COMPLIANCE EXPERIENCE: Segunda temporada reúne 100 profissionais de 40 cooperativas do Paraná

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A segunda temporada do Compliance Experience teve início na tarde de terça-feira (19/10) e reuniu 100 profissionais de 40 cooperativas do Paraná. O evento, realizado de forma virtual, foi promovido pelo Sistema Ocepar e teve por objetivo destacar as melhores práticas e os desa­fios enfrentados pelas organizações em relação à gestão de riscos, cultura de compliance e agenda ESG. Esta edição do Compliance Experience contou com a presença de dois palestrantes reconhecidos nacional e internacionalmente, Marcelo Zenkner e Isabel Franco. A abertura das atividades foi realizada pelo presidente do Sistema Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná), José Roberto Ricken, e pelo superintendente do Sescoop/PR (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo), Leonardo Boesche.

Mercado - Segundo o presidente do Sistema Ocepar, o compliance, conjunto de medidas e procedimentos com o objetivo de evitar, detectar e remediar a ocorrência de desvios e irregularidades, é uma ação imprescindível para quem pretende prosperar de forma sustentável nos negócios. “É uma exigência cada vez mais presente no mercado. Quem não tiver esse cuidado, vai ficar para trás”, afirmou Ricken. “A transparência é uma prática contínua nas cooperativas. A ética e a integridade são valores essenciais do cooperativismo”, ressaltou.

 

Cultura - O superintendente do Sescoop/PR lembrou que o Compliance Experience é um desdobramento do Programa de Compliance do Sistema Ocepar, lançado em 2019 e que conta com a adesão de 30 cooperativas, das quais 11 já concluíram todas as etapas do processo de implantação e descrição de boas práticas. “Não buscamos apenas que haja conformidade e as cooperativas sigam normas e procedimentos. O que pretendemos é disseminar uma cultura de compliance alicerçada em práticas de integridade”, enfatizou Boesche. “Para o cooperativismo, ética, transparência e honestidade são valores que fundamentam nossos princípios e organizam a forma como trabalhamos. Uma cooperativa por excelência já é uma empresa que pratica o compliance”, disse. 

 

Movimento mundial - A primeira palestra da tarde coube a Marcelo Zenkner, que abordou o tema “Como integrar um sistema de integridade com práticas de compliance, cultura organizacional e políticas ESG”. Segundo ele, houve três grandes ondas de integridade no país, todas elas motivadas pela convenção da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento), de 1997, da qual o Brasil é signatário. “Há um movimento crescente no mundo para a implantação de boas práticas de integridade e conformidade. No Brasil, temos a Lei 12.846/2013, a chamada Lei de Integridade de Pessoas Jurídicas, resultado de forte pressão internacional”, explicou Zenkner.

 

Integridade - Zenkner, que atualmente é sócio do escritório Tozzini Freire Advogados, de São Paulo, e professor da Faculdade de Direito de Vitória (FDV) nos cursos de pós-graduação, foi diretor de Governança e Conformidade da Petrobras, cargo que ocupou de agosto de 2019 a março de 2021. “O importante é haver um sistema de integridade nas organizações. E o cooperativismo tem tudo a ver com integridade, pois falar em cooperação é falar em confiança, relação que facilita a estruturação de um sistema de boas práticas”, afirmou. “Enquanto o sistema de compliance tem por objetivo evitar que o errado aconteça, o sistema de integridade vai mais longe, tem por objetivo gerar confiança pela disseminação da cultura de integridade. Não como um mero rótulo, mas praticando, na essência da organização”, enfatizou.

 

ESG - A segunda palestrante do dia foi de Isabel Franco, que tratou do tema “Como as práticas de compliance e risco serão fortalecidas com a agenda ESG: vantagem competitiva ou sobrevivência?”. “Acredito muito nas empresas descobrirem seu legado, com um exercício simples de introspecção sobre sua cultura, e assim possam abraçar a agenda de ESG (Ambiental, Social e Governança). O ESG deve estar dentro do compliance, como um maestro e organizador da agenda da implantação de boas práticas”, disse.

 

GreenwashingIsabel é sócia responsável pela prática de compliance, investigações e white-collar do Azevedo Sette Advogados, de São Paulo. Há anos, integra a lista das 100 melhores investigadoras do mundo pela Global Investigations Review (GIR). Atua como professora do curso de Mestrado de Compliance da FGV-RJ e embaixadora do Compliance Women Committee, fazendo parte dos conselhos do Instituto Não Aceito Corrupção, American Society, Education For Sharing e Bem Querer Mulher. “Importante destacar que não basta apenas parecer, é preciso realmente ser íntegro e honesto. Os consumidores consideram o “greenwashing” um insulto, que é quando uma empresa utiliza o compliance como uma peça de marketing, sem que as boas práticas se realizem. Quem não abraçar o compliance realmente, vai ficar fora do mercado”, concluiu.

 

Áudios Clique nos links abaixo e confira os áudios sobre o evento, produzidos pelo jornalista Alexandre Salvador para a rádio PR Cooperativo.

Compliance já faz parte do jeito cooperativo de trabalhar

Palestrantes falam sobre integração de práticas de compliance, cultura organizacional e políticas ESG em evento voltado a cooperativas

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