ESPECIAL GAZETA DO POVO:

DESTAQUE PARA A AGROINDÚSTRIA

Caderno especial do jornal Gazeta do Povo de hoje (30/04) A nova economia do Paraná"faz um balanço do crescimento industrial do Estado nos últimos anos, cuja economia somou um PIB de R$ 78 bilhões no ano passado. O caderno faz uma análise do crescimento da economia, imputando aos investimentos na agroindústria e no pólo automotivo essa mudança do perfil econômico do Paraná. A participação do Cooperativismo na agroindústria é mostrada como uma das causas do crescimento da economia paranaense.

Crescimento e investimentos - Segundo o jornal, o crescimento de 25% nas vendas industriais no ano de 2001 é um dos indicativos do momento que vive o setor. "Desde 1994, cerca de 600 empresas investiram perto de R$ 30 bilhões na economia estadual e os resultados começam a aparecer, com desempenhos bem acima da média nacional". O governador Jaime Lerner afirma que a política de incentivos, através da postergação do pagamento do ICMS das indústrias que se instalaram no Paraná, está demonstrando seus resultados agora, com uma receita aproximada de R$ 900 milhões em ICMS. No ano passado o Estado importou US$ 4,9 bilhões, contra exportações de US$ 5,3 bilhões, o que equivale a 9,1% das exportações brasileiras. O economista Gilmar Mendes Lourenço, do Ipardes, mostra que o novo perfil econômico do Paraná tem por base quatro setores: o pólo automotivo, o agronegócio, a indústria madeireira e papeleira e o setor de construção civil.

Agroindústria e cooperativismo - Embora a produção agropecuária tenha sido responsável por apenas 12,6% do PIB paranaense, foi o setor agroindustrial que obteve um dos grandes índices de crescimento, segundo o jornal. É que estão atrelados à produção agroindustrial vários setores da economia, da produção de insumos(máquinas, caminhões, fertilizantes, defensivos, combustíveis e lubrificantes), consumidos na produção da matéria-prima, aos setores de serviços e a própria industrialização e distribuição dos produtos processados. E no setor agroindustrial as cooperativas têm uma importante participação. "Responsáveis em maior ou menor escala pela representatividade que detém na economia estadual, as diversas categorias de cooperativas desenvolvem ações imprescindíveis ao desenvolvimento das comunidades paranaenses, principalmente das populações rurais. São mais de 218 mil associados que, somados aos cerca de 35 mil empregados em cooperativas paranaenses e extrapolados ao nível de envolvimento familiar, representam 1,2 milhão de pessoas que, direta ou indiretamente, dependem do cooperativismo em seus diversos ramos", afirma matéria do caderno especial da Gazeta do Povo.

R$ 7 bilhões no pólo automotivo - As montadoras, fornecedores e empresas prestadoras de serviços ao pólo automotivo garantiram, segundo informações do Governo do Estado, investimentos que chegam a R$ 7 bilhões. Apenas as montadoras Renault, VW Audi, Chrysler, Volvo, Nissan, Peugeot e Matra investiram um total de US$ 1,98 bilhão, gerando 7.260 empregos. Destas empresas, a Chrysler encerrou suas atividades. As vendas destas empresas somaram, no ano passado, R$ 772 milhões. As exportações totais do Paraná cresceram 24% em relação ao ano anterior.

O desafio da infra-estrutura - A reportagem é concluída com uma análise das deficiências no setor de infra-estrutura, especialmente no Porto de Paranaguá, que exige ainda grandes investimentos para se adequar ao crescimento no movimento de cargas. A área total do terminal está sendo ampliada de 110 mil m2 para 230 mil m2. No ano passado os terminais de Paranaguá e Antonia movimentaram 28,8 milhões de toneladas. Os dois terminas devem consumir ainda R$ 64 milhões para se adequarem ao aumento do movimento de embarque e desembarque. Os administradores do Porto de Paranaguá estimam que o porto perde, por ano, cerca de 80 mil contêiners por ano em função infra-estrutura inadequada. Entre as necessidades mais urgentes está a ampliação do cais em 850 metros, providência fundamental para evitar filas de navios.