COMÉRCIO II: Washington volta a subsidiar exportação de lácteos
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Os Estados Unidos reintroduziram subsídios na exportação de lácteos, provocando críticas furiosas do G-20, o grupo liderado pelo Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC).
O G-20 fez um comunicado ontem na OMC, condenando a medida americana, que copia subsídios também dados de novo pela União Europeia, afetando a competitividade de outros parceiros no comércio internacional.
Elemento - Para o grupo de países, a volta de subsídios à exportação, agora em lácteos, é mais um elemento para agravar o já combalido comércio mundial, em queda livre diante do colapso da demanda. Ou seja, agrava a situação econômica global, aumenta as dificuldades de países em desenvolvimento e enfraquece as regras comerciais internacionais.
Balanço - Em balanço feito nesta terça-feira (26/05), a União Europeia se mostra satisfeita de ter conseguido remover do mercado europeu uma quantidade substancial de produtos lácteos, gracas aos subsídios que tornam seu produto mais barato, e indica que o aumento das subvenções é possível.
Alerta - Nesse cenário, o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, alertou os países que o "stress test" do protecionismo ainda está por vir. O dirigente acredita que o impacto da crise na área social ainda não ocorreu inteiramente e que isso gerará pressões políticas para países criarem barreiras contra importações.
Rússia - Ao mesmo tempo, a Rússia, a ultima grande economia fora da OMC, deu nesta terça-feira um sinal de flexibilidade na negociação sobre seu contrato de ingresso na entidade. O país admite agora entrar com um nível menor de subsídios agrícolas. Antes, insistia no direito de conceder US$ 9 bilhões de subsídios, três vezes mais que atualmente, e admitia cortar 20% mais tarde.
Moscou - Agora, Moscou admite assumir um compromisso próximo do volume atual de subvenções que realmente concede, mas a negociação prossegue.
Reunião - Já em reunião bilateral com o Brasil, os russos continuaram sem dar sinais de atender à demanda brasileira para que cotas para importação de carnes sejam para todos os países e não por país separadamente. O chefe do Departamento Econômico do Itamaraty, ministro Carlos Cozandey, alertou os russos de que um acordo final só será possivel se eles atenderem demandas de exportadores brasileiros. (Valor Econômico)