ALGODÃO: Estados Unidos aguardam decisão do Brasil

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Representante de Comércio dos Estados Unidos, Ronald Kirk, reiterou na última quinta-feira (17/09), depois de encontro com o chanceler Celso Amorim - pela primeira vez desde que o Brasil obteve na Organização Mundial de Comércio (OMC) o direito de retaliar os americanos pelos subsídios aos produtores de algodão - que aguardará a decisão do governo brasileiro para decidir sobre a questão. Amorim, por sua vez, afirmou que a preferência é sempre pela negociação, mas que neste caso, os EUA estão descumprindo a decisão da OMC há anos. "Vejo com bons olhos a possibilidade de se chegar a um acordo. Mas o Brasil precisa realizar o trabalho técnico (sobre que tipo de medidas e quanto poderá retaliar). Esperamos para ver", afirmou Kirk. "A solução preferida é a negociação. Mas cada momento é um momento. Hoje, o Brasil vive um momento introspectivo", afirmou Amorim.

Cálculos - Segundo cálculos das autoridades brasileiras, o Brasil tem o direito de retaliar os EUA em US$ 800 milhões, incluindo outras áreas como propriedade intelectual e serviços. Depois do encontro no Itamaraty, os representantes dos dois países demonstraram otimismo em encerrar as negociações sobre a Rodada Doha em 2010, alegando que há vontade política em se chegar a um acordo. Eles admitem, no entanto, que terão de empreender esforços para se chegar a um consenso, sobretudo na área agrícola.

Mercosul - Apesar do apelo por parte do governo americano por acordos bilaterais, outro tema tratado na reunião, Amorim deixou claro que o Brasil não entrará em nenhuma negociação que possa ferir as obrigações com o Mercosul. Ao ser perguntado sobre a disposição dos EUA em transferir tecnologia nas negociações entre os dois países sobre a compra dos aviões caça americanos pela Força Aérea Brasileira (FAB), Kirk brincou: "O clima esquentou de uma hora para outra", disse, alegando que seu país tem interesse em vender aviões, mas que esse assunto está sendo conduzido pelo Departamento de Defesa. Amorim aproveitou o encontro para solicitar a abertura do mercado americano à carne de porco de Santa Catarina e contou que o colega anotou o assunto com atenção. (Assessoria de Imprensa)

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