CARNES: Argentina limitará exportação a 45 mil toneladas por mês

O governo argentino vai impor novas limitações para as exportações de carne bovina para garantir o abastecimento interno, segundo confirmou à Agência Estado uma alta fonte da Secretaria de Agricultura. O assunto foi discutido ontem pelos produtores rurais com os secretários de Agricultura, Miguel Campos, e de Comércio Interior, Guillermo Moreno. As exportações terão um limite de 45 mil toneladas por mês, 11% a menos do que se pode exportar atualmente. A fonte disse que "a decisão já está tomada e discutida com os frigoríficos e os produtores", que receberão, em troca, "a permissão para abater novilhos com peso a partir de 260 quilos". Até o momento, o peso mínimo do animal para o abate é de 280 quilos. O governo de Néstor Kirchner tem segurando as exportações de carne bovina desde março, por medo de uma forte queda na oferta do produto para o mercado doméstico, o que provocaria uma alta dos preços e, conseqüentemente, da inflação. No país que é o terceiro maior exportador de carne bovina do mundo, a incidência do produto nos cálculos do IPC é alta, já que faz parte da dieta básica da população.

Impacto - Uma alta dos preços internos afetaria 30% dos habitantes que vive na pobreza. A fonte informou que as novas restrições serão anunciadas "nos próximos dias" e, inicialmente, serão para os meses de dezembro, janeiro e fevereiro. Um mês depois das medidas de restrições das exportações, as vendas externas de carne atingiram somente sete mil toneladas. Aos poucos, o governo flexibilizou os limites e, em agosto, o volume de exportações chegou a 47 mil toneladas. Mas em setembro esse número subiu para 58 mil toneladas, o que provocou uma nova especulação sobre o preço do produto, diante da preocupação do governo. No interior, foi registrada uma alta de 15% no preço da carne. (Agência Estado)