COOPERATIVISMO: A experiência internacional para o fortalecimento do cooperativismo

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Matthias Arzbach, da Confederação Alemã das Cooperativas, relata no seu livro "Conjuntura e Perspectivas do Cooperativismo de Crédito" - que reúne uma coletânea de artigos de figuras ilustres do cooperativismo - quais são os pontos que o Brasil deve ter em vista para consolidar um desenvolvimento sadio. Acompanhe abaixo os principais trechos:

1 - Evitar o canibalismo dentro do setor. "O fenômeno de concorrência entre as cooperativas que observamos em países como Colômbia pode ser um perigo às cooperativas no Brasil no futuro."

2 - Preparar-se para pressões regulatórias cada vez maiores. "A normativa tende a ser cada vez mais homogênea para todo o sistema financeiro, tornando-se um desafio grande às cooperativas."

3 - Profissionalização das cooperativas e esforços enormes no treinamento serão necessários. "Diretores eleitos dentro do quadro social da cooperativa, mas sem experiência bancária vão ter cada vez mais dificuldades para poder cumprir com as responsabilidades."

4 - Fusões e incorporações vão tornar-se um fenômeno cada vez mais comum. "Isso não deve ser visto como instrumento para solucionar situações de insolvência, como ferramenta de resgate."

5 - A maior integração no mercado financeiro e a pressão regulatória de fora vão tornar a preservação dos valores cooperativos e o atual esquema de governança mais difícil.

6 - Como a cooperativa vai se diferenciar na sua atuação frente a um banco? Vai ter sempre um enraizamento local, mas em nível de produtos e atendimento ao cliente, haverá uma convergência às características do setor bancário tradicional. (Sicoob Central Cecresp)

IBGE: PIB cresce 1,9%, agronegócio recua

A economia brasileira cresceu 1,9% no segundo trimestre deste ano na comparação com o primeiro trimestre. O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirma que o Brasil saiu da recessão técnica. O PIB é a produção de bens e serviços no País. Em relação ao segundo trimestre de 2008, no entanto, o PIB brasileiro teve queda de 1,2%. No primeiro semestre de 2009, o PIB caiu 1,5% ante o mesmo período de 2008. Por setores, o PIB da indústria apresentou expansão de 2,1% no período entre abril e junho de 2009 em relação ao trimestre anterior. Na mesma base de comparação, o PIB da agropecuária registrou queda de 0,1% e o PIB do setor de serviços teve expansão de 1,2%.

A expansão do PIB no segundo trimestre deste ano mostra que o País deixou o período de recessão técnica, quadro que se estabeleceu com a queda de 1,0% (revisado) do PIB no primeiro trimestre após já ter amargado uma retração de 3,4% (revisado) no período de outubro a dezembro de 2008. Estatisticamente, configura-se um quadro de recessão técnica em uma economia quando ela apresenta variação negativa por dois trimestres consecutivos. No que se refere à comparação com o mesmo período do ano passado, a queda do PIB, de acordo com economistas entrevistados pela Agência Estado, está atrelada à forte base de comparação no ano passado. No segundo trimestre de 2008, o PIB havia crescido 1,60% ante o primeiro trimestre e 6,20% na comparação a idêntico período de 2007.

Há que se lembrar que o ponto mais agudo da crise internacional, que contaminou a economia real a partir da quebra de confiança no setor bancário por meio do corte de crédito para o setor produtivo, deu-se a partir de 15 de setembro de 2008, com a quebra do banco investimento norte-americano Lehman Brothers. Tanto que, no terceiro trimestre do ano passado, a economia brasileira cresceu 1,80% em relação ao trimestre imediatamente anterior e 6,80% na comparação anual. Os efeitos da crise se fizeram presentes mesmo só no quarto trimestre do ano passado e no primeiro deste ano. Embora o PIB possa dar, no segundo trimestre deste ano, sinais de que tenha saído da recessão técnica, a sua possível expansão ainda não gera euforia por causa das condições em que o eventual crescimento acontece. A expansão prevista está ainda embasada sobre os estímulos fiscais do governo, o que dá margens aos analistas para desconfiarem que, se não fosse a ajuda governamental, a economia não teria ainda condições de andar por suas próprias pernas.

 

Na mesma comparação, levando-se em consideração a série com ajuste sazonal1, o maior destaque foi a indústria (2,1%), seguida pelos serviços (1,2%). A agropecuária apresentou variação negativa de 0,1%.

