VISITA: Sistema Ocepar se reúne virtualmente com diretores do Banco do Brasil
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Com a finalidade de ouvir as estratégias do Banco do Brasil (BB) para o setor cooperativista em 2022 e apresentar as principais demandas em relação à liberação de recursos, em especial para a safra, foi realizada, na tarde de quinta-feira (20/01), uma reunião virtual entre a diretoria do BB e o Sistema Ocepar. A reunião contou com a participação do vice-presidente do banco, Renato Naegele, do superintendente Corporate, Wilson Cardoso, do superintendente em exercício de Varejo no Paraná, Elondir Biazibetti, do gerente Geral Corporate, Jefferson Vendrame e do assessor da vice-presidência, Fernando Gallo.
Indicadores Coop - O encontro foi aberto pelo presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, com uma rápida apresentação sobre os principais indicadores do cooperativismo no ano passado. “Mesmo com todas as dificuldades que o cenário de 2021 nos impôs, conseguimos avançar. Encerramos o ano com 216 cooperativas, 2,7 milhões de cooperados, geramos cerca de 125 mil empregos diretos, exportamos US$ 6,7 bilhões e atingimos uma movimentação econômica nos sete ramos de quase R$ 152 bilhões”, frisou. O dirigente ressaltou que a necessidade de investimentos do setor nos próximos anos é de aproximadamente 6 bilhões de reais.
Parceria - “Sempre tivemos as portas abertas do banco para nossas demandas, tanto em Brasília como aqui na superintendência do Paraná”, frisou Ricken, ao comentar sobre a longa parceria do cooperativismo com a instituição financeira. “A própria OCB tem uma ação intensa com a diretoria do Banco do Brasil em Brasília, o que resulta em parceria, integração e entendimento. Sempre nos reunimos para encontrarmos soluções às demandas do setor”. O líder cooperativista ressaltou que “o interior do Paraná não seria o que é se não fosse o importante trabalho realizado pelas cooperativas, que são hoje as maiores empresas em muitos municípios e tudo que ela gera em recursos, fica na região, fica nas mãos dos cooperados. Recursos esses que não são enviados para o exterior em forma de dividendos para acionistas, como acontece em outros setores. O cooperativismo tem como meta viabilizar economicamente as pessoas para que elas possam ter melhores condições de vida e para isso precisamos de apoio”, comentou.
Planejamento - Ricken detalhou aos diretores do BB sobre o Plano Paraná Cooperativo 200, o PRC200, que possui 20 projetos voltados para as cooperativas. “Projetos esses que irão proporcionar um cenário estruturante para que as cooperativas se desenvolvam e atinjam todas as metas planejadas. Se temos uma diferença em relação às demais entidades estaduais é que, tradicionalmente, o Paraná realiza, desde a década de 1970, quando a Ocepar foi constituída, uma ampla discussão com suas bases na formatação de planejamentos estratégicos. Foi assim com os Projetos Iguaçu de Cooperativismo (PIC), Norcoop, Sulcoop, em 1970, depois o Plano Paraná Cooperativo, nas décadas de 1980 e 1990, e, mais recentemente, o PRC100 e agora o PRC200. Planejar é necessário para que possamos saber para onde queremos chegar”, frisou.
Estiagem - O presidente do Sistema Ocepar aproveitou a oportunidade para destacar o momento vivido na agropecuária paranaense, com o longo período de estiagem e que vai impactar de forma direta o setor produtivo nesta safra. “Estamos com grandes dificuldades e o estrago está sendo mais significativo nas regiões Oeste e Sudoeste. Devemos perder cerca de 10 milhões de toneladas nesta safra no Paraná. A estimativa até o momento é de perdas de 34% na soja e 40% de milho”, disse.
Pleitos - Ricken apresentou à diretoria do banco principais necessidades que os produtores atingidos pela seca aguardam. Ele frisou que todas elas já foram levadas ao conhecimento do governo federal, através da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, quando da sua visita na semana passada ao Paraná. Segundo o dirigente cooperativista, o setor pede pela “agilização das vistorias e liberação dos laudos periciais, tanto pelas seguradoras, como pelo Banco Central (Proagro), a fim de liberação das colheitas e consequentemente liberação das áreas para novo plantio; liberação de novos recursos de custeio para o plantio de milho segunda safra; prorrogação de parcelas de custeio e investimentos para os produtores que não tiverem capacidade de pagamento em função de não terem produção; possibilidade, também, de prorrogação de débitos das cooperativas de créditos, no caso de recursos repassado por outro agente financeiro”, destacou.
Modelo - O vice-presidente do BB, Renato Naegele disse que ficou impressionado com os números apresentados e frisou que esta forma de atuação das cooperativas do Paraná precisa ser implementada em outros estados. “O modelo de desenvolvimento, em especial das cooperativas do agronegócio, mesmo em uma década de dificuldades tem crescido e se desenvolvido tanto. Os números apresentados provam que através do planejamento é possível atingir metas audaciosas”.
Sistema Ocepar - Naegele ressaltou o importante trabalho realizado pelo Sistema Ocepar e pelas cooperativas na implementação de novas tecnologias no campo. “Isso também tem sido um diferencial importante do setor. Hoje o agricultor tem um conhecimento que dificilmente encontramos em outro país e que mostra a competência do agronegócio brasileiro e do setor cooperativista. As cooperativas produzem com qualidade e com sustentabilidade, o mundo precisa saber disso”, frisou.
Estratégia de atuação - Segundo ele, o Paraná aumentou a demanda por recursos e a inadimplência é uma das menores o que mostra a força e a qualidade dos produtores rurais paranaenses. “Estamos com dificuldade de buscarmos recursos no Tesouro Nacional por isso estamos vendo possibilidades de captação através de outras meios”. Naegele tranquilizou afirmando que “não haverá problemas com o custeio agrícola, o milho que complicou na safrinha e agora também. Mas neste momento não vemos risco neste sentido. O que nos preocupa é com relação aos investimentos, talvez prorrogar parcelas para que possa ajudar neste momento de dificuldades. Já estamos considerando este cenário adverso e vamos analisar as questões pontuais, caso a caso. Nossa meta é agilizar a vistorias”. O vice-presidente afirmou que o Banco do Brasil participa de um grupo de trabalho junto ao Mapa e que seus profissionais estão monitoramento município por município. Ele lembrou que aqui no Sul é seca e em outros estados é excesso de chuvas. “Precisamos atender a todas as demandas para que os produtores possam ter tranquilidade para plantar a próxima safra e se depender do banco isso acontecerá”.
Presenças - Também participaram do encontro, o superintendente do Sescoop/PR, Leonardo Boesche, o coordenador da gerência de Desenvolvimento Técnico, Silvio Krinski, os analistas do setor, Carolina Bianca Teodoro e Leonardo Silvestri Szymczak, e o coordenador de Comunicação Social, Samuel Milléo Filho.