BACEN: Poupança tem captação de R$ 6,67 bi em julho, com Selic mais baixa
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As cadernetas de poupança registraram captação líquida de R$ 6,672 bilhões em julho, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (06/08) pelo Banco Central (BC). Trata-se do maior volume para meses de julho desde 1995, quando tem início a série histórica do BC. Quando se considera todos os meses, a captação do mês passado é a maior desde dezembro de 2007, quando foi de R$ 9,134 bilhões.Acumulado - No acumulado do ano, a poupança tem captação líquida de R$ 9,119 bilhões, volume 36% superior aos R$ 6,691 bilhões registrados no mesmo período de 2008. Após o corte de 5 pontos percentuais na taxa Selic ao longo deste ano, que levou os juros básicos para 8,75% anuais, a poupança se tornou competitiva em relação aos fundos de investimento. É fato que a caderneta rende apenas 0,50% ao mês mais TR, mas ela não tem taxa de administração e é isenta de Imposto de Renda, enquanto as aplicações tradicionais de renda fixa são tributadas pela tabela que vai de 22,5% a 15% sobre o ganho bruto, conforme o prazo do investimento.
Depósitos - Ao longo de julho deste ano, os depósitos nas cadernetas somaram R$ 89,935 bilhões, enquanto os saques totalizaram R$ 83,262 bilhões. Ao se computar os rendimentos creditados às aplicações, de R$ 1,474 bilhão, as cadernetas encerraram o mês passado com saldo total de R$ 290,337 bilhões, ante R$ 282,189 bilhões do fim de junho, e de R$ 270,441 bilhões em dezembro de 2008.
Anbid - Segundo os dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), os fundos de curto prazo, que tem alíquota maior de IR, registraram saques de R$ 1,888 bilhão em julho, enquanto os fundos DI tiveram saída de R$ 56 milhões, e os fundos de renda fixa mostraram captação de R$ 1,528 bilhão.
Multimercados - Ainda na indústria de fundos, a categoria dos multimercados foi um dos destaques de julho, com captação líquida de R$ 14,747 bilhões. Atenção também para os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), em que os depósitos superaram os resgates em R$ 14,798 bilhões no mês passado.
Medidas - No intuito de frear a tendência de migração de recursos para a poupança, o governo já anunciou medidas que visam devolver atratividade aos fundos, mas não as colocou em prática até agora.
Arma - A principal arma do governo é começar a tributar com Imposto de Renda as aplicações em poupança que transponham o teto de R$ 50 mil a partir de 2010. No entanto, até agora nenhuma medida provisória ou projeto de lei foram enviados ao Congresso. Há também a intenção de reduzir temporariamente a alíquota do IR incidente sobre aplicações de renda fixa tradicionais. Atualmente, a tributação varia de 22,5% a 15%, conforme o prazo do investimento. O governo diminuiria apenas durante este ano as alíquotas maiores, para evitar saques dos fundos, mas nenhuma medida efetiva foi tomada até o momento.
Limites mínimos - De seu lado, os bancos trabalham na redução dos limites mínimos de investimento exigidos para aplicações em fundos cujas taxas de administração são menores. Em alguns casos, também há redução nas taxas de administração cobradas. (Valor Online)