Sistema Ocepar promove palestra para lideranças cooperativas sobre atenção contra assédios moral e sexual
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Mais de 200 lideranças, sobretudo da área de recursos humanos, de cooperativas de todo o Paraná participaram, na manhã desta sexta-feira (03/10), da palestra “Assédio sexual e moral em ambiente de trabalho para as lideranças”, realizada pelo Sistema Ocepar, por meio do Sescoop/PR em parceria com a Fecoopar. A psicóloga, com especialização em neuropsicologia, Edilaine Cristina Monson, iniciou sua fala destacando que o assédio, tanto moral quanto sexual, pode ser configurado como qualquer tipo de conduta abusiva repetitiva que causa constrangimento ou humilhação e atenta contra a dignidade e a integridade física ou emocional da pessoa.
Ela também exemplificou situações em que a ocorrência é confirmada, destacando que o assédio moral está relacionado a comportamentos ou ações repetitivas que humilham, intimidam, discriminam ou prejudicam psicologicamente um indivíduo, afetando sua saúde mental e bem-estar. “Pode não ser tão simples de ser identificado porque muitas vezes pode não ter algo objetivo que o comprove. Críticas exageradas, exclusão e sobrecarga proposital estão entre os sinais que podem confirmar que a importunação está ocorrendo”, avaliou.
O assédio sexual pode ser identificado por meio de comentários, gestos, avanços ou coerção de natureza sexual que criam um ambiente de trabalho hostil, intimidante ou ofensivo, que afeta principalmente mulheres. “Cuidar com os gestos quando nos aproximamos, ou até quando tocamos alguém é fundamental, porque pode gerar um sentimento de intimidação e assédio.”
A especialista lembrou que as lideranças são as principais responsáveis pela consolidação de ambientes saudáveis e devem ser exemplos de respeito, definindo e impondo limites. Atuam como protetores da equipe, em especial das mulheres e devem ter escuta ativa, ética e imparcial. “Diante de uma queixa, é importante escutar com respeito, neutralidade e sigilo. Também é fundamental proteger a vítima de retaliações e acionar canais internos formais”, afirmou.
Como medida preventiva, ela ressalta a necessidade de políticas contra o assédio, que sejam acessíveis e claras a todos os colaboradores, e que promovam a cultura de igualdade e respeito, por meio de palestras, fôlderes, comunicação interna, treinamentos com foco em diversidade e prevenção ao assédio.
O que não configura assédio
De acordo com a palestrante, muitas vezes as pessoas podem confundir um desconforto ou uma situação mal interpretada por assédio. As críticas profissionais, feedbacks negativos ou cobranças não configuram assédio. “A cobrança de metas, a exigência de qualidade e até correções mais severas fazem parte da dinâmica do ambiente de trabalho. Mas tudo deve ser feito com respeito e com a intenção de melhorar o desempenho, de forma objetiva. O assédio é confirmado quando essas críticas ocorrem de maneira degradante, com insultos”, ponderou. Desentendimentos ou conflitos interpessoais que ocorrem sem intenção de ofender ou prejudicar, também não configuram assédio, quando ocorrem de forma isolada.
Edilaine Monson encerrou sua fala lembrando que a empatia no ambiente profissional é fundamental e reduz a praticamente zero o risco de assédio. A especialista também mencionou a comunicação como fator fundamental em cenários de assédio. Como medida preventiva, ela lembrou as lideranças sobre a necessidade de cuidados com a comunicação agressiva, quando há imposição de sua necessidade como superior, com falas que sobrepõem ou interrompem a dos outros, ou em um nível extremo, quando a fala tem tom de grito, ofensa ou intimidação. “É importante colocar-se no lugar do outro antes de fazer críticas ou julgamentos, ouvir com atenção e cuidado, prestando atenção ao tom de voz e na linguagem corporal e tentar compreender o ponto de vista do outro.”