Na comparação com o segundo trimestre de 2008, o PIB registrou queda de 1,2%, resultado da retração de 0,9% no valor adicionado a preços básicos e da redução de 2,8% nos impostos sobre produtos. Dentre as atividades, destacaram-se, nesse confronto, os serviços (2,4%). Por outro lado, a indústria caiu 7,9%, e a agropecuária teve redução de 4,2%. Nos quatro trimestres (12 meses), o PIB apresentou crescimento de 1,3% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. Já no acumulado no ano (1º semestre de 2009), o PIB caiu 1,5%, em relação a igual período de 2008, sendo que, somente os serviços cresceram (2,1%), enquanto a indústria (-8,6%) e a agropecuária (-3,0%) caíram. Em valores correntes, o PIB, no segundo trimestre de 2009, alcançou R$ 756,2 bilhões.

Na comparação com o primeiro trimestre do ano, em relação aos componentes da demanda interna, o crescimento da despesa de consumo das famílias foi de 2,1%. Já a despesa de consumo da administração pública registrou variação negativa de 0,1%. A formação bruta de capital fixo (FBCF, o mesmo que investimento planejado) permaneceu estável, sem variação. No setor externo, tanto as exportações como as importações de bens e serviços apresentaram crescimento, de 14,1% e 1,5%, respectivamente.

Apenas serviços crescem em relação a 2008

O PIB registrou queda de 1,2% no segundo trimestre de 2009, em relação a igual período de 2008, sendo que o valor adicionado a preços básicos apresentou retração de 0,9%; e os impostos sobre produtos, uma redução de 2,8%, resultado principalmente da queda da indústria, em especial a de transformação, e da diminuição do volume das importações. O destaque nesse confronto ficou com os serviços, que cresceram 2,4%, enquanto a indústria decresceu 7,9%, e a agropecuária caiu 4,2%.

A taxa da agropecuária pode ser, em grande parte, explicada pelo desempenho de alguns produtos que possuem safra relevante no trimestre e têm estimativas de queda na produção em 20092, caso da soja, do milho e do café. As estimativas para a pecuária, a silvicultura e a exploração florestal também apontam para um fraco desempenho no trimestre.

Na indústria, todas as atividades apresentaram taxas negativas. A maior queda foi na indústria de transformação (-10,0%), influenciada principalmente pela redução na produção de máquinas e equipamentos; metalurgia; peças e acessórios para veículos; mobiliário; vestuário e calçados. Também houve retração de 9,5% na construção civil; queda de 4,0% em eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana; e redução de 0,8% na extrativa mineral, onde a extração de minérios ferrosos caiu 27,4%, e a extração de petróleo e gás natural aumentou 5,9%.

O aumento dos serviços (2,4%) resultou das variações positivas da intermediação financeira e seguros (8,2%), que voltou a crescer no mesmo patamar do terceiro trimestre de 2008; outros serviços (7,3%); serviços de informação (6,8%), devido principalmente aos desempenhos da telefonia móvel e dos serviços de informática; administração, saúde e educação públicas (2,8%); e serviços imobiliários e aluguel (1,4%). Por outro lado, transporte (de carga e passageiros), armazenagem e correio teve queda de 5,3% no segundo trimestre, bem como o comércio (atacadista e varejista), que caiu 4,0% - ambos influenciados pelo resultado da indústria de transformação.

Despesa de consumo das famílias aumenta pelo 23º trimestre consecutivo

Ainda em relação ao segundo trimestre de 2008, pelo lado da demanda interna, a despesa de consumo das famílias alcançou a taxa positiva de 3,2%, 23º crescimento consecutivo nessa base de comparação. Um dos fatores que contribuíram para o resultado foi o comportamento da massa salarial real3, que cresceu 3,3% no segundo trimestre de 2009. Além disso, houve aumento de 20,3%, em termos nominais, do saldo de operações de crédito do sistema financeiro com recursos livres para as pessoas físicas4.

A despesa de consumo da administração pública cresceu 2,2% nesse confronto, enquanto a formação bruta de capital fixo teve decréscimo de 17,0%, o maior nessa base de comparação desde o início da série, em 1996, explicado, principalmente, pela redução da produção interna de máquinas e equipamentos. Pelo lado da demanda externa, tanto as exportações (-11,4%) quanto as importações (-16,5%) de bens e serviços continuaram em declínio.

