AGRICULTURA: Presidente elogiou Rodrigues

"Eu acho que o Brasil haverá de reconhecer que, muitas vezes, houve injustiça com você", disse Lula a Rodrigues, durante a solenidade de transmissão de posse, realizado na segunda-feira. "Eu poderia terminar dizendo, Roberto, que eu nunca acreditei nesse negócio de amor à primeira vista, e eu acho que, entre nós, respeitando as nossas condições, eu quero te dizer que, poucas vezes em tão pouco tempo, eu galvanizei uma relação de amizade tão forte e de respeito que eu tenho por você", afirmou Lula no discurso. "E, da parte do Presidente da República, você deixou mais do que um amigo, você deixou um irmão", concluiu. Rodrigues, por sua vez, despediu-se com um resumo das realizações à frente do ministério. Ele afirmou que diante da maior crise da história recente da agricultura, trabalhou por medidas que alongassem as dívidas e ampliasse os recursos para o crédito rural, visando minimizar os problemas do campo. Reconheceu, porém, que os casos de febre aftosa, a queda de preços dos produtos agrícolas e da renda dos agricultores "foram uma carga impossível de resolver completamente". O ministro elogiou bastante o sucessor, que chamou de "competente e leal". Ao presidente Lula, Rodrigues disse que deixa o governo, mas que continua sendo seu amigo e "admirador respeitoso".

Novo ministro monta equipe - O novo ministro da Agricultura Luiz Carlos Guedes Pinto está montando sua equipe e já nomeia dois novos secretários: Luiz Gomes na secretaria-executiva e, Edílson Guimarães, na Política Agrícola.Gomes acompanha Guedes Pinto desde que ele presidia a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).Formado pela Universidade de Viçosa (MG) em 1968, Gomes era diretor de programas da secretaria-executiva. Ele é pesquisador concursado da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desde a sua fundação.Outra substituição ocorreu na Secretaria de Política Agrícola, responsável pela elaboração da política de apoio à comercialização de grãos. O atual secretário, Ivan Wedekin, se demitiu ontem, alegando razões pessoais.Wedekin, que coordenava a política agrícola desde o início do governo Lula, vinha se queixando de dificuldades de levar adiante os projetos da secretaria. "O governo é ingovernável", teria dito Wedekin a mais de um assessor.Ao lado do ex-ministro Roberto Rodrigues, ele negociava com a área econômica os pacotes de ajuda à agricultura e os planos da safra de cada ano.