COOPERATIVISMO: Professor alemão conhece cooperativismo do Paraná

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A Ocepar recebeu, na manhã de hoje (13/08), o professor Reiner Kuehl, da Universidade Giessen, uma cidade à 70 km de Frankfurt, na Alemanha. Kuehl, que veio ao Brasil para participar do V Encontro de Pesquisadores Latino-Americanos do Cooperativismo, realizado na semana passada em Ribeirão Preto (SP), aproveitou sua estadia para conhecer cooperativas de café em Minas Gerais e as cooperativas Agrária e Castrolanda, no Paraná. Acompanhado por professores da PUCPR e da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Kuehl foi recebido pelo superintendente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, quando fez uma explanação sobre "Os rumos do cooperativismo alemão" para os executivos e profissionais de diversos setores do sistema.

Impressionado - O professor Reiner Kuehl, que é pesquisador da Universidade de Giessen e tem interesse em estabelecer parcerias de pesquisa com a USP e com a PUCPR, antes de sua explanação assistiu a um audiovisual sobre o cooperativismo do Paraná. Disse que, embora os documentários possam mostrar apenas as melhores imagens do assunto em foco, comprovou que a realidade do cooperativismo do Paraná que conheceu é coerente com o que viu no audiovisual. "Estou muito impressionado com o desenvolvimento das cooperativas do Paraná pelo seu tamanho, importância e diversificação", frisou. Observou que a diversificação das cooperativas paranaenses é muito maior que a média das cooperativas alemãs.

Pesquisa - Um dos objetivos da sua visita ao Brasil foi de estabelecer parcerias visando o desenvolvimento de pesquisas sobre o cooperativismo, que possa resultar em novos conhecimentos e tecnologias em benefício das cooperativas. Frisou que na Alemanha há uma grande disposição das cooperativas em fornecer informações para essas pesquisas e que espera encontrar a mesma facilidade no Brasil. A decisão de realizar um trabalho de pesquisa junto às cooperativas brasileiras foi orientada pela percepção da similaridade dos problemas enfrentados aqui e na Alemanha,  um dos quais é a capitalização. O superintendente da Ocepar José Roberto Ricken afirmou que também no Brasil há dificuldades na capitalização das cooperativas e que os programas governamentais montados para isso ainda não decolaram

Concorrência -. Na Alemanha, observou o professor Reiner Kuehl,  em função das inúmeras alternativas de comercialização da produção, os associados das cooperativas têm preferido capitalizar suas fazendas e não as cooperativas. Isso tem contribuído para reduzir o número de cooperativas, muitas das quais têm se transformado em empresas de capital. Para agravar essa situação, cooperativas de outros países, especialmente nórdicos, têm entrado com força na Alemanha e hoje detém importante participação nas vendas, obrigando as cooperativas alemãs voltarem sua atuação para os países do leste europeu. Enquanto as cooperativas alemãs detém cerca de 20% do abate de animais, uma única cooperativa holandesa já detém 40% desse mercado na Alemanha.

Busca de soluções - Kuehl mostrou que o futuro do cooperativismo não está nas commodities, mas na especialização e em nichos de mercado. Citou outros problemas que afetam o setor cooperativista, como a competição entre alimentos e biocombustíveis e frisou da necessidade de se investir em inovação tecnológica. Mostrou que, especialmente na Europa, há uma redução do número de cooperativas, embora também esteja havendo uma concentração. Em 1980 havia 7.740 cooperativas, número que caiu para 3.080 em 2008 e que talvez seja reduzido para cerca de 1.230 em 2030. O professor Reiner Kuehl finalizou sua apresentação falando sobre o sistema de crédito cooperativo alemão, responsável por cerca de 1/3 do crédito e 15% da movimentação do sistema financeiro do país.

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