COMBUSTÍVEL: Alta do óleo inibe projetos de biodiesel
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O óleo de soja alcançou seus maiores preços desde 2004 nas bolsas internacionais e ainda não são valores recordes. No Brasil houve alta de 30% em 60 dias. A demanda crescente pelo biodiesel de soja no mundo começa a frustrar projetos de usinas deste produto em regiões do Brasil onde não há cenário ideal para produzir e ter lucro (fonte de diesel distante e grão próximo). Para a Agência Rural, usinas com produção baixa não conseguem operar no azul com os preços atuais do óleo de soja, por causa da baixa escala. "A função do aumento de preços no mercado é barrar demanda. E é isso que está ocorrendo", diz o consultor da Agência Rural Fernando Muraro. O consultor se refere à desistência, anunciada ontem pela Cocamar Cooperativa Agroindustrial em construir uma usina no Paraná para abastecer, com biodiesel de soja, seus cooperados. "Ninguém que não está no Centro-Oeste, onde o óleo é muito barato e o diesel é mais caro consegue ter vantagem no biocombustível. Para nós aqui no Paraná é mais vantajoso refinar e vender o óleo, ou vamos vender um biodiesel mais caro do que o diesel comum", disse o superintendente comercial da Cocamar, Celso Carlos dos Santos Júnior.
Alto custo - A Cocamar não é a única a desistir de um projeto de biodisel porque as contas não fecham. Segundo empresários do setor, já houve um grupo de empresas do estado de São Paulo e do Paraná, ligados à TecBio, que teriam desistido recentemente da construção de usinas de biodiesel conjugadas com a produção de etanol devido ao custo muito alto da matéria-prima de soja. (Imprensa Cocamar)