AGRONEGÓCIOS III: Diversificação é a palavra
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Nem só de grãos vive o Paraná. A diversificação tem sido uma aposta do agronegócio. O Estado se destaca com produções peculiares como a sericicultura. Marcada pela alta tecnologia, a produção de casulos de bicho-da-seda envolve 5,8 mil produtores, com 6.468 barracões, em uma área de 14 mil hectares, concentrados na região noroeste, especialmente Maringá e Nova Esperança. Conforme Francisco Carlos Simioni, chefe do Deral, o segmento tem obtido bom desempenho, mas esbarra em um problema que preocupa os produtores freqüentemente: as variações abruptas de mercado. Ele comenta que o governo estadual tem colaborado de algumas formas, como na oferta de calcário para fazer a recuperação do solo, visando a maior produtividade. A melhora no manejo e o aumento de barracões também tem incentivado a produção.
Bicho-da-seda - Na safra 2006/2007, segundo o Deral, o Paraná produziu 7,645 milhões de quilos de casulos de bicho-da-seda. Na safra atual (2008/09) o volume alcançou 5,7 milhões de quilos. A redução, de acordo com Simioni, está relacionada às variações de mercado, mesmo assim o Estado continua sendo o maior produtor e responde por 91% do que se produz no País. A expectativa é que com as ações do governo, por exemplo, a situação se normalize e que na próxima safra o volume fique estável.
Erva-mate - A erva-mate também se destaca no Estado e representa 60% de tudo o que é produzido no Brasil. No ano passado, o volume colhido somou 288.335 toneladas. São aproximadamente 50 mil produtores, dividos em 12 regiões, concentradas principalmente no sul do Paraná. Simioni afirma que o bom desempenho da cultura deve-se à assistência técnica que os produtores recebem. Entre algumas medidas tomadas para alavancar ainda mais o setor está a criação da Associação dos Produtores de Erva-Mate do Sul do País, que está saindo do forno.
Fruticultura e orgânicos - A aposta e o incentivo para a diversificação do agronegócio tem resultado ainda no bom desempenho da fruticultura e de orgânicos. Neste último, por exemplo, o Paraná responde por 25% de toda a produção brasileira. No geral, o volume é alto pois se trata de um produto caro, mas o segmento tem crescido significativamente. ‘‘O avanço da fruticultura também tem sido constante'', enfatiza o chefe do Deral, apontando que o resultado é fruto de programas especiais de capacitação, que envolvem plantio e manejo. O café adensado, por exemplo, é uma cultura beneficiada com esse processo de pesquisa e capacitação.
Carne Bovina - O Paraná não conta com uma posição de destaque na produção de carne bovina, mas o segmento cresce aos poucos. Depois da crise da febre aftosa que envolveu o Estado, em 2005, o setor tem sido alavancado com o aumento do número de matrizes e a abertura do mercado externo. ‘‘Aos poucos estamos recuperando o mercado da Europa'', frisa Simioni. Em 2007, o Estado passou de 10º para 8º produtor. A expectativa é que em 2007 a recuperação seja ainda maior. (Folha de Londrina)