Álvaro Dias quer atendimento às reivindicações do setor agropecuário

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O agravamento da crise agropecuária, em especial no Paraná, foi o tema do discurso do senador Álvaro Dias (PSDB/PR), no plenário, na quarta-feira (08/02). O senador fez um apelo para que o governo atenda as reivindicações do setor, que sofre com a seca e os preços do mercado externo: “O governo Lula tem o dever de flexibilizar as regras da política agrícola, já que há uma dívida impagável com a agricultura brasileira, que é a maior responsável pelo superávit. Como o governo pode antecipar pagamentos ao FMI e perdoar dívidas de países estrangeiros, como Moçambique e Bolívia, e não socorre os agricultores brasileiros?”.

Prorrogação dos financiamentos - Entre as propostas do setor apoiadas por Alvaro Dias estão a prorrogação dos financiamentos de custeio agrícola e pecuário; a liberação de recursos para as cooperativas e fornecedores de insumos; a anistia da parcela de custeio e de investimento do ano passado para agricultura familiar e a criação de uma linha de financiamento para manutenção familiar para atender produtores com grandes prejuízos. São reivindicações, encaminhadas ao governo, por entidades como a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep), Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (Fetrap/Sul) e Secretaria da Agricultura e do Abastecimento.

Argumentos - Para justificar a defesa das propostas, o senador citou números mostrando que o Paraná gerou menos empregos em 2005, em relação a 2004. Uma queda de 41% nos postos de trabalho provocada, em grande parte, por problemas enfrentados pela agroindústria. O PIB da agricultura em 2005 caiu 16,8% em relação ao ano anterior e deve cair este ano mais 5%. “No Paraná já é grande o êxodo rural. Como não houve dinheiro para plantar, várias áreas agrícolas estão abandonadas. Infelizmente o governo não teve sensibilidade para prorrogar as dívidas dos pequenos e médios produtores”, disse Álvaro Dias. O senador lembrou que dos R$ 3 milhões do FAT anunciados, para o pagamento de dívidas dos produtores com bancos privados e máquinas agrícolas, só R$ 500 milhões foram liberados: “Em 2005 o preço da soja no mercado internacional caiu 20%. No Paraná a queda chegou a 28%. O impacto da desvalorização e a estiagem provocaram menos renda para o produtor, com redução no volume de financiamento e custo elevado. E em 2006, pode-se inferir que a renda será ainda menor e que a seca vai potencializar a crise da agricultura. Só nas culturas de soja e milho, as perdas decorrentes da quebra de safra 2005/2006 chegam a R$ 1,56 bilhão”.

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