O Agricultor merece respeito
Por João Paulo Koslovski (*)
Neste dia 28 de julho comemora-se o Dia do Agricultor. Homens, mulheres e jovens, agentes importantes para o desenvolvimento do País, que mesmo diante de tantas adversidades, sofrem calados as conseqüências que lhe são impostas por fenômenos naturais, como a quebra de sucessivas safras devido a falta de chuvas, ou mesmo pela ação do governo através da ausência de políticas públicas que lhe garantam seguro rural, renda mínima, bem como pela instabilidade econômica que fez aumentar suas dívidas.
Euclides da Cunha na sua obra “Os Sertões” afirma que o “sertanejo é, antes de tudo, um forte”. Podemos muito bem transpor esta afirmação para nosso agricultor hoje, que sofre pelas incertezas, mas sempre como um forte, não desiste, vai em frente com a nobre missão: cultivar a terra, produzir alimentos.
Um dia para lembrarmos que já ultrapassamos aqui no Paraná, 11.000.000 de toneladas de produtos perdidos nas últimas três safras, incluída a atual, de inverno. Data para lembrarmos que, quando a agricultura vai bem, toda a economia é beneficiada: o setor industrial produz mais, cresce a mão-de-obra nas cidades e no campo, o comércio vende mais, como num círculo virtuoso. Mas quando este setor entra em crise o cenário é bem ao contrário de tudo isso.
É do suor desse herói anônimo que sai boa parte da riqueza deste País. Graças a ele o campo é uma empresa que movimenta a cidade e por isso ele merece todo nosso respeito.
Na sua santa e piedosa ação do dia a dia, o agricultor não se cansa de louvar e pedir ao bom Deus para que lhe mande a tão esperada chuva.
Noites mal dormidas, olhos voltados para o céu, acompanhando o caminhar das nuvens que se formam e que se vão, sem ver qualquer gota de água. Mas o agricultor é uma pessoa de muita fé, ele não pede, simplesmente agradece pela sua saúde e de seus familiares, suplica para que o Senhor ainda lhe dê condições para poder sobreviver, sustentar sua família, produzir alimentos.
Agricultura – atividade abençoada que sempre está a mercê da Providência Divina, mas que não merece o descaso com que vem sendo tratada pelas autoridades governamentais.
A inércia na adoção de medidas emergenciais e estruturantes para o setor provoca um alto custo ao setor e a economia brasileira.
A agricultura é uma atividade a céu aberto, sujeita a todo tipo de insegurança e precisa de políticas específicas e duradouras, que assegurem um mínimo de renda.
Apesar de reconhecermos que neste seu dia, o agricultor tem pouco a comemorar, nosso respeito e reconhecimento pela luta, pela determinação, pela persistência, pela coragem e, principalmente, pelo alimento que coloca em nossas mesas todos os dias.
Apesar das dificuldades, parabéns Agricultor, muito obrigado por existir e que Deus o ilumine e a nossos governantes também.
(*) Presidente do Sistema Ocepar
|