COCARI: Cooperativa quer atingir R$ 1 bi até 2014, afirma Sebold

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A Cocari, com sede em Mandaguari, no Noroeste do Estado, planeja atingir faturamento de R$ 1 bilhão nos próximos cinco anos. "Esse é o nosso grande desafio", afirmou o presidente da cooperativa agropecuária, Vilmar Sebold, nesta quarta-feira (4/03), em sua passagem pela sede da Ocepar, em Curitiba, quando esteve reunido com o presidente do Sistema, João Paulo Koslovski e com o superintendente, José Roberto Ricken. Sebold explicou que o planejamento da Cocari contempla um ciclo de investimento. "Nós devemos investir algo em torno de R$ 120 milhões para os próximos três anos, tudo isso dentro dos projetos que estamos tocando, como a ampliação da nossa área de atuação e de integração de aves, além de algumas novas áreas inerentes a varejo e comércio, de uma forma geral", destacou. Ainda de acordo com ele, a Cocari alcançou em 2008 um faturamento de R$ 440 milhões. 

Avaliação - Na avaliação do presidente da Cocari, 2008 ficará marcado na história mundial como o ano da grande mudança, devido à crise financeira mundial que atingiu a maior potência econômica da atualidade, os Estados Unidos. "Nós já passamos por diversas crises. A diferença agora é que a crise aconteceu no país que representa 25% do PIB mundial e isso está arrastando a economia mundial junto", afirma. Apesar disso, ele acredita que o setor agropecuário não será tão afetado pois lida com a produção de alimentos, último item que a população corta no momento de escassez de recursos. "Quando falta dinheiro e aperta o orçamento em nossas casas, o primeiro item que nós cortamos é o vestuário. Vamos usando o que temos. Aperta mais um pouco e a gente deixa de comprar derivados de leite, como iogurte e queijo. Depois, nós vamos para a qualidade da carne, ou seja, se comíamos carne de primeira, passamos para a de segunda, substituindo o produto em relação ao preço e administrando isso até que chega a um nível em que você passa a não consumir carne todo o dia. Agora, alguns produtos são básicos e consumidos por todos. Por hábito, o brasileiro come diariamente feijão, arroz, pão, que é derivado do trigo, e o azeite, que é derivado de soja. Ou seja, se nós fizermos uma análise, vamos continuar comendo, vamos continuar alimentando o povo brasileiro, e vamos continuar exportando porque o mundo precisa de comida", afirma. De acordo com Sebold, embora nos demais países o arroz e o feijão não sejam consumidos como no Brasil, o país irá manter a tradição de exportar outras commodities agrícolas importantes, como a soja e o frango.

Otimismo - O presidente da Cocari afirma ainda que, apesar da crise, a cooperativa atingiu as metas em 2008. "Nós tivemos um ano dentro das expectativas, atingimos o nosso orçamento de receita, atingimos o nosso orçamento de resultados, distribuímos as sobras para os associados e temos uma visão ainda otimista. Sabemos que temos crises, mas sabemos que estamos vencendo isso", diz. Ele acredita ainda que a crise pode representar uma boa oportunidade de expansão. "Todo crescimento se deu em época de crise. Todo aprendizado se deu em época de crise. Porque na época de fartura, as pessoas relaxam, ficam mais tranqüilas em relação a isso. Nas crises, algumas empresas e algumas pessoas saem fortalecidas. Outras tendem a desaparecer. Nós queremos e vamos sair fortalecidos deste processo. Então, nosso planejamento de investimento está mantido. Nós continuamos trabalhando, nós continuamos atuando dentro daquilo que foi concebido com planejamento para que possamos ter uma saída e as soluções em relação a isso".

Responsabilidade social - Sebold explica que, embora a duração da crise mundial seja ainda incerta, a Cocari continuará atuando com firmeza em benefício não só dos associados, como também da comunidade aonde está inserida. "Nós vamos trabalhar apoiando os associados, que é a nossa função sine qua non. Vamos manter a nossa visão de cooperativa como sempre foi, administrada como empresa, com resultado positivo, gerando segurança e solidez para o produtor. E, da mesma forma que gera benefício para o associado, nós também temos que gerar benefícios para os nossos funcionários, bem como, para a comunidade onde nós estamos inseridos", explica. O líder cooperativista afirma que isso é feito principalmente por meio de projetos sociais. "Nós temos uma série de projetos sociais de apoio intenso à comunidade carente existente na nossa área de atuação. Se nós não criarmos oportunidade para as pessoas da nossa comunidade que estão a nossa volta, nós vamos criar pessoas à margem da cidadania. A insegurança que vivemos hoje não vem de fora. É só o indivíduo, o jovem não ter expectativas, não ter esperança que se trilha outros caminhos. Acreditamos que fazemos diferença em relação a isso. Temos o nosso relatório dos programas sociais da Cocari considerado entre os cinco melhores em termos de análise e de uma série de certificações e acreditamos que devemos manter isso", completa.

Cooperativas - Na avaliação de Sebold, as cooperativas estão tendo um papel fundamental para os agricultores nesse momento de crise. "Eu diria que, se nós pegarmos as cooperativas de uma forma geral, nós vamos descobrir que o produtor está passando à margem dessa crise. Na cooperativa, ele teve insumo, teve fertilizante no momento correto. Nos estados onde não há cooperativas, muitas áreas ficaram sem cultivo algum porque o agricultor não teve acesso ao crédito. É esse o diferencial que ele tem, não só da Cocari, mas de todas as cooperativas do Paraná", afirma. "Nos estados onde as cooperativas estão estruturadas, como ocorre no Paraná, a análise comparativa do produtor sempre será feita com base nos preços praticados por ela. A cooperativa é o grande amortecedor no impacto da crise!. Quer dizer, é onde ele chega e tem segurança. De uma forma generalizada, todas as cooperativas tomaram  medidas de apoio nesse momento de dificuldade, apoiando os agricultores", frisa. Ainda de acordo com o presidente da Cocari, o Sistema Ocepar tem atuado de forma exemplar em defesa do setor. "Eu estou completando 30 anos de cooperativismo agora no início de 2009. Quer queira, quer não, é uma vida dedicada a uma causa ou a um segmento. Eu respeito muito as pessoas da Ocepar, em destaque o presidente João Paulo e sua equipe de trabalho, por tudo que consegue fazer em Brasília, nos representando como o segmento considerado o mais organizado do Brasil", completa Sebold.

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