Cooperativistas discutem a produção de biodiesel no país

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Com o objetivo de promover a troca de informações entre os agentes da cadeia produtiva do biodiesel, a OCB realizou ontem (29/11) o seminário “A inserção das cooperativas no processo de produção de biodiesel" na sede da organização, em Brasília. O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas abriu o seminário, que reuniu representantes da Petrobrás, Banco do Brasil, Ministério da Agricultura, Ministério do Desenvolvimento Agrário e de empresas ligadas ao setor. Segundo Márcio Lopes de Freitas, é preciso que as cooperativas ocupem todos os espaços que o mercado oferece no campo da produção de biodiesel. Precisamos e queremos incentivar um processo de formação de uma massa crítica com um pensamento cooperativista em relação à bioenergia levando em conta as questões sobre logística, social e ambiental. O presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), deputado Odacir Zonta (PP), também participou da abertura do evento e ressaltou a importância do seminário e da inclusão do cooperativismo na iniciativa do biodiesel. Inserir o cooperativismo significa inserir o agricultor para agregar valor.

Alternativa energética - Segundo o representante do Departamento de Cana-de-açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura, José Nilton Vieira, o Brasil não pode ser dependente de uma única fonte de energia e precisa diminuir a dependência que tem em relação ao diesel, afirmou. Para ele, são vários os benefícios da produção de biodiesel: ambiental, utilização de fonte renovável, além dos aspectos econômico e social. Para Frederique Rosa, coordenador geral de Agroenergia do Ministério da Agricultura, o biocombustível é a grande opção para os países pobres. Ele chamou a atenção para algumas desvantagens como o baixo rendimento por unidade de área e o custo de produção, que ainda é pouco competitivo. No entanto, Frederique Rosa acredita que essas dificuldades podem ser resolvidas com apoio governamental.

Mercado
- O Ministério do Desenvolvimento Agrário foi representado pelo gerente da Secretaria de Agricultura Familiar (SAF), Arnaldo de Campos, que ressaltou o objetivo do projeto de Biodiesel do Governo Federal de diversificar a matriz energética brasileira. Campos acredita que o Biodiesel deve ser feito por um mix de produtos viáveis para ter viabilidade econômica e defendeu que o mais importante é a criação de um mercado para o produto. O governo deu um enorme passo ao tornar obrigatória a adição de 2% de biodiesel a partir de janeiro de 2006, o que vai criar esse mercado que os produtores precisam.

Comissão técnica - Luiz Roberto Baggio fez a apresentação da criação da Comissão Técnica do Biodiesel, que tem como objetivo trabalhar para inserção das cooperativas na cadeia produtiva do biodiesel e desenvolvimento de estratégias de atuação no mercado nacional e internacional. De acordo com o vice-presidente da OCB, a comissão terá ainda como tarefa fomentar a organização de grupos de produtores de biodiesel e de matérias-primas cooperativas e identificar canais de comercialização e parcerias públicas e privadas. A comissão será composta por um coordenador nacional e 27 representantes estaduais, a serem indicados pelas OCEs. Terá o assessoramento da Gerência de Apoio ao Desenvolvimento em Mercados, cujo titular é o economista, Evandro Ninaut.

Cenário mundial - O gerente regional de projetos em energia alternativa da Geoklock, Francisco Alberto de Souza, abordou o tema “Biodiesel: Cenário Atual no Brasil e na Alemanha”. Ele disse que na Alemanha é grande a produção o consumo do biodiesel, utilizado-se motores de alta tecnologia. Mas advertiu que o negócio só é economicamente viável quando uma empresa, a exemplo de uma cooperativa alemã, que tem o sugestivo nome de Independência, verticaliza toda a produção do biodiesel, do plantio da semente da oleoginosa ao posto de abastecimento, onde o produto é vendido. Ele acha que a experiência alemã pode ser repetida no Brasil.

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