ARGENTINA: Protesto agropecuário afeta indústria de soja
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Muitas das processadoras de soja da Argentina estão com as atividades paralisadas devido ao prolongado protesto dos produtores rurais, disseram fontes da indústria. A paralisação nas negociações de soja, um protesto dos produtores contra uma alta nas taxas de exportação, afeta o setor de um país que é o maior exportador mundial de farelo e óleo de soja. Os protestos, que já duram cerca de três meses, prejudicaram as exportações do país e deram sustentação aos preços da soja nos mercados internacionais.
Produtos começam a faltar - Ao mesmo tempo, produtos essenciais para a população, como o óleo de cozinha, começam a faltar nas gôndolas dos supermercados. Os agricultores se negam a colocar grãos no mercado e proíbem o tráfego de caminhões com mercadorias nas rodovias do país. Desde o início das manifestações, em março, algumas processadoras de soja e exportadores puderam manter suas atividades apenas graças aos estoques formados nos momentos em que os protestos eram suspensos.
Importações - Também cobriram suas necessidades com importações do Paraguai. Mas os estoques estão agora perto de acabar, afirmaram operadores e analistas da indústria. "Até alguns dias, os exportadores tinham estoques para carregar os navios. Agora, a realidade é que os estoques se acabaram", disse Paulina Lescano, analista consultoria Agropuerto, de Buenos Aires. Trabalhadores das unidades de processamento em Rosário, o maior porto de grãos do país, estão sem trabalho.
Indústrias - As seis unidades da cidade, que incluem as da Cargill, Louis Dreyfus e Molinos Río de la Plata, representam 20 por cento da capacidade de processamento do país. "A Cargill está parada faz 15 dias porque não tem matéria-prima e a Dreyfus também está com problemas...", disse Adrián Davalos, secretário-geral do sindicato dos trabalhadores da indústria de Rosário. Esperava-se que os produtores suspendessem os protestos na quarta, um dia depois de a presidente Cristina Fernández enviar um projeto de lei ao Congresso sobre as taxas. Caberá ao Congresso confirmar ou derrubar a alta de impostos. A Argentina também é o segundo exportador mundial de milho, e no mercado de Rosário os embarques também estão sendo afetados. "As exportações são nulas há dias, e os navios com milho são os que mais esperam para o cumprimento das vendas ao exterior", afirmou a analista Lorena D"Angelo. (Reuters)