BOVINOS: Irã suspende embargo à carne brasileira

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O Irã suspendeu o embargo à carne bovina brasileira. A restrição ainda era mantida para os Estados do Paraná e Mato Grosso do Sul. O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Inácio Afonso Kroetz, disse à Folha que uma comissão do Irã esteve no Ministério em Brasília na última sexta-feira e informou o fim do embargo. ''A liberação é muito positiva. Mostra que o Irã acredita no bom serviço apresentado pelo Brasil e que o trabalho foi bem feito'', destacou. O secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Valter Bianchini, disse que o Ministério da Agricultura já está fazendo o comunicado aos frigoríficos para poderem se habilitar na exportação. Ele lembrou que o Egito também suspendeu, recentemente, o embargo à carne bovina brasileira.

Sindicarne - De acordo com dados do Sindicato da Indústria de Carne do Paraná (Sindicarne-PR), em 2004, o Brasil exportava US$ 7,5 milhões por mês de carne bovina para o Irã, o que representou um total, naquele ano, de 7 mil toneladas. Em 2005, ano da crise da febre aftosa, o Brasil exportava US$ 1 milhão/mês. No ano passado, a exportação média/mês foi de US$ 107 milhões para o Irã, um total de 45 mil toneladas por ano. Comparando os números de 2004 e 2006, houve um aumento de 550% no volume exportado e de 800% no valor. Neste período, o preço da carne também subiu no mercado internacional. Hoje, 80% da carne bovina que o Irã importa vêm do Brasil.

Embargo - O economista do Sindicarne-PR, Gustavo Fanaya, disse que 53 países ainda mantêm o embargo ao Paraná e Mato Grosso do Sul, metade deles são da União Européia. São Paulo sofre o embargo dos 27 países da União Européia. Em setembro, a Organização Internacional de Epizootias (OIE) fará uma reunião para decidir se outorga ao Brasil o estatus de área livre de aftosa. ''O que interessa mais é o Mato Grosso do Sul e o Paraná voltarem a ter o status'', disse. Segundo Fanaya, os dois principais mercados do Brasil para exportação são a União Européia e a Rússia. Juntos representam 70% da exportação de carne bovina e suína. Para ele, mesmo que OIE dê o aval ao Brasil, a liberação da UE e da Rússia vai depender de negociações bilaterais.

Discussão - O secretário Bianchini disse que representantes do Mapa viajam no próximo sábado para a Rússia para discutir o embargo. ''A Rússia tem grande importância nas exportações de suinocultura do Paraná e de Santa Catarina'', destacou. Na próxima quinta-feira, ele participa de uma reunião em Campo Grande (MS) com todos os secretários de Agricultura dos Estados. Um dos temas da discussão será a sanidade. (Folha de Londrina)

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