COOPERATIVISMO I: Os novos homens do campo
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O desenvolvimento da sociedade e de tudo que a envolve passa necessariamente pela educação. Com o agronegócio, não é diferente. Cada vez mais se percebe que conhecimento e profissionalização são as chaves para a eficiência do campo. E que estar preparado para cuidar da lavoura é importante principalmente entre os que estão começando na lida. Por uma razão bem simples: jovem capacitado hoje é produção agrícola de sucesso amanhã. Assim fica fácil entender porque os olhares têm se voltado para quem assume agora os negócios no campo. Está na juventude - e na capacitação deste grupo - parte do segredo para a continuação e o crescimento de um dos segmentos econômicos mais importantes do País.
Formação de líderes - De olho nisso, a Cooperativa Agroindustrial Coamo, com sede em Campo Mourão, centro-oeste do Paraná, tem dado um bom exemplo de que para o agronegócio não parar é preciso acreditar e investir na nova geração. Por meio do Programa de Formação de Jovens Líderes, a cooperativa tem transformado o meio rural onde atua e tornado diferente a vida e o futuro de muita gente. O que era obrigação passa a ser prazer, a propriedade herdada do pai que mais parecia destino obrigatório, por exemplo, é aceita dentro de um processo de sucessão esperado e planejado.
Sucessão - "A ideia é preparar o jovem para o futuro dos negócios no campo, mas não só. O futuro, claro, só Deus sabe, mas temos feito nosso papel enquanto cooperativa", afirma José Aroldo Galassini, presidente da Coamo. Essa, segundo ele, tem sido a maneira encontrada pela empresa para fomentar a permanência da nova geração no campo, capacitando-a para a sucessão porteira dentro e ao mesmo tempo para cargos na própria cooperativa. A proposta do programa consiste em tornar esse jovem um empresário rural diferenciado, com visão macro do negócio e ainda torná-lo um bom cidadão, uma boa pessoa para sua família e comunidade.
Na prática - Sem receios, o engenheiro agrônomo Wilson Menin Junior, de 32 anos, afirma que depois de passar pelo curso de formação de jovens líderes da Coamo, tem sido mais tranquilo administrar a Fazenda Rio Sertão, em Mamborê, que recebeu das mãos do pai há pouco mais de um ano. Ele sabe que tem pela frente uma tarefa que não é das mais fáceis, mas conta a seu favor com o conhecimento de quem nasceu em meio ao campo, a confiança dos que acreditam no bom desempenho dos negócios e acima de tudo capacitação.
Estudo - Junior vem se preparando há mais de uma década para tocar a fazenda da família. O processo de sucessão teve início quando decidiu cursar a faculdade de agronomia porque queria continuar o trabalho do pai. "Decidi cedo o que estudaria. O pai nunca me pressionou, sempre deixou claro que eu poderia escolher qualquer curso", relembra. Nascido em Campo Mourão, Junior foi estudar em Curitiba e terminada a faculdade voltou para a terrinha, fez estágio na propriedade do pai - na ocasião administrada por um agrônomo - participou do curso para jovens da Coamo e só então assumiu a fazenda. "Apesar de ter crescido aqui, administrar era novo para mim, precisava me preparar", confessa o jovem produtor.
Entendimento - A faculdade, conta o rapaz, o ajudou a entender melhor da terra, a pensar tecnicamente os processos do campo. Porém, foi depois de participar do curso da Coamo que sentiu segurança e confiança para administrar o negócio. "Foi quase uma pós-graduação", enfatiza Junior. Segundo ele, uma das etapas mais importantes do programa foi a do planejamento estratégico. "Se faz necessário entender que os negócios do campo podem e devem ser estudados a longo prazo, principalmente em relação aos custos de produção e à comercialização", pontua.
Contínuo - E afirma que o aprendizado nesse meio é contínuo, que no agronegócio não dá para ficar parado. "Busco me aperfeiçoar sempre, o agro é muito dinâmico", frisa Junior, ressaltando que tem na cooperativa uma aliada. (Folha Rural / Folha de Londrina)