BIOCOMBUSTÍVEL I: Petrobras pretende vender etanol no mercado interno
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O constante crescimento das vendas de álcool no Brasil, a intenção de parceiros de comercializar internamente a produção e a demora na abertura de mercados estrangeiros levaram a Petrobras Biocombustível a projetar o direcionamento de quase metade da produção de etanol em 2013 para o mercado nacional. A Petrobras Biocombustíveis pretende investir, como sócia minoritária, em 20 usinas de álcool no país. De acordo com o modelo de negócio idealizado pela estatal, as usinas terão como sócios um produtor nacional majoritário e dois investidores minoritários - a Petrobras, com fatia de até 40%, e um parceiro estrangeiro. A Petrobras informou que a japonesa Mitsui será sócia da estatal em um projeto de usina em Itarumã, em Goiás.
Projeções - De acordo com as projeções contidas no Plano de Negócios 2009-2013, dos 3,9 bilhões de litros de etanol que as empresas com participação da Petrobras Biocombustíveis estiverem produzindo ao fim do quinquênio, 1,8 bilhão de litros serão destinados aos revendedores nacionais. As projeções indicam que em 2013 serão 1,9 bilhão de litros produzidos para o mercado externo, enquanto outros 200 milhões de litros serão fabricados na Colômbia.
Demora - O presidente da Petrobras Biocombustível, Alan Kardec, negou que a demora na abertura dos mercados estrangeiros - principalmente o japonês, onde a estatal fez sua grande aposta - tenha sido a principal motivação para o direcionamento da produção para o mercado interno. "O mercado japonês vai acontecer. Pode não acontecer na velocidade que se previa, mas acontecerá." O executivo frisou que o questionamento de parceiros em potencial e os estudos que indicam a continuidade do consumo de álcool no país mesmo em um cenário de crise internacional foram as principais razões para a mudança de filosofia.
Monopólio - Kardec descarta que a Petrobras crie um monopólio do álcool por conta da sua atuação mais firme no mercado interno. Segundo ele, o etanol tem hoje no país uma fatia superior a 50% dos combustíveis usados nos veículos de passeio. Kardec garantiu que a companhia pretende abocanhar apenas 20% do crescimento futuro do mercado de álcool, sem mexer na parte já consolidada. "Não vamos brigar com ninguém, não vamos estatizar o setor", disse.
Investimento - Para este ano, a Petrobras Biocombustível espera investir R$ 945 milhões, sendo 91% no Brasil. Entre 2009 e 2013 a previsão de investimentos da subsidiária é de US$ 2,4 bilhões. Do total para o quinquênio, o setor de etanol receberá US$ 1,941 bilhão, enquanto o biodiesel ficará com US$ 480 milhões. Somada aos investimentos da controladora em logística e pesquisa e desenvolvimento para a área de biocombustíveis, a projeção salta para US$ 3,3 bilhões. O setor de logística e abastecimento receberá outros US$ 400 milhões da Petrobras, enquanto na área de pesquisa e desenvolvimento (P&D) a estatal aportará US$ 530 milhões voltados para os biocombustíveis. Em 2009, a P&D aplicada para o setor receberá R$ 162,3 milhões para desenvolvimento de tecnologia e soluções via Cenpes, o centro de tecnologia da companhia.
Expectativa - A projeção da Petrobras Biocombustível é de que a produção de etanol atinja 339 milhões de litros este ano, com a aquisição de participação em unidades já existentes. Para o biodiesel, a expectativa é de produção de 115 milhões de litros em 2009. (Valor Econômico)