Sistema Ocepar recebe representantes da pesca e aquicultura da Itália

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

O Sistema Ocepar recebeu, nesta segunda-feira (27/10), uma comitiva de representantes do setor público de privado da pesca e aquicultura da Itália. A comitiva integra o Seminario sulle oportunità di collabozazione Italia-Brasile nel settore dela pesca e dell´acquacolutra, evento de imersão que está acontecendo em vários estados brasileiros com o objetivo de conhecer a realidade da pesca e da aquicultura do país, com vistas à troca de informações, experiências e tecnologia e possibilidade de negócios. O grupo iniciou sua agenda no Brasil por São Paulo, já passou por Santa Catarina e, depois do Paraná, segue para os estados do Ceará e Piauí.

Em Curitiba, a comitiva foi recebida pelo presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken. Ele deu as boas-vindas e destacou as relações de amizade que mantém com a Itália, lembrando que anos atrás esteve em Bolonha num curso sobre cooperativismo. “Este curso nos ajudou muito, com várias ideias. O cooperativismo na Itália é muito importante e, esperamos este encontro agora abra oportunidades de grandes negócios”, declarou.

Ricken apresentou os números do cooperativismo e destacou as cooperativas paranaenses como referência na produção de pescados. “Há 10 anos, as cooperativas não atuavam neste setor. A piscicultura surgiu como atividade de diversificação das propriedades, especialmente as pequenas que não conseguiriam se viabilizar com a produção de grãos”, informou.

Pequenos empreendedores da pesca

Annamaria Mele, presidente da Anapi Pesca – Associazione Nazionale Autonoma Piccoli Imprenditori dela Pesca (Associação Nacional de Pequenos Empreendedores Autônomos da Pesca) – falou sobre o papel das cooperativas italianas no setor agroalimentar. “O cooperativismo é o sistema mais importante na produção agroalimentar e, dentro desse setor, na aquicultura, especialmente”, disse. Annamaria esclareceu que a associação atua na representação e defesa dos pequenos empreendedores da pesca em todo o território italiano, buscando a sustentabilidade do segmento.

Ela explicou que a entidade tem uma forte parceria com o setor universitário da Itália, que atua no desenvolvimento de pesquisa e novas tecnologias voltadas à pesca. Outra atuação importante da Anapi refere-se ao apoio aos pequenos pescadores no que diz respeito às normas e regulações que precisam ser cumpridas.

Dependência externa

De acordo com os números apresentados, a Itália é muito dependente de importações para atender a demanda local por produtos da pesca e aquicultura e um dos grandes desafios do país é ampliar a produção. Cerca de 80% do que os italianos consomem vêm de outros países, o que representa uma oportunidade para o Brasil. “O Brasil precisa diversificar suas exportações e a Itália pode vir a ser um parceiro”, destacou o médico veterinário do Sistema Ocepar, Alexandre Monteiro, lembrando que quase 90% do que o Paraná exporta de tilápia, por exemplo, vai para um único mercado, os Estados Unidos.

Monteiro apresentou todo o sistema de produção de pescados pelas cooperativas paranaenses, esclarecendo que as cooperativas paranaenses não se cultivam à produção de peixes de mar. “A nossa produção está toda no interior do Paraná, com a produção se desenvolvendo em tanques”, informou. Segundo ele, a atividade faz parte da estratégia das cooperativas de diversificação da produção. Monteiro apresentou números oficiais que mostram o Brasil como quarto maior produtor mundial de tilápia, ficando atrás de China, Indonésia e Egito, e o Paraná como o estado que mais produz tilápia no Brasil, com a atividade crescendo a uma média de 9% ao ano.

Sustentabilidade

A doutora pela Universidade da Calabria, Samira Gallo, falou sobre os desafios do setor de pesca e aquicultura da Itália em relação à sustentabilidade. “Temos a mesma preocupação que vocês em relação à redução dos impactos ambientais e temos a consciência de que precisamos agora cuidar do futuro”, destacou. Gallo enfatizou que esta conscientização permeia a cadeia produtiva da aquicultura que está constantemente buscando formas de cultivo que sejam ambientalmente corretas e, também, sempre buscando promover a transição energética.

Além da produção de peixes, a Itália se destaca na produção de moluscos, especialmente de ostras. Os cultivos são tanto de mar quanto de água doce.  Samira Gallo também ressaltou a Anapi, como representante do segmento, destacando o papel da associação na busca por viabilizar pequenos empreendimentos da pesca e na manutenção da sinergia entre essas empresas e a área da pesquisa.   

Participações

Também participaram da missão, Francesca Galli, vice-diretora da Agência de Intercâmbio do governo italiano; Fernanda Bueno, representante do Ministro da Pesca do Brasil; Edmar Gervásio, analista de mercado do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura, entre outros.  

FOTOS: Júlia Duda / Assessoria Comunicação Sistema Ocepar

Conteúdos Relacionados