COCAMAR II: Mesmo com quebra de safra, cooperativa mantém indústria a pleno vapor
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Num cenário de grandes dificuldades para a agricultura, com a queda do dólar afetando a competitividade das empresas do setor de esmagamento de soja – e muitas delas se transferindo para a Argentina -, cooperativas como a Cocamar têm sido destaque por sua intensa atividade industrial. Uma das principais cooperativas brasileiras, a Cocamar também sofre com crise do campo: em 2005, seu faturamento apresentou queda de 15% em relação ao de 2004, saindo de R$ 1,154 bilhão para R$ 958 milhões, como resultado de estiagens que afetaram a produção de soja e milho em sua região e a queda dos preços dos principais produtos agrícolas, que comprometeu a renda dos seus 7 mil associados. “Só a produção de soja na região teve quebra de 30% em média”, citou o gerente comercial da cooperativa, José Cícero Aderaldo, o Zico.
Em frente - No entanto, dona de um diversificado parque industrial, a Cocamar mostra que tem uma receita própria para seguir em frente mesmo em tempos adversos. Além de esmagar toda a soja que recebe dos seus agricultores, destinando-a para produção de óleo e farelo, a cooperativa ainda presta serviços de esmagamento para terceiros. Desde 1996, quando começou parcerias nessa área com empresas e outras cooperativas, entre os quais a Coamo, a fábrica da cooperativa em Maringá conseguiu eliminar ociosidades e crescer. Se naquele ano sua capacidade era para 1,5 mil toneladas de soja por dia, hoje o volume chega a 2,6 mil toneladas/dia e a unidade vem trabalhando à plena carga. A previsão para 2006 é processar 780 mil toneladas de soja, dos quais 270 mil com a Agrenco, um grupo franco-brasileiro que, só no ano passado, movimentou 6,6 milhões de toneladas de soja no mundo. Cerca de 70% da soja que a Agrenco movimenta – 4,6 milhões de toneladas – são produzidos no Brasil e vendidos para Europa e Ásia.
Carro-chefe - Segundo Antonio Iafelice, presidente da empresa, o carro-chefe da Agrenco é fornecer soja originada, ou sob medida, para Europa e Ásia. Sob medida, neste caso, significa, soja ao gosto do cliente, como a não-transgênica ou a com maior teor de óleo. Atualmente, 40% da soja da empresa é produzida no Mato Grosso do Sul e Paraná, parte da qual é enviada para processamento em Maringá. Iafelice diz que o fato de a Cocamar ser uma cooperativa de produtores que atende consumidores finais, pesou muito na escolha. “Trabalhamos com produtos de procedência e origem e este fator facilita a rastreabilidade, que é uma forte exigência de nossos clientes estrangeiros”. O presidente da Agrenco observou ainda que a Cocamar possui uma indústria moderna e bem equipada, o que assegura um produto final de qualidade. Iafelice disse também que o fator logístico contribui para essa parceria, tendo em vista a proximidade da cooperativa com os portos de Paranaguá-PR e São Francisco do Sul-SC. (Imprensa Cocamar)