C.VALE: Mais de 20 mil cartas foram enviadas pedindo mudanças no Código Florestal

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Mais de 20 mil cartas já foram enviadas aos deputados federais e senadores do Paraná pelos associados da C.Vale. Correspondências eletrônicas também estão congestionando caixas de e.mail de alguns deputados. Com essa campanha os produtores querem influenciar os debates sobre o tema no Congresso Nacional, previstos para começar em maio. A principal reivindicação dos associados da C.Vale é de que o novo Código Ambiental obrigue apenas à manutenção de matas ciliares - áreas com, no mínimo, 30 metros de largura ocupadas por árvores nas margens de rios e córregos.

Outras cooperativas  - A iniciativa dos associados dá C.Vale já está sendo seguida por outras cooperativas e estados.  "Essa estratégia não deve ficar limitada aos produtores. Toda sociedade deve se envolver", diz o presidente da C.Vale Alfredo Lang. Segundo ele, caso o código seja aprovado no formato que está, todos serão prejudicados. "O comércio, a indústria, os prestadores de serviço, as prefeituras, todo mundo vai ser afetado. Se os agricultores tiverem que deixar de plantar em 20% das propriedades, teremos 20% a menos de produção e de riquezas circulando na economia", alerta. Para Lang, isso equivaleria a uma quebra de safra permanente de 20%. Por isso, continua, "quem quiser mandar cartas, pressionar os deputados e senadores, deve fazer isso. Assim teremos mais força para mudar essa legislação". O presidente da C.Vale, enfatiza que os produtores não são contra as florestas, mas árvores devem ser plantadas nas áreas que não são favoráveis à produção de alimentos."

Cobertura florestal - Se a legislação ambiental fosse cumprida à risca e todas as demandas por terras fossem atendidas, o Brasil comprometeria mais de 75% de seu território de 8,5 milhões de quilômetros quadrados. A soma das áreas reivindicadas para reforma agrária, preservação ambiental, para indígenas, quilombolas (descendentes de escravos) e para ampliação da área de cultivo totalizaria 6,4 milhões de quilômetros quadrados, o equivalente às áreas da Argentina, Uruguai, Bolívia, Peru e Colômbia juntas. Levantamento realizado pela Embrapa Monitoramento por Satélite revela que as unidades de conservação, as áreas de preservação permanente, as reservas legais e as terras indígenas ocupam 6 milhões de quilômetros quadrados, ou seja, 71% da área territorial do Brasil.

Stephanes - O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes revela através de números comparativos sobre a preservação de florestas no mundo, o Brasil tem 32% das florestas originais do planeta enquanto a Europa possui menos de 1%. Segundo ele que um holandês polui 18 vezes mais que um brasileiro e, em seguida, comentou: "E onde estão as ONGs européias? Estão no Brasil, não estão lá." O ministro, porém, fez questão de esclarecer que é a favor do desmatamento zero na Amazônia. "Não faz sentido derrubar 5 mil árvores na Amazônia para colocar 5 mil bois e gerar dois ou três empregos. Temos 200 milhões de hectares de pastagens degradadas e subutilizadas", observou. (Imprensa C. Vale)

Demanda por terras no Brasil* (em Km2 )

Reforma agrária

3.044.854

Preservação ambiental

2.927.842

Quilombolas

   250.000

Agricultura

   157.500

Indígenas

     75.000

Total

6.455.196

Brasil (extensão territorial)

8.514.876

* Com reserva legal

Fonte: Embrapa Monitoramento por Satélite

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