C.VALE: Associados cobram mudanças nas leis ambientais
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Associados da C.Vale estão iniciando um movimento para mudar a legislação ambiental. Diante da exigência de que 20% da área de cada propriedade rural seja destinada ao plantio de árvores, a chamada reserva legal, eles resolveram mandar cartas e correspondências eletrônicas (e.mail) aos deputados federais e senadores do Paraná pedindo mudanças no Código Florestal. Os produtores querem influenciar os debates sobre o tema no Congresso Nacional, previstos para começar em maio. A principal reivindicação dos associados da C.Vale é de que o novo Código Ambiental obrigue apenas à manutenção de matas ciliares - áreas com, no mínimo, 30 metros de largura ocupadas por árvores nas margens de rios e córregos.
Explicação - O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, explica a posição dos produtores. "Não somos contra as florestas, mas árvores devem ser plantadas nas áreas que não são favoráveis à produção de alimentos." Ele sustenta que a fertilidade e o relevo das terras do Oeste do Paraná fizeram da região uma área de grande vocação agrícola. Lang entende que a exigência de 20% de reserva legal é uma punição injusta a quem já preserva o meio ambiente, dizendo que os produtores recolhem embalagens de agrotóxicos, usam o plantio direto e mantêm terraços para conter a água das chuvas.
Preocupação - As consequências econômicas e sociais da aplicação das determinações do Código Florestal são a grande preocupação de Lang. Segundo ele, os produtores vão perder 20% do patrimônio e da renda se a legislação não for modificada até novembro, data em que o Código entra em vigor. O líder da C.Vale teme que os efeitos da legislação ambiental prejudiquem, também, outros segmentos sociais. "O comércio, a indústria, os prestadores de serviço, as prefeituras, todo mundo vai ser afetado. Se os agricultores tiverem que deixar de plantar em 20% das propriedades, teremos 20% a menos de produção e de riquezas circulando na economia", alerta. Para Lang, isso equivaleria a uma quebra de safra permanente de 20%.
Alimentos mais caros - A exigência de reserva legal pode encarecer os alimentos, avalia Alfredo Lang. "O trigo, a soja, o milho, o arroz, o feijão e as carnes não dão em árvores. Então, se a produção diminuir, os preços dos alimentos poderão subir", adverte. O envio das cartas aos parlamentares começou esta semana e deve se intensificar nos próximos dias. Lang diz que essa estratégia não deve ficar limitada aos produtores rurais. "Todos vão ser prejudicados. Por isso, quem quiser mandar cartas, pressionar os deputados e senadores, deve fazer isso. Assim teremos mais força para mudar essa legislação", completa.
Apoio - O presidente da C.Vale espera contar com o apoio do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, para alterar o Código Florestal. Stephanes disse que, sem mudanças na legislação, um milhão de agricultores deixarão de produzir e quatro milhões de hectares de terra não poderão mais ser usados no Paraná. Conforme o ministro, 15 milhões de toneladas de alimentos deixariam de ser produzidas no Estado. (Imprensa C. Vale)