BRASÍLIA: Caiado busca apoio para viabilizar a CPI da carne
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O deputado Ronaldo Caiado (PFL-GO), presidente da Comissão de Agricultura e Pecuária da Câmara, disse que começa a buscar hoje assinaturas de outros parlamentares para instalar a comissão parlamentar de inquérito (CPI) da carne, com o objetivo de investigar suspeitas de prática de cartel por parte de grandes frigoríficos brasileiros. “O setor pecuarista brasileiro é hoje dependente dos frigoríficos, que dominam o mercado e matam o produtor rural”, disse Caiado. Ele informou também que na quarta-feira coloca em votação na comissão requerimento convidando representantes de frigoríficos a ir à Casa explicar denúncias de formação de cartel. A princípio, a idéia do deputado é chamar para prestar esclarecimentos as empresas citadas em reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo.
Frigoríficos - O texto traz trechos de uma gravação na qual o proprietário do Friboi, José Batista Júnior, afirma que combina preços para a compra de bois com pelo menos outros três frigoríficos: Independência, Bertin e Mataboi. Mas, segundo Caiado, é possível que outras empresas possam ser chamadas à comissão. A briga entre representantes dos produtores com os frigoríficos não vem de hoje. Em março, Caiado e o presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, entregaram à Secretaria de Defesa Econômica (SDE), do Ministério da Justiça, um pedido de investigação sobre suspeitas de cartel no setor de frigoríficos, sob a alegação de que essa prática estaria reduzindo os preços pagos aos criadores de gado.
Investigação - Segundo a assessoria da SDE, a investigação está na fase final. Quando estiver concluída, será encaminhado um parecer sobre o assunto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), sugerindo ou não a aplicação de punições. A multa prevista para a prática de cartel pode chegar a até 30% do valor do faturamento da empresa condenada. O frigorífico Friboi está em tratativas para instalar uma unidade em São Borja, no Rio Grande do Sul. O grupo tem unidades em oito estados e exporta carne para 70 países, sendo o maior exportador de carne bovina do Brasil. A planta gaúcha de abates seria destinada, também, à produção de carnes maturadas, industrializadas e congeladas. (Jornal do Comércio)