BALANÇO: Cresce consumo de arroz e feijão no país

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BALANÇO:
Cresce consumo de arroz e feijão no país
Bandeira do governo, vidraça da oposição, o programa Bolsa Família ajudou a elevar consumo e preços de feijão e arroz no país em 2006. Apesar de imprecisas e desatualizadas, estatísticas oficiais e privadas confirmam a relação de causa e efeito e sinalizam que ela pode influenciar o mercado também em 2007. Neste ano, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o maior beneficiado foi o feijão. O consumo do produto, que permaneceu estagnado entre 2001 e 2005 em torno de 3 milhões de toneladas, deve subir 4,8% em 2006 e alcançar 3,3 milhões de toneladas. No caso do arroz, a demanda deverá totalizar 13,2 milhões de toneladas, 1,5% mais que no ano passado mas 5,6% acima da média dos últimos cinco anos (12,5 milhões de toneladas/ano). Não há pesquisas com o mapeamento do consumo desses grãos por região ou faixa de renda. Sabe-se, entretanto, que a demanda é maior entre a população de baixo poder aquisitivo, e que parte dela - famílias com renda mensal de até R$ 600 - é beneficiada pelo Bolsa Família.

Consumo - Conforme dados do IBGE de 2003 (último levantamento disponível), nas famílias que recebem até R$ 400 por mês, o consumo per capita de arroz chega a 23,3 quilos, e o de feijão atinge 4,78 quilos. Para famílias com renda de até R$ 600, são 27,8 quilos per capita de arroz e 10,13 quilos de feijão por ano. Levantamento da consultoria MB Associados revela, ainda, que o número de famílias com renda mensal de até um salário mínimo (R$ 350) deve aumentar 9,5% em 2006 no Brasil. São mais 809 mil famílias, que elevam o número total para 9,329 milhões. Para 2007, a expectativa da MB é de outras 872 mil famílias inflem o grupo.

Renda - Segundo a consultoria, também a receita média mensal das famílias que sobrevivem com até um salário mínimo cresceu 13,1% neste ano, para R$ 259, e um novo incremento de 11,9% é esperado em 2007. "O aumento da renda por si só já é um fator que estimula o consumo de alimentos, principalmente nas classes mais baixas", afirma Sérgio Vale, da MB. Sendo assim, cálculos do Valor realizados a partir do cruzamento dos dados oficiais com os incrementos apontados pela MB mostram que apenas as famílias que ganharam renda e saíram da linha de pobreza (até R$ 100 per capita por mês) em 2006 foram responsáveis por um incremento de aproximadamente 89 mil toneladas de feijão e de cerca de 150 mil toneladas de arroz no ano. (Valor Econômico)

 

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