AVICULTURA: Exportador de frango está mais preocupado

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As exportações brasileiras de carne de frango sofreram um duro golpe em novembro, desferido pela combinação entre os reflexos do aprofundamento da crise financeira irradiada a partir dos Estados Unidos e da tragédia em Santa Catarina, que travou o porto de Itajaí, em Santa Catarina, já desde a semana passada.  De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef), o volume embarcado foi 220 mil toneladas, 30,2% menos que em outubro e 26,4% abaixo do resultado de novembro do ano passado. 

Vendas externas - De acordo com o ex-ministro Francisco Turra, presidente da Abef, foi a primeira queda em relação ao mesmo mês de 2007 registrada em 2008. O dirigente está relativamente tranqüilo em relação aos resultados das exportações no acumulado deste ano, mas não disfarça a preocupação em relação ao desempenho das vendas externas do segmento no ano que vem.  Apesar do tombo de novembro e das perspectivas pouco otimistas para dezembro, Turra confia que a receita proveniente dos embarques brasileiros de carne de frango chegarão aos US$ 7 bilhões previstos há um mês, em parte graças ao aumento dos preços dos produtos exportados pelas empresas do segmento. 

Cautela em 2009 - Isso apesar de os importadores de países como Japão, Rússia e Venezuela continuarem retraídos, por motivos diferentes. Conforme Turra, os japoneses estão bem estocados, enquanto russos e venezuelanos sofrem mesmo é com o estrangulamento do crédito em virtude do recrudescimento da crise financeira mundial.  O problema ficará mesmo para 2009, um ano que, segundo Turra, no mínimo exigirá muita cautela. Em sua avaliação, as companhias terão no mercado doméstico - que está bem abastecido, mas que ainda não apresentou sinais de retração do consumo - uma importante frente de negócios, mas será preciso reduzir a produção (entre 15% e 20%) para que os estoques não cresçam demais com o ambiente menos propício às exportações previsto pela Abef. O mercado interno absorve pouco menos de dois terços da produção nacional. 

Queda de preços - O mercado doméstico hoje está tão bem abastecido que o presidente da União Brasileira da Avicultura (UBA), Ariel Antonio Mendes, prevê inclusive queda de preços da carne de frango nos supermercados mesmo com as festas de fim de ano. Esta redução, para ele, será de 10% a 15%.  "É uma faca de dois gumes. O consumidor gostaria de ter um frango barato, mas isso é insustentável. Tem que haver equilíbrio", disse ele em comunicado.  (Valor Econômico)

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