CARNES I: Cotação de frango recua na exportação
- Artigos em destaque na home: Nenhum
As exportações de carne de frango em março deste ano se recuperaram em relação ao registrado em fevereiro, apesar de ainda estarem abaixo dos embarques de igual mês de 2008. Mas os preços continuam em queda forte, reflexo da pressão decorrente da crise econômica global. Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef), em março o país exportou 307 mil toneladas, 16,5% mais do que em fevereiro, mas 2% abaixo de março de 2008. Os embarques renderam US$ 422 milhões, 13% mais do que fevereiro, mas 24% menos do que março de 2008. O preço médio dos produtos exportados em março foi de US$ 1.378 por tonelada, queda de 22,28% na comparação com o mesmo intervalo de 2008.
Recuperação - O presidente da Abef, Francisco Turra, vê um início de recuperação nas exportações, mas evita euforia. "A cautela deve ser mantida", afirmou, lembrando que a Abef mantém a recomendação de evitar produção em excesso. A partir do último trimestre de 2008, a associação passou a recomendar a redução da produção para ajustar estoques.
Resultado - O resultado é que os importadores sentiram a menor oferta do Brasil, segundo ele. Alguns mercados, como Japão e Oriente Médio, voltaram a demandar, mas a situação da Rússia segue "complicada" e o país compra menos do Brasil.
Missão - Uma missão com representantes dos exportadores de frango, suínos e carne bovina irão à Rússia, na semana que vem, para negociar aumentos nos limites das cotas e redução das tarifas extra-cota, disse Turra. "Vejo que já cruzamos o pior, afirmou o executivo, que acredita que a recuperação continuará nos próximos meses. E uma das razões é o movimento de migração de outras carnes para o frango. No primeiro trimestre, as vendas externas de frango somaram 845 mil toneladas, 4% menos do que no mesmo período de 2008. A receita foi 22% menor, de US$ 1,2 bilhão. No período, as vendas para Oriente Médio subiram 3% em volume e caíram 26% em receita. Para a União Europeia, caíram 7% em volume e 24% em receita. No caso da Rússia, o recuo foi de 31% em volume e de quase 60% em receita na comparação com o primeiro trimestre de 2008. (Valor Econômico)