gerente de projeto de fruticultura da Cooperativa Agroindustrial Corol, com sede em Rolândia, compartilha da mesma opinião no que concerne ao cuidado com os pomares e os preços praticados no mercado. E acrescenta que o Brasil, sendo o principal exportador de suco concentrado do mundo, também é o principal regulador de preço. O plantio de laranja da Corol acontece desde a década de 1990 e em 2001 deu início à industrialização. ''Temos pomares de todas as idades'', reforça Roes.
Área plantada - No momento, a área plantada de laranja totaliza 6,3 mil hectares com produtores de Londrina, Rolândia e Cornélio Procópio. Na safra 2009/10 foram colhidas 2,1 milhões de caixas. Para o ciclo atual, a estimativa é que o volume aumente e some 2,2 milhões de caixas. A capacidade instalada da indústria da Corol é de 10 mil toneladas e a produção tem variado entre 8 e 10 mil toneladas. A cooperativa do norte do Estado produz apenas o suco concentrado, e 95% segue para exportação.
2009 - Roes observa que 2009 foi um dos piores anos para a comercialização do suco concentrado da laranja, principalmente reflexo da crise. ''Houve redução da demanda mundial, o câmbio estava desfavorável e o estoque mundial era confortável'', elenca. Para 2010, conforme ele, o cenário é outro, houve redução do estoque e uma retomada do consumo. O gerente da Corol, informa que há expectativa de dobrar a produção nos próximos anos, porém os projetos vão depender da economia. Para 2012, a expectativa é chegar a 8 mil hectares de plantio de laranja. As duas cooperativas atuam fortemente junto aos seus produtores, com assistência técnica, principalmente em relação ao combate do greening. (Folha Rural / Folha de Londrina)