AGF/PEP II: Reclamações tomam conta de reunião técnica

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As reclamações em relação à política nacional para produção de trigo tomaram espaço de assuntos técnicos no encontro que reúne 200 pesquisadores e profissionais da agricultura em Cascavel nesta semana. Eles buscam alternativas para elevar a produção do cereal, mas uma série de fatores puxa o setor para outro lado. A 4ª Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale termina  nesta quinta-feira (29/07), com a apresentação de 96 trabalhos de pesquisas. Elas vão compor um livro que servirá como guia para as próximas safras. As pesquisas auxiliarão no desenvolvimento da cadeia produtiva, que terá de obedecer novos padrões - da escolha da semente à classificação do produto - a partir do ano que vem.

Frustração - Na contramão desses esforços, os baixos valores de mercado e a falta de políticas públicas para o setor frustram os produtores. Eles ainda aguarda o pagamento de trigo do ano passado e tentam reverter a redução do preço mínimo para a safra 2010/11. Luiz Carlos Miranda, presidente da Associação Paranaense dos Produtores de Sementes e Mudas (Apasem) diz que, apesar da ampla defesa do aumento da produção da faixa de 5 milhões para a de 7 milhões de toneladas, o governo federal não tem interesse em tornar o país autossuficiente. O consumo chega a 11 milhões de toneladas.

Dependência - Para Miranda, o Brasil continuará dependendo da importação do produto de países como a Argentina. O país vizinho consegue vender trigo para o Nordeste brasileiro a preços inferiores aos necessários para cobrir os custos dos estados do Sul.

Incentivo - O agrônomo e pesquisador Ivan Schuster, da Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola (Coodetec), que atende 34 cooperativas brasileiras, diz que falta uma política clara de incentivo a produção. "Nós temos área suficiente para plantar e trigo e sermos autossuficientes, mas os baixos valores desestimulam o agricultor." Ele observa que não há alternativas para o cultivo no inverno e, por menor que seja a receita, os agricultores seguem optando pelo trigo no Paraná. O estado é responsável por metade da produção nacional. Deve atingir 3 milhões de toneladas na safra que acaba de ser semeada. Se as plantas que já chegaram à fase de florescimento não forem atingidas por geadas fortes, o Paraná tende a alcançar a média de 2,68 mil quilos por hectare - 600 quilos a mais do que no ano passado. (Gazeta do Povo)

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