OPINIÃO: Transparência cooperativista

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As cooperativas, por sua própria natureza e modo de funcionamento, são empresas que apresentam um elevado grau de participação de seus membros, o que exige dos gestores a preocupação constante com a lisura e a transparência de todas as ações empreendidas. O negócio cooperativo deve ser levado com competência, seriedade e profissionalismo. A fiscalização interna pelos cooperados e conselhos fiscais, e externa pela sociedade em geral, é uma presença constante na vida do gestor cooperativista. Sendo assim, a transparência nos processos de tomada de decisões estratégicas do negócio e, sobretudo, na atuação diária das cooperativas é não só uma conseqüência natural desse tipo de organização, mas é também um fator essencial para o sucesso do negócio, o bem-estar dos cooperados e a promoção da causa cooperativista em todos os setores da economia.

Esse é um diferencial importante das cooperativas em relação a outros tipos de empresas. Trata-se de uma diferenciação pela ética, onde a estrutura das cooperativas e o próprio espírito do cooperativismo promovem uma relação mais próxima da empresa com seus associados. Além disso, a natureza dessas empresas como organizações de escala local ou regional, próximas de suas bases de atuação e articuladoras de cadeias produtivas locais, também constitui um importante veículo de promoção da atividade econômica ética, voltada para o desenvolvimento e o bem-estar das comunidades, com participação democrática nos processos de decisão e no compartilhamento dos resultados obtidos com a atuação empresarial séria e profissionalizada.

Essa diferenciação pela ética faz com que as cooperativas ocupem uma posição de destaque no panorama econômico atual, marcado pelas preocupações com a responsabilidade corporativa – das empresas para com seus sócios/acionistas – e pela responsabilidade sócio-ambiental, aquela que deriva da obrigação de todos os indivíduos e empresas agirem de maneira ética e não-destrutiva, enquanto agentes econômicos, diante dos patrimônios culturais e ambientais de toda a humanidade.

Nesse contexto, o Sistema Ocemg/Sescoop-MG tem sempre buscado aproximar-se das gestões das cooperativas mineiras, como seu órgão de representação e congregação, para promover a qualificação e atualização dos quadros cooperativistas, de forma a prepará-los para os desafios de um modelo de gestão marcado pela ética, transparência e democracia. Mais que isso, o Sistema preocupa-se em preparar as cooperativas e suas lideranças para os desafios de um mundo que vai exigir, cada vez mais, a atuação empresarial baseada nesses valores – que são, afinal, algumas das bases da causa que promovemos.

Ronaldo Scucato, presidente da OCEMG e Sescoop/MG

   

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