Pela ótica da produção, só indústria tem taxa negativa no acumulado em 12 meses

No acumulado nos quatro trimestres terminados no segundo trimestre de 2009, o PIB cresceu 1,3%, em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores, com elevação de 1,2% do valor adicionado e de 1,6% nos impostos sobre produtos. Nessa comparação, os serviços cresceram 3,1%; a agropecuária, 0,2%; e a indústria caiu 3,0%.

O gráfico a seguir, da evolução do PIB acumulado em quatro trimestres desde 1996, mostra como, após elevação de 3,3% no segundo trimestre de 2006, houve um aumento progressivo da taxa, que chegou a 6,3% no terceiro trimestre de 2008, recuando para 1,3% no segundo trimestre de 2009.

Dentre as atividades industriais, destaca-se a extrativa mineral (1,5%), seguida pela eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (estável em 0,2%). Por outro lado, a indústria de transformação registrou redução de 5,2%, seguida da construção civil, com queda de 1,3%.

Nos serviços, as maiores elevações foram nos serviços de informação (7,8%); intermediação financeira e seguros (6,9%); e outros serviços (6,1%). Também cresceram administração, educação e saúde públicas (2,9%) e serviços imobiliários e aluguel (2,0%). Em contrapartida, houve queda em transporte, armazenagem e correio (-1,8%); e no comércio (-0,4%).

Na análise da demanda, a despesa de consumo da administração pública cresceu 4,2%, seguida pela despesa de consumo das famílias (3,5%). A formação bruta de capital fixo, por sua vez, caiu 2,2%, depois de 20 trimestres de crescimento seguidos nessa base de comparação. No setor externo, tanto as exportações (-7,6%) como as importações (-0,8%) de bens e serviços caíram.

No 1º semestre de 2009, o PIB registra queda de 1,5%

No primeiro semestre de 2009, o PIB caiu 1,5%, em relação a igual período de 2008, com crescimento apenas entre os serviços (2,1%) e quedas na indústria (-8,6%) e agropecuária (-3,0%).

Todas as quatro atividades da indústria apresentaram taxas negativas na comparação semestral, sendo a maior redução na indústria de transformação (-11,2%), seguida pela construção civil (-9,6%); eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (-4,1%); e indústria extrativa (-0,9%).

Nos serviços, as maiores elevações foram em outros serviços (7,2%); instituições financeiras e seguros (7,0%); serviços de informação (6,1%); administração, educação e saúde públicas (3,0%); e serviços imobiliários e aluguel (1,5%). Já transporte, armazenagem e correio (-5,4%) e comércio (-5,0%) apresentaram quedas.

Na análise da demanda interna da comparação semestral, destacam-se os crescimentos de 2,5% da despesa de consumo da administração pública e de 2,3% na despesa de consumo das famílias. A formação bruta de capital fixo, por sua vez, caiu 15,6%. Analisando-se o setor externo, as importações (-16,3%) e a exportações (-13,1%) de bens e serviços tiveram quedas.

Em valores correntes, PIB fecha 2º trimestre em R$ 756,2 bilhões

No segundo semestre, o PIB medido a preços de mercado alcançou R$ 756,2 bilhões, sendo R$ 652,4 bilhões referentes ao valor adicionado e R$ 103,8 bilhões aos impostos sobre produtos.

A agropecuária registrou R$ 56,1 bilhões; a indústria, R$ 163,4 bilhões; e os serviços, R$ 432,9 bilhões. A despesa de consumo das famílias totalizou R$ 471,2 bilhões; a despesa de consumo da administração pública, R$ 155,9 bilhões; e a formação bruta de capital fixo, R$ 118,8 bilhões.

A balança de bens e serviços ficou superavitária em R$ 7,6 bilhões, e a variação de estoques foi positiva em R$ 2,8 bilhões.

A taxa de investimento no segundo trimestre de 2009 ficou em 15,7% do PIB, inferior à do mesmo período do ano anterior (18,5%). A taxa de poupança ficou em 15,0%.

 

1 As séries da agropecuária, indústria, serviços, valor adicionado, PIB, despesa de consumo da administração pública, despesa de consumo das famílias, formação bruta de capital fixo, exportações e importações são ajustadas individualmente.

2 Segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA/IBGE- Julho), divulgado em agosto.

3 Segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME/IBGE).

4 Segundo a Nota para Imprensa "Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro".

(Com informações da Assessoria de Imprensa do IBGE e Agência Estado)

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