Crédito agrícola cresce à margem do governo

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Único segmento da economia brasileira em franca expansão, a agricultura não depende do governo nem do sistema bancário para financiar a maior parte da safra 2003/04. Cerca de 70% dos recursos necessários têm sido financiados por empresas, pelos próprios produtores e até por meio de um sistema de trocas. Desse montante, pouco menos da metade (ou 30% em relação ao total de R$ 100 bilhões necessários para financiar o setor) tem como origem tradings (empresas que negociam produtos agrícolas), companhias de insumo ou instrumentos como as CPRs (Cédulas do Produto Rural). A estimativa é da Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura. Outros 40% vêm de recursos dos próprios produtores.

Ocepar - A modalidade tem crescido, segundo analistas, na esteira das sucessivas safras recordes desde 1999, dos preços elevados das commodities e da estabilidade da economia. "As últimas safras e os bons preços dos produtos têm permitido ao agricultor se capitalizar. Mesmo que não seja sempre mais barato, ele cada vez mais prefere investir do próprio bolso do que depender do banco", diz Robson Mafiolette, assessor técnico e econômico da Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná).

CPR - Nos últimos anos, as opções para financiar a produção agrícola têm se fortalecido. A CPR, criada em 1994, é um dos principais instrumentos. Ela funciona como um título e permite ao agricultor custear a safra por meio da venda antecipada de produtos que serão colhidos. As cédulas do produto passam pelo aval de bancos e destinam-se a investidores finais. Existem as cédulas física, no qual o pagamento é feito com o próprio produto, e a financeira, quitada com dinheiro. O Banco do Brasil, principal instituição financeira a dar aval às CPRs, prevê dobrar o total avalizado em 2004, para R$ 3 bilhões. O valor já havia dobrado em 2003. (Fonte: Folha de São Paulo)

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