COMÉRCIO ENTRE BRASIL E ARGENTINA EM QUEDA
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As relações comerciais entre Brasil e Argentina que representam 70% do total das trocas entre os quatro países do Mercosul foram agravadas com a crise econômica na Argentina. No primeiro quadrimestre, a corrente de comércio bilateral sofreu um retrocesso em níveis pouco acima dos de 1993, quando o Mercosul ainda engatinhava. Na tentativa de reativar o comércio bilateral, chegou ontem a Buenos Aires uma missão de negociadores brasileiros, liderada pelo secretário de Desenvolvimento, Reginaldo Arcuri. Em reuniões que começaram ontem e continuam hoje com os representantes argentinos, busca-se eliminar as pendências comerciais, entre as quais estão a revisão do acordo automotivo, que inibe a venda de carros argentinos no Brasil, e as barreiras à entrada de açúcar e frango brasileiros na Argentina.
Queda nas exportações - De janeiro a abril, o intercâmbio foi de US$ 2,25 bilhões, 45% a menos do que no mesmo período do ano passado, quando o comércio quadrimestral somou US$ 4,05 bilhões. O fraco resultado é conseqüência da queda nas exportações e principalmente nas importações argentinas. Em relação ao ano passado, as compras de produtos brasileiros pelo principal sócio comercial do Mercosul despencaram 67,8%, e as vendas ao Brasil caíram 24,5%, apesar da vantagem cambial que tornou mais baratos os produtos argentinos. As negociações reiniciadas ontem em Buenos Aires entre representantes dos dois países devem enfatizar a busca de solução para o impasse na revisão do regime automotivo, setor que representa 20% do movimento comercial bilateral. A proposta Argentina é a de ampliar a proporção para três dólares exportados para cada dólar importado. O Brasil propõe "2 por 1" e quer eliminar outras cláusulas do regime, firmado há só dois anos.