AUDIÊNCIA PÚBLICA: Micheletto defende profissão dos zootecnistas
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Em audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara Federal, na tarde desta terça-feira (5/05), o deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR) se manifestou contra a limitação do exercício das profissões de engenheiro agrônomo e de médico veterinário na área de zootecnia. A seu ver, os resultados positivos alcançados até hoje no agronegócio brasileiro se devem à ação desses profissionais que atuaram de forma competente e compartilhada com os zootecnistas.
Tripé - Micheletto destacou que as três profissões se completam, "formando um tripé, uma santíssima trindade" e juntas contribuem para a revolução verde que se observa no País tanto no segmento da produção de grãos como no de carnes e agroenergia. Micheletto foi aclamado pelos representantes das três categorias e pelos universitários presentes aos debates do Projeto de Lei 2824/2008, que defende o impedimento do exercício da profissão de zootecnista aos agrônomos e veterinários.
Discussão - Micheletto explicou que o assunto deve ser melhor discutido. Ele se antecipou e apresentou a posição que dará na votação do PL 2.824/08. O parlamentar pediu vista para estudar e avaliar mais profundamente a questão, posição acompanhada pelos deputados Waldemir Moka (PMDB-MS) e Wandenkolk Gonçalves (PSDB-PA). "É preciso atender o grito dos zootecnistas que se sentem injustiçados nesse contexto". Ele destacou que a garantia de um emprego não depende da especialização, mas sim da competência e qualificação, seja do veterinário, do agrônomo ou do zootecnista.
Especialização - A professora Célia Carrer, chefe do Departamento de Ciências Básicas da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo, defendeu a aprovação da mudança que, segundo ela, faria justiça aos zootecnistas e possibilitaria melhor atendimento à sociedade. Ela afirmou que o curso de zootecnia tem conteúdos específicos e que são contemplados em apenas 12% dos cursos de veterinária e agronomia do Brasil. A professora considera imoral permitir a titulação de zootecnista a outros profissionais.
Números - De acordo com Rafael Mondadori, presidente da Comissão Nacional de Ensino da Medicina Veterinária, hoje existem pouco mais de 11 mil zootecnistas filiados ao Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) dos quais apenas 7.618 são atuantes. Esse número, segundo ele, é incapaz de atender a demanda do País. Estudantes dos cursos de zootecnia e de veterinária de faculdades de Brasília compareceram à audiência. Os zootecnistas vestiam camisetas com mensagens pedindo a aprovação do PL: "Não queremos reserva de mercado, queremos reconhecimento profissional". (Assessoria de Imprensa)