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Dilceu Sperafico
O
Brasil não é mais conhecido internacionalmente apenas pelo
futebol, carnaval, praias maravilhosas, mulheres bonitas e Floresta Amazônica.
O agronegócio está se tornando também uma referência
nacional, por sinal das mais positivas. Foi o que demonstrou o tradicional
Fórum Agricultural Outlook 2004, realizado em Washington, nos Estados
Unidos, no final de fevereiro último, reunindo cerca de dois mil
especialistas de 80 países, de todo o planeta. Uma das principais
conclusões do encontrou foi a que o cenário do agronegócio
mundial é e será favorável ao Brasil nos próximos
anos, devido a uma série de fatores positivos coincidentes, que
vão dos recursos naturais e capacidade do setor primário
nacional, até os problemas sanitários registrados em outros
grandes produtores de alimentos.
Para se ter idéia da importância, credibilidade e repercussão
do evento, basta lembrar que é promovido há 78 anos pelo
respeitado Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Isso
o torna reconhecido mundialmente como espaço de avaliação
da conjuntura e perspectivas para o setor agropecuário global.
O representante do Brasil no encontro, Sávio Rafael Pereira, coordenador-geral
de Produtos de Exportação da Secretaria de Política
Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, retornou entusiasmado com as manifestações
e previsões dos participantes. Segundo ele, o País se transformou
no centro das atenções dos analistas dos setores público
e privado presentes ao evento. Conforme esses estudos, há a perspectiva
de crescimento acima dos 3% da economia do planeta no período 2004/2005,
o que aumentará o consumo de produtos agropecuários e fatalmente
favorecerá o Brasil, consolidando sua posição de
principal produtor e exportador mundial de alimentos.
Entre as conclusões de consultores e economistas presentes, estão
previsões de crescimento de grandes economias neste ano. A economia
dos Estados Unidos deverá crescer entre 4,5% e 5%, da União
Européia 2% e da China 9%, o que se refletirá na expansão
da demanda de alimentos, especialmente de carnes e o Brasil reúne
as melhores condições para atender essa procura. Após
a extensão da doença da "vala louca" aos rebanhos
norte-americanos e do surgimento da "gripe do frango" na Ásia,
o Brasil leva grandes vantagens sobre os concorrentes na produção
e exportação de carnes. Isso porque alimenta bois, suínos
e aves com vegetais, oferecendo carnes de melhor qualidade, sanidade garantida
e com maior aceitação entre os consumidores mais exigentes.
O Brasil deve ocupar, inclusive, parte do espaço aberto pelos Estados
Unidos, cujas exportações de carne bovina devem cair de
1,15 milhão de toneladas em 2003, para apenas 100 mil toneladas
este ano, devido às restrições impostas por grandes
e tradicionais importadores, como Coréia do Sul, Japão e
México. Com grãos e derivados do Brasil, acontece fenômeno
positivo semelhante.
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Dilceu Sperafico é deputado federal pelo Paraná
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