AGRÁRIA: Cooperativa orienta sobre terceirização da mecanização
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O Departamento Técnico da Agrária está orientando cooperados sobre terceirização de mecanização agrícola. Diante da necessidade atual dos produtores reduzirem custos devido ao câmbio e aos preços das commodities, considerados baixos, a cooperativa vem incentivando, desde o final de 2005, o debate em torno do tema. A Agrária tem chamado a atenção para o fato de que terceirizar a mecanização pode ser, em alguns casos, opção para diminuir despesas. Para incentivar reflexão, troca de informação e decisão sobre a terceirização, a Cooperativa disponibilizou em março, em sua página eletrônica na Internet (agraria.com.br), um "Balcão de Negócios". O link do "Balcão", que pode ser encontrado já na página inicial do site, contém anúncios de pessoas que desejam vender ou comprar serviços de terceirização de mecanização. Ao mesmo tempo, para ajudar na decisão de se adotar esta alternativa, o Departamento Técnico da Agrária além de receber os anúncios também está atendendo consultas de cooperados que buscam saber mais sobre a questão.
Conhecer custos - À frente do "Balcão de Negócios", o agrônomo Anton Gora informou que o Departamento Técnico pode ajudar o cooperado a analisar sua necessidade de terceirizar determinadas rotinas de mecanização e que está à disposição para prestar este auxílio. Segundo ele, o setor tem recebido consultas por telefone, de cooperados que buscam conhecer melhor o assunto. Resumindo, o agrônomo destacou que a informação detalhada sobre os custos de produção é o fator chave para se saber quando a terceirização vale a pena. Gora considera que o curso de Excelência em Gestão, que a Agrária iniciou este ano para seus cooperados, acaba assumindo uma importância também para o "Balcão", já que os participantes aprenderão entre outras coisas a conhecer melhor os números de sua produção.
Tendências - O agrônomo assinalou que, ao pensar em comprar ou vender um equipamento, é hora de, pelo menos, pensar sobre a adoção da terceirização. "O agricultor vai ter de ver se é melhor vender ou comprar o serviço", comentou. Conforme exemplificou, há várias máquinas que acabam sendo utilizadas uma ou duas vezes por ano, como plainas, plantadeiras, colhedeiras e até tratores. "Em vez de cada cooperado ter uma plaina, um poderia alugar o equipamento de outro", cogitou. Analisando que uma eventual ampliação do uso da terceirização seria diferente do sistema adotado em países como a Alemanha, com seu Maschinenring (círculo de máquinas), que são associações, ou como a França, onde o serviço é prestado por cooperativas, Gora informou que a Agrária antevê duas tendências, que poderão ocorrer simultaneamente no longo prazo: especialização de cooperados na prestação de serviços e o surgimento de empresas prestadoras de serviços.
Mudança de mentalidade - Qualquer que seja o futuro, o agrônomo enfatizou que os cooperados terão de encontrar "seu próprio caminho", uma forma própria de realizar a terceirização. O "Balcão" já nasceu com este conceito: "O contato é direto entre quem compra e quem vende serviços de terceirização de equipamentos", completou Gora. A adoção de compra de serviços, ainda conforme relatou, significa uma mudança de mentalidade: poderá ser necessário deixar de lado a atitude de possuir uma máquina própria, substituindo-se o valor sentimental pelo valor monetário. A recomendação então é calcular quanto vai custar este "hobby", considerando-se que na França, Alemanha, Estados Unidos e Argentina, muitos já consideram um "luxo" a posse de grandes equipamentos agrícolas.